Debate: Como pôr o sistema financeiro ao serviço do bem-comum?

O Comissário europeu Günther Oettinger disse acreditar que os mercados financeiros convencerão os eleitores a não votar em populistas. Foi repreendido pelo Presidente da Comissão e já se declarou arrependido. Mas todos sabemos que as instituições de Bruxelas, Berlim e Frankfurt confiam nos mercados financeiros para disciplinar a democracia italiana. No dia em que uma agência de notação financeira classificar como lixo a dívida italiana, os regulamentos do BCE impedem-no de comprar essa dívida e os juros tornam-se insustentáveis. Isso vergará qualquer governo crítico da UE que não esteja preparado para enfrentar os mercados e o BCE.
Portanto, na UE, a crise do euro e a crise da democracia são indissociáveis. Daí que nos pareça da maior actualidade discutir a seguinte questão:
“Como pôr o sistema financeiro ao serviço do bem comum?”