19:00 até às 21:00
Marcha + Greve Internacional de Mulheres

Marcha + Greve Internacional de Mulheres

No dia 8 de Março, dia Internacional das Mulheres, associamo-nos ao apelo internacional e convocamos uma Greve ao Trabalho Doméstico não remunerado. Apelamos também à participação na Marcha Todas as Vozes Contam, que começa às 19 horas na Praça dos Poveiros.

GREVE INTERNACIONAL DE MULHERES
MARCHA TODAS AS VOZES CONTAM | PRAÇA DOS POVEIROS | 19 HORAS

 Contaremos com a participação da Batucada Rosa (Associação Cultural Batucada Radical ) 

As mulheres são mais de metade da humanidade. Em Portugal, representamos cerca de 52.6% da população residente. Somos o grande contingente das pessoas sem nenhuma escolaridade (71.2%), mas também as que mais concluíram o ensino superior (60.9%). Apesar de ter havido um ligeiro crescimento da partilha da licença de parentalidade, as diferenças continuam a ser gritantes: em cada 100 crianças que nasceram em 2015, houve 85,4% de mulheres que gozaram a licença de parentalidade e só 27,5% de homens partilharam essa licença. Somos 34% das vozes na Assembleia da República, mas somo-lo não por uma evolução “natural” da sociedade, mas porque foi aprovada, em 2006, a Lei da Paridade, e não avançamos para lá dos mínimos impostos pela lei. O nível de diferenciação salarial é, em média, de 16.7%, ou seja, para trabalho igual temos menos dois meses de salário por ano. 53.6% das pessoas que ganham o salário mínimo nacional são mulheres. Somos quem mais trabalha a tempo parcial, com as consequências que essa situação tem nas pensões futuras. Os estudos dizem-nos que a maioria das mulheres que entre nós trabalha a tempo parcial o faz apenas porque não consegue trabalhar a tempo inteiro. Somos nós quem continua a dedicar mais tempo às tarefas domésticas e de cuidado. Em média, trabalhamos em casa mais 1 hora e 45 minutos por dia do que eles. A pobreza continua a dizer-se no feminino, talvez por isso, nos últimos anos, o número de mulheres estrangeiras residentes tenha, comparativamente, crescido mais do que o de homens estrangeiros residentes. Somamos mais de metade das pessoas que beneficiam do Rendimento Social de Inserção. Somos 80% das vítimas de violência doméstica e 90.5% das vítimas de crimes sexuais. Um em cada 4 jovens considera a violência no namoro normal, precisamente porque os comportamentos violentos e intrusivos não são reconhecidos como tal. O assédio sexual no trabalho ou no espaço público entrou, finalmente, no debate social, pondo fim a anos de silenciamento, desvalorização e ridicularização das nossas denúncias. As denúncias tornadas públicas no último ano demonstram, de uma forma avassaladora, o que já sabíamos: o assédio sexual é uma forma bastante comum de exercício do poder no local de trabalho e um instrumento de subordinação feminina quando transforma o espaço público em espaço de desigualdade e violência. A cultura da violação continua enraizada na sociedade, transformando a vítima em responsável pela violência que sofreu: a forma como nos vestimos, os locais que frequentamos, as horas a que circulamos no espaço público continuam a servir de desculpa e atenuante para as violências que sofremos.
Percebemos que a democracia tem transformado o país e os modos de nele se ser mulher, mas concluímos também que a velocidade da mudança é demasiado lenta, quando pensamos que é das nossas vidas que se trata. Deste retrato do país emerge a urgência da transformação dos quotidianos. Por essa razão, associamo-nos à Greve Internacional de Mulheres convocada para 8 de março, apelando à greve ao trabalho doméstico não remunerado e às tarefas de cuidado, assim como apelamos a todas as pessoas para participarem na Marcha Todas as Vozes Contam, também no 8 de março, a começar na Praça dos Poveiros às 19 horas.
Somos hetero, somos lésbicas, somos trans, somos cis, somos tudo aquilo que o prazer consentido nos permite explorar. Somos portuguesas, somos brasileiras, somos cabo-verdianas, somos de todas as cores e lugares, porque para nós não há fronteiras. Somos altas, somos baixas, somos gordas, somos magras, somos loiras e morenas também, somos de todas as formas e cores que é possível imaginar. Somos doutoras, somos estudantes, somos operárias, somos precárias, somos desempregadas, mas não somos resignadas. Somos do norte e somos do sul, do litoral e do interior, somos de todos os cantos do mundo, porque onde houver desigualdade uma feminista se levantará. Somos tu e eu, somos nós, somos todas. Somos todas juntas com a nossa voz a contar.
No dia 8 de março, estaremos em greve! No dia 8 de março, marcharemos pelas ruas da cidade!

Encontro de Mulheres 2018| Todas as vozes contam
Festival Feminista do Porto
Parar o Machismo, Construir a Igualdade
Somos Blergh
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android