18:30 até às 20:00
Apresentação do livro Exílios 2,Testemunhos de Exilados

Apresentação do livro Exílios 2,Testemunhos de Exilados

Apresentação do livro Exílios 2., Testemunhos de Exilados e Desertores Portugueses na Europa (1961-1974), Edição AEP - Associação de Exilados Políticos Portugueses

Apresentação a cargo de José Manuel Cordeiro - CICS.NOVA_Uminho

"Este livro masceu este projecto de conversas entre amigos e antigos camaradas que pensaram ser importante dar a conhecer memórias e histórias do seu exílio. Um projecto tão antigo como o 25 de Abril. Morreu um de nós e resolvemos, em silêncio, “enterrar” o projecto com ele. Não deliberámos em conjunto, mas sabíamos que esta era a melhor opção. Durou anos, o nosso “luto”. Os arquivos foram acumulando poeira, as memórias ficando mais cinzentas, um doce e acre esquecimento pousado nas prateleiras.

Foram anos difíceis, os do exílio. As histórias que se seguem, dão conta disso. Sem alardes heróicos, sem falsas modéstias. Histórias nuas e cruas de uma geração que não pactuou com o regime fascista nem com a guerra colonial. Quem escreveu este livro, são homens e mulheres que participaram de forma activa neste universo, actuando nos territórios de exílio em coerência com a sua opção de recusar umas forças armadas, envolvidas na guerra colonial e, simultaneamente, junto das comunidades emigradas na Europa, denunciando a carácter fascista e colonialista do governo português. As mulheres têm aqui um lugar especial. Não sendo naturalmente “desertoras” do exército, pautaram a sua condição de exiladas, numa escolha que foi sua, por uma intervenção militante muito próxima dos desertores e refractários. Os seus testemunhos completam e revisitam muito daquilo que os seus camaradas e companheiros de então, nos relatam nos seus textos. Ler o que aqui se conta, permite-nos superar a mera enunciação das escolhas políticas, partilhadas por todos e comuns a tantos outros jovens, que escolheram a via do exílio para não fazer a guerra e continuar o combate. Reconhecendo o seu quotidiano e, através desse conhecimento, poder confirmar que o caminho que escolheram não foi o mais fácil. Foi uma geração que saiu, para voltar, com a ideia de poder derrubar um regime podre e repressivo, policial e agressor. Uma geração anti-militarista, nem sempre compreendida pelos militares que fizeram a revolução, para quem a deserção foi um assunto “tabu”. De facto, quando na noite do 25 de Abril, vimos nas televisões europeias as imagens da Junta de Salvação Nacional, tememos o pior. Aquelas figuras fardadas, de óculos escuros, recordavam-nos situações semelhantes de outros golpes militares noutros continentes. Mas, não foi assim. Este livro é também a prova de que não foi assim. 25 de Abril, sempre!"
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