21:30 até às 23:00
Dois Narizes Num Mar de Plástico | Dia Mundial do Teatro

Dois Narizes Num Mar de Plástico | Dia Mundial do Teatro

Grátis
DOIS NARIZES NUM MAR DE PLÁSTICO

Dois palhaços estão perdidos num mar infinito, um numa ilha, outro nas ondas. O primeiro vai à pesca, o segundo sobrevive a boiar. Vem o isco e o quase afogado morde-o e é pescado. É pescado por quem? Pelo primeiro. Há tanto tempo no mar o segundo inchou, parece um bicho. Sabe-se lá se morde. O primeiro cheio de fome vai buscar uma faca, o outro quando a vê grita e foge. Afinal parece gente, bicho não é certamente. Mas tem de ser educado, primeiro o trote, depois as letras de um cão, senta, deita e rebola. Como faz tudo bem o palhaço que está seco, e está mais bem nutrido e vestido, dá ao outro um nariz de palhaço, promove-o a seu igual. O palhaço que era quase bicho volta a ser palhaço de corpo inteiro. Mas o primeiro quer que ele seja seu servo, que lhe sirva um capilé. Fica então o ex-afogado a fazer de criado. O outro, de casaca com galões dourados, adormece na sua cadeira de pescador, ao beber o capilé. Finalmente o palhaço ex bico e cão-valo está livre, está sozinho e descobre a arca dos prodígios e nela um instrumento musical e começa a tocar. E tudo se transforma no ar, o clima, as cores, estamos num mundo fantástico que música criou. O que dorme acorda meio sonâmbulo, vive um sonho ou está na realidade? Estará no país dos sons? E começa a cantar com o outro a canção dos dois palhaços que não eram amigalhaços mas que agora cantam juntos. De repente descobrem uma garrafa com uma carta escrita dentro sobre o golfinho voador. Essa carta diz que está escondido na onda mais alta da esquerda, está atrás da onda. Vão ter com ele e ele leva-os para a luz, subindo, voando, por dentro de um raio de luar. Em baixo, lá em baixo, que vêm eles e os seus narizes? Um mar de plástico. 

Clown metafísico é como Brecht, um escritor de peças de teatro, chamava karl Valentin, um palhaço alemão dos anos 20 do século passado. Ele chamava-lhe assim porque este palhaço fazia coisas disparatadas, imprevistas e muito mentais, sem sentido. Era capaz de pregar um prego numa parede imaginária ou vestir uma casaca pelos pés de maneira a não ser capaz de andar ou outras coisas que dão vontade de rir mas que normalmente não se fazem. Mas se dão vontade de rir e rir é bom porque é que não se fazem? 
A ideia nesta criação é de construir uma história com gestos, clownesca, quer dizer em linguagem de palhaços, feita com os gestos e os movimentos que são o vocabulário dos palhaços, dos clowns — cada grupo tem uma maneira de comunicar própria, uma língua, um vocabulário, os bichos também, o papagaio, ou o cão, os golfinhos ou as baleias, todos comunicam, têm vocabulários, os seus alfabetos — quando um cão dá à cauda de uma determinada maneira está contente. 
Este trabalho parte de improvisações com um guião que se foi transformando porque num trabalho de grupo, colectivo, é assim, cada um traz a sua ideia e vamos decidindo o que nos parece mais belo e adequado. Trata-se de um trabalho conjunto de escolher o que nos parece melhor. E o que será o melhor? O que seja bonito e adequado, como por exemplo fazer um sol de cartão que brilhe tanto como um sol porque muito bem desenhado e que ao mesmo tempo cumpra o seu papel numa caixa grande como é uma sala de teatro. Uma sala é uma caixa, um teatro é um paralelepípedo deitado, uma caixa de sapatos grande. Será assim? Onde se põe o sol? É como nos desenhos. uns põem mais no canto, outros mais ao meio. Pois, o sol parece que se mexe. Mas sabemos que é a terra que se mexe, não pára quieta. Onde pôr o sol?


FICHA ARTÍSTICA
Direcção e guião original de Fernando Mora Ramos
Criação conjunta: Nuno Machado, José Carlos Faria e Fernando Mora Ramos
Interpretação: José Carlos Faria e Nuno Machado
Figurinos: José Carlos Faria
Tratamento plástico e adereços: Margarida Dias Coelho | Mariana Sampaio
Consultor de movimento: Carlos Borges

27 de Março | Dia Mundial do Teatro

Sala com lotação reduzida 
Entrada livre condicionada aos lugares disponiveis

Informações e reservas: 262 823 302 | 966 186 871 
comunicacao@teatro-da-rainha.com | www.teatro-da-rainha.com
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