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Not Wisely, But Too Well  Curso Sobre William Shakespeare
The Chandos Portrait of William Shakespeare(1610),John Taylor (1585-1651),National Portrait Gallery(Londres, Reino Unido).Fonte:Wikimedia Commons

Not Wisely, But Too Well Curso Sobre William Shakespeare

No CCB

Um conhecido crítico literário explica num ensaio que, se se trocassem as personagens principais nalgumas peças de Shakespeare, a tragédia nunca teria lugar. Hamlet, um bom leitor de carácter, perceberia rapidamente as intenções perversas de Iago, em Othello, enquanto o Mouro de Veneza seria capaz de assassinar rapidamente Claudius, em Hamlet, evitando-se assim a calamidade. Nestas sessões conversaremos sobre as características de algumas personagens e o modo como estas parecem dar origem à tragédia, mas também permitem a cada personagem ter sentido de humor, ser valente e capaz de se vingar. Veremos que conhecer Shakespeare não nos ajuda a evitar tragédias pessoais, mas oferece-nos um conjunto de boas citações para, em caso de necessidade, nos sabermos consolar.

16 março | Ciúme
Em Othello, Much Ado about Nothing e Winter’s Tale, apenas para dar alguns exemplos, o ciúme é apresentado como uma forma de sobre-interpretação de sinais que existem, mas que não têm o sentido que estes intérpretes delirantes lhe atribuem. Nesta sessão vamos falar sobre o ciúme, «the green-eyed monster that feeds itself upon itself».

23 março | Sinceridade
A sinceridade costuma ser considerada uma virtude dos heróis, que não recorrem a subterfúgios de retórica, nem dizem a outros o que estes querem ouvir, mas, nalguns casos, deixa as personagens principais das tragédias em enormes sarilhos, como veremos nesta sessão, na qual conversaremos sobre Cordelia, em King Lear (mencionando também Coriolanus e Timon of Athens).

30 março | Lisonja
Ao contrário da sinceridade, a lisonja tem má fama, é «the court[’s] holy water» (3, 2, 10-11), como descrito em King Lear, ou «the monarch's plague, this flattery» (Sonnet 148). Shakespeare parece abominar os parasitas e os sicofantes, as pessoas obsequiosas e lisonjeiras. Nesta sessão falaremos sobre estas variantes da lisonja e sobre as suas consequências, bem visíveis em peças como Richard II.

6 abril | Ambição
A ambição pode ser considerada uma maneira de se chegar depressa a um sítio onde, de outro modo, se levaria muito tempo a alcançar. Assim parecem pensar os Macbeth, para quem o regicídio é considerado um salto no tempo: «We’d jump the life to come». Os Macbeth vão descobrir que é possível atalhar caminho, mas não evitar as consequências das suas escolhas.

13 abril | Amor
Para concluir as sessões, e depois de falarmos sobre vícios e desgraças, conversaremos sobre as várias formas de paixão amorosa presentes na obra de Shakespeare: dos Sonetos a Antony and Cleopatra, de Romeo and Juliet a Ophelia. Falaremos ainda sobre pessoas a quem não devemos pedir conselhos (como a Ama e o Friar em Romeo and Juliet) e sobre versos como «Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks / Within his bending sickle's compass come».

Maria Sequeira Mendes
Leciona no Programa em Teoria da Literatura (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Antes disso, foi professora no curso de Teatro da ESTC (Escola Superior de Teatro e Cinema). É investigadora na Universidade Católica Portuguesa (CECC), membro correspondente do Centre for Mediaeval and Early Modern Law and Literature (University of St Andrews) e membro dos Jovens Cientistas da Academia das Ciências. Foi Beufort visiting scholar em St John’s College, na Universidade de Cambridge (2016). Publicou nas revistas Law and Literature, Law and Humanities e Multicultural Shakespeares, entre outras. Prepara neste momento a publicação de The Ordeals of Interpretation e está a escrever um segundo livro sobre lisonja e Shakespeare. Nos tempos livres colabora com a companhia Teatro Cão Solteiro e é editora do site sobre poesia e crítica Jogos Florais.

Produção | CCB

For Goodness Sake - Ciclo William shakespeare

Revisitar Shakespeare é sempre um desafio, dada a proliferação de estudos universitários, encenações e adaptações que foram sendo feitas ao longo dos tempos pelos mais diversos discursos artísticos – do teatro ao cinema, do ensaio à literatura e à dança. Contudo, se a sua biografia ainda é terreno de polémicas, a sua obra continua a fascinar pelo que tem de avassalador na abordagem da natureza das paixões humanas e a suscitar releituras de criadores contemporâneos, que é o propósito deste ciclo.


Fonte: https://www.ccb.pt/Default/pt/Programacao/ConferenciasCursosEOutros?a=1480
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