O LuxFrágil já é LuXXfrágil, porque foi há 20 anos que, no Cais da Pedra, se acreditou que podia existir outra Lisboa. Lisboa já é outra e o Lux continua a alumiar. É isso que queremos festejar em 2018 e é por isso que, ao longo de todo o ano, iremos convocar vários cúmplices que fazem parte desta história: para a celebrar connosco, através de um conjunto de noites especiais. A primeira aconteceu em Janeiro com os 2manydjs, a segunda - ainda fresca nas nossas memórias - foi dedicada aos residentes Yen sung e Pinkboy, chega agora a vez de escrevermos mais um capítulo da nossa história com Michael Mayer. Rui Vargas abre a Disco antes do live de Fantastic Twins. No Bar, dois essenciais: San Soda e Yen sung. Vamos celebrar e dançar até ser dia. No LuXXfrágil. It’s a new dawn it’s a new day. Michael Mayer soundcloud.com/michael-mayer-kompakt residentadvisor.net/dj/michaelmayer Continuamos a acreditar firmemente naqueles que nos fazem sonhar. O poder que um DJ exerce sobre uma sala pode ser algo de maravilhoso. É preciso estarem reunidas algumas condições, a começar pelo DJ em si: ele próprio tem de acreditar no especial que a experiência da música de dança pode ser. E nós não duvidamos, nunca duvidamos, de Michael Mayer. Desde o fim dos anos 80 que foi aprendendo a ver os outros. E quando os outros já não o satisfaziam, então descobriu-se a si próprio e moldou o seu som. O mesmo que hoje nos transmite em essência, mutado, aperfeiçoado, nunca estagnado. É obrigatório sorrir de contentamento quando sabemos que o seu objectivo nisto de tocar discos uns a seguir aos outros é fazer-nos dançar com a sua música favorita e injectar alguma felicidade e espiritualidade nas nossas vidas. Uma premissa tão altruísta e tão aparentemente simples que nos faz saber que estamos em boas mãos. Patrão da Kompakt, editora fundamental que se movimenta num amplo espectro sonoro, lançou o ano passado uma compilação da série DJ Kicks, para a K!7. Oportunidade para espreitarmos um pouco do seu imaginário enquanto DJ, mas será apenas mesmo só espreitar: o contacto real tem de acontecer ao vivo. Porque Michael Mayer tem o dom raro de pegar no melhor do House e Techno, nas suas variadas formas, e juntá-los numa narrativa que nunca se perde ou torna confusa. Com ele, tudo parece acontecer no momento certo – e acontece. Acolhê-lo de volta é sinónimo de alegria imensa, e garantia de uma noite que ultrapassará Santa Apolónia e se instalará nos nossos corações durante bom tempo. Fantastic Twins live soundcloud.com/fantastictwins residentadvisor.net/dj/fantastictwins O nome engana um bocadinho. Fantastic Twins não são gémeos, nem sequer duas pessoas – mas guardamos a parte do “fantastic”. Julienne Dessagne era metade da dupla Saschienne, agora em explorações a solo sob um nome que adjectiva à partida a música que faz. Com edições na Optimo Music, Hippie Dance e até uma colaboração com Superpitcher na Kompakt, Fantastic Twins anda a tomar agora as pistas de assalto, com uma actuação em formato “live act” para nos mostrar intimamente a sua música. Com gosto especial pelo som dos sintetizadores analógicos, propõe-se a libertar-nos a mente – e o corpo logo de seguida. Embora se defina mais como ligada à paz do estúdio, reconhece algo de sobrenatural em interagir com o público a partir do palco. Sorte a nossa, certo? Tempo de recebermos Julienne e a sua vontade de mostrar uma alternativa Techno que soa orgânica, psicadélica, e sem dúvida fora de qualquer caixa. San Soda soundcloud.com/san-soda residentadvisor.net/dj/sansoda O verdadeiro “digger”. Se há coisa que faz o holandês Nicolas Geysens, San Soda, feliz, é estar rodeado de vinil. Tudo o que faz na vida é acerca de se rodear de música que o faz radiante, e partilhá-la com os outros. Talvez isso justifique os mais de 15000 discos que tem na sua colecção, perpetuamente comprando e vendendo como forma de controlo de qualidade. Não é só colecionar discos, não, há que manter apenas aqueles com que está absolutamente satisfeito. Com uma colecção que abrange praticamente tudo o que possamos imaginar, é difícil não ficarmos curiosos com o que nos vai brindar nesta noite aqui no bar do Lux. Ele que também faz música (sozinho, remisturando, ou com Red D na dupla FCL) diz-se no entanto DJ em primeiro lugar. Um DJ dedicado, que reconhece uma obrigação de dar tudo de si ao público que tem pela frente. Porque a actuação de sonho é aquela que vem no próximo fim de semana, todos os fins de semana. Podemos esperar San Soda no pico das suas habilidades e criatividade para trazer House, Techno, Funk, Soul, Disco, e tudo o que mais quiser, aqui a Santa Apolónia. Uma noite cintilante. Textos: Inês Duarte #luXXfragil Bilhetes à venda apenas na noite do evento. :::::::::: ENGLISH :::::::::: Michael Mayer We firmly believe in those who make us dream. The power that a DJ has over a room can be wonderful. A couple of factors come into play, starting with the DJ itself: he needs to believe in how special the dance music experience can be. We don’t doubt, we never doubt Michael Mayer. Since the late 80s, he started learning by watching others. And when others stopped being enough, he found himself and shaped his sound. The same sound he still conveys to us in its essence, mutated, perfected, never standing still. It’s obligatory to smile of contentment when we realize his point of playing records one after the other is to make us dance with his favourite music and inject some happiness and spirituality in our own lives. Something so unselfish and apparently simple that lets us know we’re in good hands. The boss of Kompakt, a fundamental label which moves across a broad spectrum of sound, he released just last year a DJ Kicks compilation for K!7. That’s an opportunity for us to take a peak into his DJ ability, but that’d be really just taking a peak: the true magic happens live. Because Michael Mayer has the rare gift of taking House and Techno, in their various unique forms, and putting them together in a way that never gets confusing or loses its plot. With him, everything seems to happen at the right time – and it does. Welcoming him back is synonymous with great joy, and the guarantee of a night that will go beyond Lux and settle in our hearts for time to come. Fantastic Twins The name is a little bit misleading. Fantastic Twins are not twins, not evern two people – but we’ll keep the “fantastic” parte! Julienne Dessagne was half of the duo Saschienne, now going solo under a moniker that contains the right adjective for her music. Releasing on Optimo Music, on Hippie Dance and with Superpitcher on Kompakt, Fantastic Twins is now taking her trade into dancefloors to intimately show us her music. With a special liking for analogue synthesizers, she sets out to free our minds - and bodies shortly thereafter. Although she defines herself as more connected with the peace of the studio, she recognizes something supernatural about interacting with the audience from the stage. Lucky us, right? It’s time to embrace Julienne and her willingness to provide a Techno alternative which sounds organic, psychedelic and outside any boxes. San Soda The true “digger”. If there’s something that makes the dutchman Nicolas Geysens, San Soda, happy, is to be surrounded by vinyl. Everything he does in life is about surrounding himself with music that makes him blissful, and sharing it with others. Maybe that justifies the more than 15000 records he keeps in his collection, perpetually buying and selling them as a form of quality control. He doesn’t just collect records, no, he keeps only those with which he’s absolutely pleased. With a collection spanning practically everything we can imagine, it’s hard not to be curious about what he’ll spin here at Lux. While he also makes music (solo, remixing, or together with Red D as the duo FCL), he defines himself as a DJ first. A dedicated DJ, recognizing the duty to put himself fully into the performance for the audience. Because his dream gig is the one taking place next weekend, every weekend. We can expect San Soda at the peak of his abilities and creativity to bring us slices of House, Techno, Funk, Soul, Disco and anything else he might feel like. A shiny night. Words: Inês Duarte Tickets only available at the door.
