18:00 até às 20:00
Sammy Baloji & Filip de Boeck - Urban Now: City Life in Congo

Sammy Baloji & Filip de Boeck - Urban Now: City Life in Congo

URBAN NOW: CITY LIFE IN CONGO
Sammy Baloji & Filip De Boeck
Curadoria: Devrim Bayar

Inauguração 23 de março :: 18h00 + Visita Guiada pelos artistas e curadora :: 18h30
24 março a 17 junho 2018
Galeria Av. da Índia

As Galerias Municipais inauguram no próximo dia 23 de março, pelas 18h00, na Galeria Av. da Índia, a exposição Sammy Baloji & Filip De Boeck - Urban Now: City Life in Congo, com Curadoria de Devrim Bayar. Esta exposição, composta por dois filmes e uma seleção feita a partir de 55 fotografias, foi originalmente organizada pelo WIELS Contemporary Art Centre, de Bruxelas.  A sua presença em Lisboa, proporcionada pelas Galerias Municipais EGEAC, faz parte de uma itinerância que passou por Nova Iorque (Open Society Foundations) e Toronto (The Power Plant). 
A inauguração conta com uma Visita Guiada à exposição, às 18h30, orientada por Sammy Baloji, Filip De Boeck e pela curadora, Devrim Bayar. 

Em URBAN NOW: CITY LIFE IN CONGO, o artista visual Sammy Baloji e o antropólogo Filip De Boeck utilizam a fotografia e o vídeo para explorar o modo como as populações imaginam e vivem as cidades e as novas extensões urbanas da República Democrática do Congo.

Nas discussões em curso sobre o caráter único da cidade africana, arquitetos, planeadores urbanos, sociólogos, antropólogos e demógrafos dedicam particular atenção às formas construídas e às infraestruturas materiais das cidades. A arquitetura tornou-se uma questão central na reflexão sobre como planear, construir, sanear, transformar e imaginar novos paradigmas urbanos para a cidade africana do futuro.

Muito frequentemente, estes novos futuros urbanos manifestam-se sob a forma de painéis e anúncios publicitários. Inspirados nos modelos do Dubai e de outros efervescentes centros urbanos recentes, estas imagens promocionais constituem uma exibição estética da modernização como espetáculo. Imagens de condomínios fechados e de cidades-satélite de luxo destinadas a uma (hipotética) classe média-alta local alimentam novos sonhos e esperanças, mesmo se as cidades que propõem originam invariavelmente novas geografias de exclusão.

Em forte contraste com estas recodificações neoliberais das modernidades colonialistas iniciais, a infraestrutura atual de Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo, apresenta uma natureza diferente. O património edificado colonial encontra-se amplamente degradado. Infraestruturas materiais em declínio e uma economia da escassez estabelecem fisicamente os limites do possível no presente. Ao mesmo tempo, geram também outras possibilidades que permitem à população urbana criar novos espaços sociais que contornam e ultrapassam o esgotamento e a exclusão.

Esta exposição reflete sobre estas diversas narrativas da construção do lugar urbano. Subjacente a grande parte da exploração de Baloji e De Boeck encontra-se a metáfora do “buraco” (libulu em Lingala, a língua franca de vastas áreas do Congo). São investigadas as lacunas físicas e sociais existentes em Kinshasa, e para lá dela, e explorado onde e como a população as transforma em vias para novas formas de criatividade, interatividade e convivialidade.

BIOGRAFIAS:
Sammy Baloji (n. 1978, República Democrática do Congo, vive e trabalha em Lubumbashi e Bruxelas). A etnografia, a arquitetura e o urbanismo são focos temáticos chave da prática artística de Baloji, que reúne fotografias, vídeos e documentos de arquivo relacionados com a história colonial. A sua leitura do passado congolês é uma forma de analisar a atual identidade africana, através do prisma dos diferentes sistemas políticos que a nossa sociedade experimentou. Em 2010, Baloji fundou a organização sem fins lucrativos Picha ('Imagem' em Swahili) como parte de uma iniciativa coletiva, que organiza a Bienal Rencontres Picha em Lubumbashi e apoia o desenvolvimento de práticas artísticas locais. Baloji esteve presente em inúmeras exposições individuais e coletivas em todo o mundo. Em 2015, o seu trabalho foi apresentado na 13ª Bienal de Lyon, “La Vie Moderne”, com curadoria de Ralph Rugoff; na 56ª Exposição Internacional da Bienal de Veneza, “All the World’s Future’s”, com curadoria de Okwui Enwezor e na “Personne et les autres”, com curadoria de Katrina Gregos, para o Pavilhão belga na Bienal de Veneza. Recebeu vários prémios, incluindo o Chevalier des Arts et des Lettres (2016), Smithsonian Artist Research Fellowship (2015) e o 2014 Rolex Mentor e Protégé Arts Initiative Award, em parceria com Olafur Eliasson.

Filip De Boeck (n. 1961, Bélgica, vive e trabalha em Bruxelas). Como coordenador de investigação do Instituto de Pesquisa Antropológica em África da Universidade de Leuven, o professor Filip De Boeck está ativamente envolvido no ensino, promoção, coordenação e supervisão da pesquisa sobre e em África. Desde 1987, realizou extensas pesquisas de campo em comunidades rurais e urbanas na R. D. Congo (ex-Zaire), começando em comunidades rurais na província de Bandundu (1987-1995), seguindo-se pesquisas de longo prazo em Kinshasa e outras cidades secundárias, como Kikwit (de 1995 até hoje). Os seus interesses teóricos atuais incluem subjetividades de crise locais, memória pós-colonial, juventude e política de cultura e a transformação do espaço privado e público no contexto urbano africano. De Boeck publicou extensivamente sobre esses tópicos. Em 2004, juntamente com o arquiteto e crítico Koen Van Synghel, organizou uma exposição, "Kinshasa: The Imaginary City", para a 9ª Bienal Internacional de Arquitetura em Veneza. Esta exposição recebeu o Leão de Ouro para a melhor instalação. Em 2010, estreou "Cemetery State", um documentário de 70 minutos que examina a política de morte da juventude urbana num cemitério de Kinshasa.

Devrim Bayar (b. 1980, Bélgica, vive e trabalha em Bruxelas). É curadora do WIELS Contemporary Art Center, onde organizou as exposições individuais de Pierre Leguillon, Helena Almeida, Daan van Golden (retrospetiva), Thomas Bayrle (retrospetiva), Allen Ruppersberg, Robert Heinecken, além de coletivas como “Something Stronger Than Me”, explorando desenvolvimentos recentes em práticas artísticas colaborativas, ou “Un-Scene”, com foco na cena emergente da arte visual da Bélgica. Atualmente está a fazer a curadoria da exposição retrospetiva de René Daniëls, “Fragments from a Unfinished Novel”, bem como uma pesquisa sobre a carreira do artista belga Benoît Platéus. Em 2016, coorganizou o festival Indiscipline, no Palais de Tokyo, apresentando a cena artística emergente das artes visuais e performativas de Bruxelas. Bayar é a fundadora da plataforma editorial e de curadoria Le Salon, dedicada à cena artística de Bruxelas.

A exposição pode ser vista de terça a domingo das 10h às 13h e das 14h às 18h.
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