Os Burgueses Famintos nasceram de forma quase acidental, sem que se precisasse de fazer luz numa noite perdida e enterrada de 2014. Os burgueses são Manuel Molarinho (baixo) e João Silveira (voz), famintos e entregues a um delírio textual e sónico captado ao primeiro take.
O improviso é a regra, o erro é estrutural e a tensão subjacente a este diálogo – em que o baixo e a voz ocupam o mesmo plano de importância – é o combustível de um exercício ora sombrio, ora palpitante.
A dupla apresenta no Teatro Aveirense o sucessor de SAMO (lançado em CD pela ZigurArtists e em livro pela A Tua Mãe*) acompanhado pela instalação visual, preparada e interpretada em tempo real pelo artista plástico João Pedro Fonseca. Abstracta na sua natureza, a instalação coloca-se como mais uma fina camada desta pele áspera e febril dos Burgueses, com os visuais lamacentos e químicos a fundirem-se não só com o som saído do solitário baixo-mutante mas também a absorverem os próprios intérpretes, fundindo carne com pixel num devaneio de imersão.
Entrada: 3€
Pack Há Noite, no Estúdio + Novas Quintas: 6€
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