Projeção do 5 e 6 episódio do Ciclo de documentários "A Verdadeira Natureza de Caravaggio": ‘Servizio e libertà’ e ‘Il corpo delle cose’, produzidos pela Land Comunicazioni para a Rai Cultura e organizada pelo Instituto Italiano de Cultura de Lisboa. Projeção em língua italiana. Entrada livre até lotação da sala. Aconselha-se reserva para o tel. 213884172; e-mail: iiclisbona.reservas@esteri.it Segunda-feira, 26 de fevereiro das 18h30 às 20h30 no INSTITUTO ITALIANO DE CULTURA Rua do Salitre, 146 - Lisboa Quem foi, o que foi, Michelangelo Merisi da Caravaggio? Em que foi ele revolucionário? Porque o sentimos ainda tão próximo, tão urgente? Porque continua a impressionar-nos? E o que se pode dizer hoje de um artista transformado em ícone pop por um mercado da arte que privilegia o consumo em vez do conhecimento, o sensacionalismo em vez do estudo profundo e da verdadeira compreensão da arte e da história? Perguntas a que Tomaso Montanari dá resposta em "A Verdadeira Natureza de Caravaggio". Doze episódios que, de forma inédita e científica, percorrem uma vez mais a história biográfica e artística do pintor lombardo, recorrendo às fontes da época e aos textos dos estudiosos mais atentos, sem nunca ceder à tentação de fazer revelações sensacionalistas e apresentando, em vez disso, uma interpretação original do artista, não desprovida de surpreendentes descobertas. 5 – Histórias sem ação Caravaggio aumenta os seus comitentes: a Del Monte e Giustiniani junta-se também o banqueiro genovês Ottavio Costa, para o qual pinta a Marta e Maria Madalena de Detroit e a Giuditta che decapita Oloferne de Palazzo Barberini. Obras onde reconhecemos uma dos seus modelos, Fillide Melandroni, que já tinha emprestado as suas feições à Santa Caterina d'Alessandria do Museo Thyssen de Madrid. Ao lado dos comitentes privados, Caravaggio confronta-se com as primeiras, grandes obras públicas. Uma verdadeira subida de nível, que começa com as grandes telas de S. Luigi dei Francesi, e prossegue com as de S. Maria del Popolo. "Histórias sem ação", segundo a definição de Bellori, mas nas quais Caravaggio alcança o vértice da sua arte, marcando um ponto de não retorno na história da arte moderna. 6 – Amor Sacro e Amor Profano Caravaggio regressa a San Luigi de' Francesi para a peça-de-altar com San Matteo e l'angelo. Porém, o quadro não é apreciado. Caraggio pinta outro, e é um sucesso. Aristocratas, cardeais e eclesiásticos encomendam-lhe obras. Assim nasce uma série de pinturas de quarto, de tema sacro: Il sacrificio di Isacco degli Uffizi; la Cattura di Cristo de Dublino; a Incoronazione di spine de Viena. Para Giustiniani Caravaggio já tinha pintado outras telas, que acabaram nas mãos do rei da Prússia e, sucessivamente, foram destruídas em Berlim, em 1945. Contudo, na Alemanha ainda é possível admirar duas telas do Giustiniani, onde o pintor põe no centro da sua arte o corpo humano: o corpo ferido de Cristo na Incredulità di Tommaso; e o corpo jovem e provocante de Amore vincitore, um amor profano retratado no ato da vitória suprema. Uma alegoria com formas extremamente reais.
