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LuXX #12 / I Was Here: Dexter b2b Matrixxman

LuXX #12 / I Was Here: Dexter b2b Matrixxman

A proposta é simples: como forma de agradecimento a quem aqui está sempre, do princípio ao fim, desafiámos os nossos residentes a confiarem-nos o que lhes vai na alma, com a ajuda de alguém em quem também confiam. Esta é a vez de Dexter, e o seu escolhido é Matrixxman. Um encontro, em b2b, para a história. 


Texto do Novo Major sobre o Dexter:

1997: Em Alcântara, num daqueles espaços colossais junto ao rio, acontecia parte do festival Atlântico organizado pela ZDB (era o segundo). Na sala mais pequena, set up de DJ um pouco mais complexo que o habitual, na época, com o Dexter + eu + pratos, leitores de CD e um rádio. Este, sintonizado em directo, acrescentava sons e atmosferas à música que não era suposto colocar as pessoas a dançar. Era uma atracção lateral, no Festival. O Lux ainda não existia. Dexter acumulava créditos, totalmente movido pela música que o motivava. Melhor dizer músicas.

Que é que lembro mais? A varanda do Incógnito, os bares no Bairro Alto - onde o convidei para passar discos pela primeira vez (1995?) e depois onde ele me convidou para eu continuar a passar discos. Lembro as muitas trocas de informação, de música, a partilha de entusiasmo e a necessidade imperiosa de mostrar tudo aquilo a outros. Só nesse momento é que a actividade ganhava pleno sentido.

Lembro também das lojas de discos onde o Dexter trabalhou e onde descobria música mas também a transmitia a quem mostrava abertura, numa época em que as lojas estavam ao nível da rádio como centros de informação. Outro nível, ainda, quando a XFM encerrou. Informalmente, e porque o seu trabalho era bom e dedicado, ele assumiu parte importante desse papel de divulgação. As pessoas tinham de ir à loja para conhecer música que já não passava na rádio. Paralelamente, participou na reactivação da rádio enquanto meio privilegiado de acesso a música mais marginal do que a que habitualmente se dançava nos clubes: foi convidado para integrar a primeira equipa da Rádio Oxigénio em 1999 e transitou para a Voxx, onde se juntou a Rui Vargas para o "Casa, Bateria e Baixo". Caso não saibam, ele também tem a voz.

A capacidade agregadora e o entusiasmo, o contágio, conduziram-no ao Lux, como DJ. Bastante cedo na existência do clube. Tudo o que andou a descobrir, a cruzar, a mostrar na meia década anterior encontrou ambiente natural nas duas cabines do Lux. Ele trazia uma bagagem musical suficientemente versátil e completa. Não só parecia intuir o que melhor resultava na pista ou no bar, fruto do contacto prévio muito próximo com o público, como a partir daí introduzia os elementos de estranheza ou novidade sónica sem os quais, sejamos francos, a vida de um DJ não pode ser satisfatória. No compromisso entre as duas forças encontra-se boa parte da personalidade do DJ.

Outra parte significativa é a experiência no chão, o gosto por dançar, receber a cultura através de outros DJs, sentir que a vida fica melhor, idealmente para além daqueles momentos na pista. Esquecer o que não interessa, entender contextos, ligações entre músicas que dificilmente seriam explicadas por palavras. Olhar em volta e observar as pessoas. 

Em 2003, com Dexter, Zé Pedro Moura e 2M, começaram no Lux as noites Disorder, um passo avante, com a música a servir de inspiração a imagens sequenciadas para a noite e também a ser inspirada pelo tom das imagens que 2M misturava ao vivo. Dois anos mais tarde, Strawberry Force Fields Forever, um back 2 back acid house que fizemos juntos várias vezes. Com os anos a decorrer, a vantagem está toda do lado do DJ, porque pode acumular música de todos os outros anos que já passaram e juntá-la ao que acontece no presente, renovando a narrativa pessoal que se entrega às pessoas na pista de dança. Desse modo, antes de dizer que Stardust Balls (a sua noite regular no Lux) é o culminar seja do que for, dizemos que é um novo princípio. Beneficia de tudo o que aconteceu antes ao longo do percurso e preenche o espaço com a energia inspiradora da música em que Dexter acredita para melhorar a situação. Qual? A de todos os que assistem.

Na última década, mais um sonho cumprido: participar na programação do Lux e na forma como esta é apresentada para o exterior, em anos decisivos para a implantação do clube lisboeta num circuito internacional essencialmente interessado em música, não apenas na vida nocturna. O modo como ajudou, assim, a moldar a noite da cidade acrescentou ainda mais valor à sua experiência como DJ, sobretudo através do contacto próximo com muitos nomes com quem dividiu a cabine, diferentes abordagens que absorveu, música que não conhecia, e o supremo prazer de sentir que frequentemente também os convidados são surpreendidos.


 Matrixxman
soundcloud.com/matrixxman
residentadvisor.net/dj/matrixxman

Pé ante pé, Charlie Duff tem-se tornado um dos cúmplices preferidos do Lux. O tipo de cumplicidade que muitas vezes leva anos a construir, mas que ele estabeleceu connosco no espaço de tempo que leva a dizer “Olá, sou o Matrixxman e estou aqui para passar techno”. Aliás, Charlie é um tipo com facilidade em fazer amigos, vejam como a Dekmantel já não passa sem ele nas suas edições e eventos. Além disso, toca discos como um caçador de prémios saído de um filme de Star Wars, certeiro, eficaz, e sem perder tempo com o supérfluo. Trata a mesa de mistura como aquele nosso primo de 13 anos trata a sua consola de jogos: ela é o seu recreio e a sua melhor amiga. E é um craque de estúdio capaz de pôr as máquinas a cantar como poucos, ou não tivesse por exemplo trabalhado com os Depeche Mode na produção do álbum ‘Spirit’. Obcecado como ele é em falar do futuro, começamos a suspeitar que Matrixxman é um personagem que resolveu ignorar as regras da cronologia: ainda agora cá chegou, mas sentimos que já está connosco há longo tempo, e aqui vai ficar por muito mais.


Textos: José Moura e Nuno Mendonça
Artwork: Diogo Potes


#luXXfragil

Bilhetes à venda apenas na noite do evento.


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Step by step, Charlie Duff has become one of Lux’s favorite accomplices. The kind of complicity which usually takes years to build up, but which in his case was established in the length of time it takes to say “Hi, I’m Matrixxman and I’m here to play techno”. Actually, Charlie is a guy who makes friends easily, just look at how Dekmantel can’t go by with him on their releases or events, for exemple.  Besides, he plays records like a bounty hunter out of a Star Wars movie, efficient, with a high hit rate and never losing time with bullshit. He treats the mixer like your 13-year old cousin treats his games console: she’s his playground and best friend. And he’s a studio wizard who knows how to make machines talk. Case in point, helping Depeche Mode produce their ‘Spirit’ album. As obsessed with the future as he is, we’re getting a suspicion that Matrixxman is a character, one who bends the rules of chronology at will: he’s just arrived here, but we get the feeling that he has been here, and will be with here us, for a long time.


Tickets only available at the door.
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