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Juntxs por Afrin! Contra o genocídio em Afrin! #WorldAfrinDay

Juntxs por Afrin! Contra o genocídio em Afrin! #WorldAfrinDay

Desde 20 de Janeiro de 2018, o cantão Curdo de Afrin no Norte da Síria é bombardeado pelo exército do Estado Turco de Erdogan. Isto, após a Rússia que controlava o espaço aéreo sobre Afrin ter negociado a abertura do espaço à aviação turca; acordo muito provavelmente negociado no encontro de Sochi, onde a Rússia, juntamente com o ditador-presidente Erdogan e com o regime Sírio de Assad, delinearam objectivos comuns para a região. As ocupações de vilas e os ataques a alvos civis demonstram bem o interesse da Turquia em aniquilar o povo curdo que vive naquela região. Actuando sobre o pretexto de estar a intervir para eliminar grupos terroristas, o Ditador Turco, apoiado pela extrema direita, tenta esmagar a autonomia que os Curdos conquistaram nas suas lutas contra o Estado Islâmico.

No dia 9 de Março as forças turcas cercaram a cidade de Afrin, capital do cantão de mesmo nome, e cortaram o fornecimento de água e electricidade à mesma, facilitando assim a sua invasão. Após 56 dias de resistência, e desde o dia 17 de Março, que a cidade de Afrin se encontra ocupada pelo Exército Turco e pelos grupos jihadistas que a Turquia apoia no Norte da Síria: as FSA - constituídas por membros do Estado Islâmico, da Al-Qaeda na Síria e da Al-Nusra; FSA que Erdogan usa para se defender da crítica interna ao ataque a Afrin, argumentando com o baixo número de baixas militares turcas sentidas durante a invasão (dado que as FSA, com cerca de 25 mil membros antes da invasão, actuam como primeira onda de ocupação do território Curdo). Desde o início da invasão, mais de 230 civis (os números sobem para cima de 500 se considerarmos xs membrxs das unidades de defesa popular e das unidades de defesa das mulheres de Rojava), foram assassinadxs, entre xs quais 34 crianças e 29 mulheres. Os números de feridos ascendem acima de 600.

A cidade chegou a albergar 850.000 pessoas no seu núcleo urbano, deslocadas das suas vilas em Afrin após o início da invasão turca. Durante vários dias estas estiveram sem acesso a água potável ou electricidade, medicação, e sujeitas a carências alimentares devido aos ataques das forças de ocupação turcas a fontes de abastecimento de água potável, padarias e hospitais. Para se defenderem, muitas delas formaram escudos humanos nas zonas visadas pelos bombardeamentos para tentarem limitar a acção da aviação turca e contaram com a solidariedade de comboios de apoio por parte de populações de outras zonas de Rojava. Tudo isto não parou a invasão Turca.

Nos dias antecedentes a 17 de Março, xs habitantes de Afrin decidiram evacuar a cidade na iminência de ocorrer o genocídio pretendido pelo Estado Turco e pelas proxies jihadistas. As pessoas que conseguiram fugir da cidade estão refugiadas no Sul do cantão de Afrin enquanto o Estado Turco avança dia após dia, aumentando o seu domínio sobre a região. Intensifica-se a crise humanitária em Afrin, com centenas de milhares de pessoas, deslocadas, a procurarem resistir no limite da exaustão material, física e mental, contra o plano histórico de limpeza étnica e cultural prosseguido pelo Estado Turco na região de maioria Curda. Tudo isto enquanto vigora um suposto cessar-fogo de 30 dias instituído pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para todo o território, aprovado a 24 de Fevereiro de 2018, e que termina a 24 de Março.

Apesar da situação descrita, na semana passada a Comissão Europeia transferiu uma nova tranche de financiamento para a Turquia, no valor de 3 mil milhões de euros, sob o pretexto de que este dinheiro sirva para criar campos de acolhimento para refugiadxs ao longo das fronteiras turcas, (que facilmente se transformarão em campos de concentração); estes campos terão em vista o ‘acolhimento’ destes refugiados produzidos pela invasão Turca do cantão de Afrin. Tudo isto é proposto, adicionalmente, conhecendo-se o ambiente xenófobo e genocida que se vive na Turquia relativamente axs Curdxs, e que já legitimou a ocupação militar e o arrasamento de povoações inteiras nas zonas de maioria Curda no Sudeste da Turquia, como a cidade de Sur, em Diarbakir, em 2015. 
À semelhança do anterior financiamento da Comissão Europeia à Turquia, que se destinou a que a Turquia fizesse o trabalho sujo de impedir xs refugiadxs que fugiam dos conflitos na Síria de chegarem à Europa, e que foi maioritariamente utilizado pela Turquia para a compra de material bélico a membros da NATO e à Russia, e para o recrutamento e preparação de jihadistas árabes em campos de treino no sul da Turquia, esta nova tranche de dinheiro será novamente utilizada pela Turquia para reforçar o seu arsenal militar e para continuar o apoio logístico aos grupos jihadistas, renomeados FSA, que introduz continuamente no Norte da Síria.

No que ao armamento respeita, Alemanha, Reino Unido, EUA, Itália, França e Rússia tem ao longo do conflito Sírio efectuado várias vendas de armamento à Turquia, que detém o 2º maior exército da NATO. Só a Alemanha autorizou nos últimos dois meses 31 novos contratos de venda de equipamento militar à Turquia, com enfâse na venda de tanques - estes que têm sido utilizados recorrentemente na invasão de Afrin.
Drones, bombas, caças e mísseis fazem parte do restante do armamento vendido à Turquia.

O Estado Português, os Estados da União Europeia e os seus órgãos decisórios, a NATO e o silêncio da ONU e dos seus Estados integrantes, e a Rússia, são todos cúmplices deste genocídio. São também responsáveis os bancos e as empresas de armamento que financiam e que disponibilizam a venda deste material bélico para o exército Turco; também o é novamente o Estado Alemão, porque além de permitir e incentivar os contratos, ainda censura o movimento Curdo na Diáspora, impedindo marchas e manifestações no seu país e intimidando agências de media Curdas. 

O que o Estado Turco está a fazer em Afrin é um ataque às conquistas do povo Curdo: a organização democrática, o respeito pela convivência pacífica, a cooperação multiétnica e multirreligiosa, a libertação da mulher e a prática ecológica. É, portanto, um ataque a toda a humanidade livre e à dignidade de cada umx de nós! É um ataque à Utopia e ao sonho de um mundo diferente, que é possível se estivermos dispostxs a nos organizarmos nas nossas comunidades, localmente e em todo o mundo, para nos defendermos do imperialismo e da violência patriarcal do estado-nação! Outro mundo é possível se estivermos dispostxs a defendê-lo todxs juntxs! Lutando enquanto seres livres, enquanto comunidades livres!

O silêncio da media ocidental foi absoluto até ao dia em que a capital de Afrin caiu! e mesmo assim, as poucas referências que Afrin recebe agora, são vagas, pouco informativas e procuram neutralizar as responsabilidades das agressões imperialistas, e colonialistas, dos vários Estados envolvidos na invasão! Muito menos se ouve algo sobre as propostas revolucionárias do povo Curdo, que estão a ser esmagadas neste momento! É preciso tornar visível quem são os responsáveis por este genocídio e fazer pressão em toda a parte do mundo para que haja um boicote à Turquia! É preciso que esta seja visibilizada enquanto criminosa e genocida aos olhos do mundo! É preciso sobretudo que se tome ação imediata para salvar as vilas que restam deste cantão e as centenas de milhares de pessoas que estão lá refugiadas! É preciso reivindicar por uma #NoFlyZone sobre Rojava e Afrin!

Por tudo isto o dia 24 de Março foi convocado como o Dia de Acção Global por Afrin! 

Nesse mesmo dia estará a decorrer o 1º Festival de Cinema Curdo em Lisboa, no Cinema São Jorge. 

Chamamos a todas as pessoas e coletivos solidárixs com a resistência do povo Curdo e das pessoas de Afrin para que no próximo dia 24 de Março pelas 17h00 estejam presentes na praça em frente ao Cinema São Jorge, solidárias e em luta com o povo Curdo!

!Contra a agressão militar Turca ao cantão de Afrin!, !Contra o Imperialismo Internacional!, !Contra o Estado-Nação e a sua Violência, Patriarcal, Militarista e Genocida!, 

Bijî berxwedana Efrîne!				Viva a resistência em Afrin!
Jin, Jiyan, Azadi!						Mulher, vida, liberdade!

#BreaktheSilence!
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