20:00 até às 23:00
Clube de leitura - dinamizado pela Dra. Rute Cerqueira

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Grátis
Livro: «A carne» de Rosa Montero
 
A angústia de amadurecer/envelhecer e o fogo vivo da ânsia de amor, expressão de vida plena.
Uma mulher fora das normas sociais. Encantadora e sedutora, curadora duma exposição sobre literatura, revê a sua vida de rejeição e abandono e o seu medo permanente de fracasso profissional e emocional sob as sombras duma paixão inesperada.
A escritora, Rosa Montero,  no seu livro com traços autobiográficos «A louca da casa» refere:
«Os homens de quem gosto, ou melhor dizendo, os homens por quem me perco, reúnem todos eles, que eu saiba três condições concretas. Em primeiro lugar são bonitos, envergonha-me reconhece-lo mas é assim. Segundo, são inteligentes: se o mais bonito do mundo diz uma imbecilidade, transforma-se num pedaço de carne sem substância. E agora vem o elemento fundamental, o terceiro elemento que fecha o ciclo de sedução como que fecha o cadeado: são indivíduos com uma patologia emocional que os impede de revelar os seus sentimentos.  Ou seja, são os tipos duros, frios, reservados, ariscos, em quem julgo adivinhar um interior de imensa ternura que não consegue encontrar a via de saída» … A Marca é assim, uma tirana.»
Soledad, a protagonista do romance «A carne», é,  na vertente emocional, um alter-ego de Rosa Montero.  Sofre do desejo da Marca, da atração do abismo. 
O desenlace trágico dos amores infelizes é vivido em paralelo na literatura, na exposição esboçada por Soledad «Escritores Malditos»:  loucos, homicidas e suicidas são o pano de fundo e a linha condutora da paixão anacrónica da intelectual e sofisticada Soledad pelo  precário emigrante russo, Adam.
O  romance é um hino à maturidade,  à sua característica dissociação corpo mente - os desejos jovens em corpos maduros – e à consciência aguda dum passado irremediável e um futuro de curto/médio prazo ainda para cumprir com esperança.
Na sociedade ocidental, que glorifica a juventude em todas as suas expressões, a fatia de pessoas na maturidade tem gradualmente crescido tendendo a formar, com o aumento da esperança de vida, um segundo patamar de juventude. A forma de lidar com os desejos, ansiedades e projeções no futuro cada vez mais longo deste grupo será um dos desafios das futuras sociedades desenvolvidas.
Para quem já se encontra na 2ª juventude, se tem a sorte de partilhar as angústias existenciais de Soledad, pode encontrar saídas ou no mínimo congratular-se por viver, ainda que o preço seja sempre a dor; a primeira juventude pode tomar consciência de que as capas de resignação e conformismo estão démodés, arrumadas no baú de recordações das avozinhas do século XX.        

Rute Cerqueira

público-alvo: maiores de 18 anos
entrada: gratuita, com inscrição prévia
organização: biblioteca municipal
dinamizado por: Rute Cerqueira

contacto para informações: 256 377030 monicagomes.biblioteca@cm-feira.pt
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