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Macbeth (1971)
Macbeth

Macbeth (1971)

Pequeno Auditório

A adaptação de Polanski de uma das mais emblemáticas peças shakespearianas é certamente uma das mais inspiradas e visualmente fiéis recriações do espírito frio e bárbaro da tragédia original, sobre um ambicioso e implacável lorde escocês que, com ajuda da sua não menos cruel esposa e de um trio de bruxas, assume o trono da Escócia.
Várias vezes considerada mais realista que o original de Shakespeare, a versão de Polanski distingue-se por uma estética marcante, pelo seu tom lúgubre, sangrento e assustador, tornando audível e visível toda a violência que o texto original apenas sugeria. Tendo sido o primeiro filme realizado após o bárbaro assassinato de Sharon Tate, a mulher grávida de Polanski, há quem pense que o imaginário transposto para o filme esteja altamente influenciado por este episódio traumático da vida do realizador.
Outra nota estilística de Polanski neste filme foi ter transformado os solilóquios existentes na peça teatral na voz interior das várias personagens. Assim, no filme vamos percorrendo o pensamento e a paisagem interior das várias personagens, escutando-os como uma voz off.
Por não ter suscitado o interesse de nenhum grande estúdio para a produção de Macbeth, Polanski acabou por aceitar que o filme fosse financiado pela Playboy Enterprises e produzido por Hugh Hefner, o que talvez explique a desconfiança e fraca receção inicial do filme junto do público, tendo a crítica chegado a afirmar que se tratava do suicídio cinematográfico de Polanski. No entanto, o tempo consagrou a versão de Polanski com uma das mais relevantes e precisas adaptações jamais feitas de Macbeth.


Produção | CCB | Midas Filmes


Ciclo de Cinema William Shakespeare
Uma parceria CCB / Midas Filmes

É já longa a relação do cinema com a obra dramatúrgica de Shakespeare. O ciclo de filmes que agora se apresenta cobre um lapso temporal que vai de 1948, com o Hamlet de Laurence Olivier, um homem do teatro, até ao Romeu e Julieta, de Baz Luhrmann, de 1996, adaptação e releitura contemporânea de uma das histórias de amor mais marcantes da literatura ocidental. Se a questão das adaptações a partir da palavra escrita levanta sempre questões de fidelidade ao texto de partida – neste caso as peças de W. Shakespeare –, os filmes deste ciclo são a demonstração de que cada caso é um caso – uns mais próximos do pathos dos personagens, como nas adaptações de Laurence Olivier, e outros em que a linguagem cinematográfica parece afastar-se do texto original ou, ainda, em que o realizador opta por uma aproximação da linguagem ao universo teatral. No entanto, todos os filmes deste ciclo são a demonstração da genialidade de Shakespeare e testemunho do fascínio que a sua obra continua a exercer noutras artes.


Fonte: https://www.ccb.pt/Default/pt/Programacao/Cinema?a=1403
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