Ivone, Princesa de Borgonha de Witold Gombrowicz A comédia, assim definida pelo autor, que Luísa Costa Gomes traduziu, é uma paródia shakespeariana com uma estrutura dramática clássica. A encenação é de António Pires, que conta com a versátil e excelente actriz Maria João Luís que regressa ao palco do Teatro do Bairro. No elenco, a par dos actores da Companhia do Teatro do Bairro, estão também actores convidados, como Marcello Urgheghe, João Barbosa, Nuno Casanovas e Alexandra Sargento que, ao longo dos anos, têm integrado pontualmente os espectáculos do encenador, sendo seus cúmplices na linguagem cénica e forma de estar em palco. Num tempo indefinido e num reino imaginário, conta-se a história de Ivone, uma jovem plebeia insignificante, taciturna e feia, calada e apática, que o filho do rei pretende para sua noiva, mas cuja passividade desperta os mais recônditos impulsos assassinos da corte. O príncipe herdeiro do trono, sofre de fartura. Mimado pelos pais, com uma educação esmerada e com um futuro brilhante, tudo pode ter. Acreditando ser o destino, encalha em Ivone, a aventesma queda e muda, surpreendendo-se a si próprio. Contra o protocolo real, envolve-se com Ivone, decidindo casar com ela, perante a perplexidade dos pais e a troça dos amigos. Ridicularizada pelos cortesãos, e apesar das repetidas tentativas, ninguém consegue fazê-la falar e a tensão vai subindo. Ivone continua muda e o seu silêncio é encarado como uma provocação. Até que se descobrem segredos macabros supostamente bem guardados. “…Feita à maneira de uma tragédia clássica, Ivone tem os seus quatro actos e acaba… enfim, logo verão como acaba. Basta dizer que “bestialidade, selvajaria, idiotice e falta de sentido não param de crescer ao longo de toda a peça”. Como todos os grandes textos, IVONE é também ele, implacavelmente obtuso. Parece encarrilar numa rota de racionalidade delirante em que tudo é necessidade. Quando nos parece que vislumbrámos o sentido da “explicação”, caímos no buraco de outras tantas leituras possíveis. … Que espécie de coisa é esta paródia de tragédia, que parece mais leve do que realmente é, bem mais profunda e complexa do que aparenta ser, talvez num movimento palaciano de dissimulação dos horrores sobre os quais assenta todo o poder…” Luísa Costa Gomes De destacar a cenografia de João Mendes Ribeiro, premiado arquiteto e cenógrafo, que, pela qualidade e dimensão, conduz orgânica e naturalmente os actores a uma fisicalidade específica, conferindo ao espetáculo uma plasticidade determinante, elevando-o a um patamar que se distancia de outras produções. FICHA TÉCNICA Ivone – Princesa de Borgonha, de|by Witold Gombrowicz Encenação|Directed by: António Pires� Tradução|Tranlated by: Luísa Costa Gomes� Com|Cast: MARIA JOÃO LUÍS,MARCELLO URGEGHE,JOÃO BARBOSA,MÁRIOSOUSA,ALEXANDRA SARGENTO HUGO MESTRE AMARO, CLÁUDIA ALFAIATE,NUNO CASANOVAS,FRANCISCO VISTAS,CAROLINA CAMPANELA Cenografia|Set design: João Mendes Ribeiro, Figurinos|Costumes: Luís Mesquita,�Adereços|Props: Carla Freire, Caracterização|Make-up: Ivan Coletti,�Luz|Lighting: Rui Seabra, Assistente de iluminação| Lighting assisting: Cláudio Marto, Música|Music: Paulo Abelho,�Assistente de som|Sound assisting: Guilherme Alves, Ilustração| : Joana Villaverde, Produção executiva|Executive production: Ivan Coletti,�Comunicação|Communication: Maria João Moura, Produtor|Producer: Alexandre Oliveira� Produção|Production: Ar de Filmes / Teatro do Bairro Co-Produção|Coproced by: Teatro Nacional São João Agradecimentos|Thanks to: Carlos Avilez TNDMII. M/12 anos Teatro do Bairro Rua Luz Soriano, 63 1200-246 Lisboa 21 Mar/Mar - 8 Abr/Apr Qua/Wed - Sáb/Sat . 21:30 Dom/Sun . 17:00 12€ . 6 € (<25, >65 e profissionais do espectáculo). 5€ (portadores de Cartão de Amigo e qua|wed, dia do espectador) Dur./Paying time: aprox. 100 min. Mais informações em www.teatrodobairro.org