23:45 até às 06:00
LuXX #9 / I Was Here: Switchdance b2b Superpitcher b2b Barnt

LuXX #9 / I Was Here: Switchdance b2b Superpitcher b2b Barnt

Texto do João Botelho sobre o Switchdance:

"Ao mais novo coube o mais velho. Os bons romances policiais (Chandler) começam por vezes com uma frase singular: "A primeira vez que o vi, o que a vi, ele, ela, estava completamente fora de si...". Aqui devo começar assim: "A primeira vez que o ouviu, fiquei fora de mim...". Soube depois que o nome dele era Marco Antão, que tinha sido campeão nacional de skate e que o nome de guerra musical dele vinha de um movimento preciso da arte de deslizar sobre uma tábua com quatro rodas, um movimento tão rápido como elegante, não ao alcance de todos. E que de muito novo tinha outra paixão, maior, desmedida, a criação musical para que outros dançassem o que ele criava e escolhia. Não sei nada antes, talvez tenha começado no Purex, esse antro magnifico do bairro alto onde outros se iniciaram e onde ainda se pode ouvir e dançar boa música sobretudo as quartas e quintas. Sei também que aos 26 anos, em maio de 2010, entrou numa competição que iria escolher um novo DJ residente para o mítico Lux. "Muitos os chamados, muito poucos os escolhidos". Mais de mil potenciais DJ's apareceram e, justiça e sabedoria de quem julgou, o nosso Marco ficou em número um, digo em primeiro, e o Lux ganhou! Isto me contaram, não o vivi. 

Introvertido, tímido, nascido em Portugal mas de origem Indiana, cujo sangue não engana - "Oh Goa das raves loucas do seu norte!" - rompe, esfarrapa-se, desfaz-se em música, é melhor fechar os olhos, ouvir, e sem remédio, dançar. Tenho para mim que o modo de dançar uma música electrónica nos obriga a dividir o corpo em dois. Abaixo da cintura, pernas e pés, podem e devem marcar o ritmo, a batida, os baixos, e a parte de cima, os braços, o tronco, a cabeça, devem acompanhar a melodia, o encantamento harmónico. Palavra que não faço a menor ideia. Não é House, nem é Techno, é qualquer coisa de estranho, novo, para lá do que se espera. E aqui o corpo teria que se dividir em duas partes, que não há, a terceira devia acompanhar uma ideia de voo, só ao alcance dos bichos que têm asas. Eu que tenho um ouvido de tisico e uma ligação razoável entre o cérebro e o que resta do corpo, bem tento, mas é tão difícil! Dá trabalho, exige, surpreende e torna-se por vezes não alcançável. O que é bom. 
Um dia ele viu-me dançar a sua música e delicado, com decoro, pediu-me para deslizar entre árvores e pedras, na floresta de Sintra, transfigurada em cores quentes pelo Tita, com flores na cabeça, como um hippie tardio, e no limite do aceitável para um pai de filhos crescidos, aos sons de um seu tema original. 
Assim nasceu uma cumplicidade e foi o inicio de uma bela amizade. Filmei-o eu depois na sua caminhada para a construção do notável "Amolador", criado a partir desse magnifico som que nos acompanha desde infância e que, como aqueles animais raros, está em vias de extinção. Marco não é um DJ. É um compositor notável de música contemporânea. O seu novo remix “The Last Adventure Of Voodoo Houngan" é qualquer coisa de sublime. E, na sua procura constante, foi agora arrancar novos sons aos Balcãs onde as guerras começam e ao norte da América do sul onde os gritos de desespero se transformam na alegria da vida. Hoje, oito anos depois, o nosso SWITCH continua a crescer como um Imperador, fazendo girar a terra. Mas a sua música deslumbrante esconde uma lamina que rasga e inquieta. 
Assim é Marco: cria, compõe, toca, dá-me trabalho, faz-me dançar de um modo como eu nunca dancei."


 Superpitcher 
soundcloud.com/superpitcher_official
residentadvisor.net/dj/superpitcher

Aksel Schauffler aka Superpitcher equilibra-se entre a melancolia e o agito. Há muito que o aluno perfeito da alemã Kompakt criou a sua própria assinatura, minimal, com efeito, misturando sem esforço pop e techno, dub e house. Formando com o outro filho pródigo de Colónia - Michael Mayer - a robustez de Supermayer, e com somando a uma outra cara metade - Rebolledo - o genoma perfeito para a combinação Pachanga Boys, Superpitcher vinca bem o seu legado techno em faixas como “Heroin” ou “Mushroom”, mas reinventa-o a seu bel prazer, seja como produtor ou DJ. “Golden Ravedays” é prova disso: abrilhantado pela artwork do irmão Matthias Schaufler, lançado na Hippie Dance o ano passado e pronto dançar pela nossa pista dentro.


 Barnt
soundcloud.com/barntofmagazine
residentadvisor.net/dj/barnt

Barnt traz, sem fórmula alguma, o desassossego perfeito. Desde os 14 anos que o hoje bestie de Matias Aguayo - também editado pela sua Coméme - se virou para a electrónica, trocando entusiasticamente o piano pelos sintetizadores, os concertos rock e grunge da época por fugidas aos clubes, onde começou a estudar preparados lentos, paisagens sonoras de fuga surrealista, revestidas de psicadelismo e uma boa dose de estranheza techno que nos conduz a dança por horas, numa prova de corpo e mente bem calcados na pista. Sob batidas fortes, ganchos metálicos e com um punho minimal bem arremessado, Barnt lançou um poderoso Geffen em 2012 que marcou logo ali o percurso que aqui o traz de volta, sólido, maior: aplaudido por Daphni, Michale Mayer ou o próprio Aguayo, fez trilho na Kompak, Hinge Finger e na sua própria label - Magazine - com Jens-Uwe Beyer e Crato a bordo.


Textos: João Botelho e Ana Sofia Castanho
Artwork: Joana Torgal Marques


#luXXfragil



Bilhetes à venda apenas na noite do evento.



:::::::::: ENGLISH ::::::::::



Switchdance designs again an encounter of true sustenance, with a restless Barnt in one hand and dewy-eyed hedonist Superpitcher in the other. So, we let ourselves out, putting aside the vulnerabilities and letting the night pave the way.

Aksel Schaufler aka Superpitcher shuffles between melancholy and vibrance. It has been long now since Kompakt’s best freshman stressed his off-kilter sidling brand of minimal techno, a signature effortlessly combined with pop, dub and house. Teaming up with another Cologne’s prodigal son - Michael Mayer - to form Supermayer power-duo, and joining his other better-half - Rebolledo - to perform as Pachanga Boys, Superpitcher stands for his techno legacy with tracks like “Heroin” and “Mushroom”, but reinvents himself as both producer and DJ, constantly. His recently launched “Golden Ravedays” proves it: brightened by his brother Matthias Schaufler’s artwork, launched by Hippie Dance last year, this new baby is ready to be tested right on our dancefloor. 

Barnt comes in with his unique and formula-free recipe for the perfect unrest. From the tender age of 14, Matias Aguayo’s current bestie and Coméme mainstay has enveloped himself in the warm embrace of electronica, enthusiastically trading pianos for synthesisers and grunge rock concerts for sweaty nightclubs. It was here that he began to piece together his trademark concoction of slow, heady percussive elements and surreal psychedelic soundscapes, bringing a welcome dose of quirkiness to the world of techno. This fondness for the unconventional is the proverbial ace up his sleeve, one which he masterfully employs to seduce audiences for hours on end in marathon dance floor sessions that appeal equally to mind and body. His fusion of powerful beats, metallic hooks and a good pinch of minimalism was the secret behind his awesome 2012 opening salvo “Geffen”, which laid bare his statement of intent: He instantly garnered the admiration of likeminded peers such as Daphni, Michael Mayer or the aforementioned Aguayo and carved out a place for himself on Kompakt and Hinge Finger. Amid a relentless touring schedule punctuated by focussed bouts of studio work, he somehow found the time to start his own label - Magazine - alongside Jens-Uwe Beyer and Crato. 


Tickets only available at the door.
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