Celebramos os XX anos de Lux a olhar para o futuro. Helena Hauff tem sido protagonista de algumas das melhores noites na nossa pista, mas acreditamos que ainda só estamos a assistir ao começo de uma longa relação. É daquelas coisas que se sentem. Com ela, na Disco, estará o nosso Dexter. Match perfeito. No Bar, a crew de São Francisco que já faz parte da casa: Honey Soundsystem. Helena Hauff soundcloud.com/helena-hauff residentadvisor.net/dj/helenahauff Talvez a única coisa mais espantosa do que as skills de Helena Hauff enquanto DJ, seja o facto de ter obtido o sucesso de que disfruta actualmente, com a introdução no consciente colectivo dos fãs de eletrónica, de tipos de música tão agrestes e fora da norma, como o electro e o techno industrial. Helena tocou fundo na alma de uma vasta minoria cansada de música limpa, rígida e formatada, com um domínio perfeito dos materiais da sua arte, música de um negrume manchado de álcool e cinza de cigarro tão decadente quanto cheia de charme, característica bem próprias de quem aperfeiçoou a sua magia no Golden Pudel de Hamburgo, de onde entretanto nos foram surgindo mais sedutores perversos como Lena Willikens ou Vladimir Ivkovic. À beira de lançar o seu segundo álbum na Ninja Tune, ‘Qualm, cada regresso de Helena Hauff ao Lux mostra-a com estatuto ainda maior do que o anterior. Afinal de contas, por muito que nos avisassem quando éramos miúdos, para não andarmos com más companhias, quantos de nós resistiam ao fascínio de o fazer na mesma? Honey Soundsystem soundcloud.com/honeysoundsystem residentadvisor.net/dj/honeysoundsystem São Francisco, embora menos mencionada do que o eixo clássico de NY-Chicago-Detroit, tem sido um solo fértil para algumas das movimentações rave mais interessantes Estados Unidos - e esse borbulhar é hoje em dia largamente impulsionado pelo colectivo Honey Soundsystem. Combinam um olho infalível para tocar a música mais fresh e para fazer as festas mais divertidas - por exemplo, acabam de arrasar o Pride com a Yaeji como convidada, numa rave coberta de arranjos florais. Jason Kendig, Jackie House e Beziér - os membros do colectivo - cruzam a melhor house, techno, electro, breaks, italo disco ou industrial de várias eras e contextos, conseguindo manter o seu som fresco e desafiante. Essa energia sai-lhes sem esforço, e transbordou já há uns bons anos do sol da California para o resto do planeta. E ainda bem: um colectivo como os Honey florescer assim é reflexo de um regresso aos valores comunais e de libertação que originaram a música de dança moderna, em templos da house como o Paradise Garage de NYC ou o Warehouse de Chicago - verdadeiros refúgios para as comunidades queer, negras e latinas de ambas as metrópoles. Os Honey são urgentes. Regressam para nutrir esta cumplicidade com o Lux - e para levar-nos todos a uma verdade maior, que ainda por cima pode dançar-se. Textos: Nuno Mendonça e Inês Coutinho Artwork: Diogo Potes #luXXfragil Bilhetes à venda apenas na noite do evento. :::::::::: ENGLISH :::::::::: Helena Hauff Maybe the only thing that’s more amazing than Helena Hauff’s DJ skills, is how she attained her current success, by introducing music as harsh and out of the ordinary as electro and industrial techno, in the collective conscious of electronic music fans. Helena reached deep intgo the soul of a vast majority who is perhaps tired of clean-cut, single-minded and formated music, with perfect control over the materials that constitute her art, blackened music covered in alcohol stains and cigarette ashes which is as decadent as it is enticing. Music with a character that very much belongs to someone who crafted her magic in Hamburg’s Golden Pudel, from where other perverse seductors like Lena Willikens or Vladimir Ivkovic emerged in the meantime. Right on the verge of releasing her 2nd álbum on Ninja Tune, ‘Qualm, each one of Helena Hauff’s returns to Lux shows her with na even bigger stature than before. And after all, remembre when you were kids and they told us not to hang out with the wrong crowd? How many of us actually resisted doing it anyway? Honey Soundsystem San Francisco, though less cited than the classic axis of NYC-Chicago-Detroit, has been a fertile ground for some of the most interesting rave movements in the United States - and that bubbling is nowadays largely driven by the collective Honey Soundsystem. They combine an infallible eye to play the freshest music and to throw the most fun parties - for example, they've just aced Pride with Yaeji as a guest at a rave covered in floral arrangements. Jason Kendig, Jackie House and Beziér - the three members of the collective - blend the best house, techno, electro, breaks, italo disco or industrial of several eras and contexts, managing to keep their sound fresh and challenging. This energy flows effortlessly, and has grown from sunny California to the rest of the planet. And that's great: a collective such as Honey blossoming reflects a return to the communal and liberating values that originated modern dance music, in house music temples like NYC's Paradise Garage or Chicago's Warehouse - true havens for queer, black and Latino communities of both metropolis. Honey are urgent. They return to nourish their friendship with Lux - and to bring us all to a greater truth, one that can be danced to. Tickets only available at the door.
