17:00 até às 20:00
Pedro Morais - Nudez - Uma Invariante

Pedro Morais - Nudez - Uma Invariante

As Galerias Municipais inauguram no próximo dia 27 de janeiro, pelas 17h00, no Pavilhão Branco, a exposição Nudez – Uma Invariante, de Pedro Morais, com curadoria de Óscar Faria. 
Para a exposição “Nudez – uma invariante”, produzida passo a passo com o artista pelas Galerias Municipais/EGEAC, Pedro Morais apresenta um novo trabalho, dando continuidade à sua linguagem plástica e a projectos-construções que põem em relevo a intangibilidade do espaço e a dimensão fenomenológica da arte.  
A exposição confronta o visitante com um percurso de uma rara consistência na arte portuguesa das últimas décadas: uma obra de grande rigor, onde confluem elementos de diferentes tradições: a mística renana medieval, a alquimia, o zen, a pintura enquanto “coisa mental”, de Leonardo a Duchamp, passando por Dacosta, os espaços solitários de Raymond Roussel, ou a prática em ateliês livres ¬ – de arquitectura, de pintura, de experimentação –, não só enquanto aprendiz, mas também como professor. 
“Nudez – uma invariante” é não só o título da exposição de Pedro Morais, mas também o nome de um projecto inédito, agora revelado. Esta obra, que ocupa o primeiro piso do Pavilhão Branco, é dedicada quer a Leonardo da Vinci, para quem a pintura é “cosa mentale”, quer a Marcel Duchamp, que projectou essa ideia para uma quarta dimensão. 
A mostra propõe uma reflexão acerca do carácter impermanente da existência, partindo das palavras do mestre zen japonês Hogen Yamahata, do qual se escuta a voz a recitar um texto fundamental daquela escola: o “Sutra do Coração”, que Pedro Morais apresenta sob a forma de uma instalação pictórica, onde as cores primárias e complementares se espelham, num constante movimento de velaturas – o “sfumato”, muito utilizado por Leonardo da Vinci –,convidando o visitante a descobrir um espaço pleno de simbolismo. 
A exposição inclui ainda, no rés-do-chão, uma série de maquetas, com as respectivas caixas, e trabalhos recentes de Pedro Morais, sendo ainda apresentadas as duas primeiras “células” realizadas pelo artista em 1986. 
Nas palavras do curador, Óscar Faria, “quase uma retrospectiva de bolso, esta exposição é para transportar para casa, levando connosco este coração aqui e agora, uma vez mais, posto a nu.”
No âmbito da exposição “Nudez – uma invariante” irá realizar-se, a 24 de Março, uma jornada de um dia destinada a aprofundar o conhecimento da obra de Pedro Morais. “Para ser visto”, título do encontro, irá reunir uma série de nomes que se cruzaram com o artista, quer através da escrita e da curadoria, quer em lugares onde receberam os seus ensinamentos. 
Dividida em duas partes, a jornada procurará reflectir, por um lado, sobre o ensino de Pedro Morais, ministrado na António Arroio, em Lisboa, onde não só fundou o mítico “atelier livre”, mas também programou a Galeria Lino António, e, por outro, acerca do seu percurso artístico, incidindo especialmente nas exposições realizadas no Museu Nacional de Arte Antiga e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
“Para ser visto”, organizado por Óscar Faria em colaboração com as Galerias Municipais da EGEAC, conta com a participação de Rui Calçada Bastos, João Fernandes, Tomás Maia, Edgar Massul, Pedro Morais, José Luís Porfírio, Marta Soares e Francisco Tropa.
Jornada “Para ser visto”
24 março 
10h-12h – Pedro Morais, Óscar Faria, Rui Calçada Bastos, Edgar Massul, Marta Soares e Francisco Tropa
15h às 17h – Pedro Morais, Óscar Faria, João Fernandes, Tomás Maia, José Luís Porfírio

Sobre o artista
Pedro Morais nasceu em Lisboa em 1944. Frequentou os cursos de Pintura da Escola António Arroio e da Escola de Belas-Artes de Lisboa, e a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, Paris. Residiu em Paris de 1965 até 1977, tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1967-1968. De regresso a Portugal, em 1977 foi professor na Escola António Arroio. Entre 1979 e 1994 foi o responsável pela experiência pedagógica “Atelier livre AT.RE”. É, desde 1984, responsável pela programação da Galeria Lino António. Entre 1975 e 1976 anulou a sua produção artística e dados biográficos anteriores (1964-1976), nas realizações LETTRE OU FENETRE A SEPT AMIS – AUREVOIR PEDRO MORAIS – projectos e textos (Paris, 1975) e TU EST…, Duplo Triângulo – desenho, pintura e objectos (Paris, 1976). Tem vindo a apresentar, desde 1982, diversas realizações e projectos, nomeadamente: Deserto I (Projecto), SBNA – Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa (1982); Deserto II, Escola António Arroio, Lisboa (1983); Deserto III, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa (1983-1987); Célula I, I Exposição Internacional de Esculturas Efémeras, Fundação Demócrito Rocha, Fortaleza, (1986); Célula II, III Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1986); Locus Solus, I Fase do projecto (1987-1988); Caixa I, apontamento para Locus-Solus, Escola António Arroio, Lisboa (1988); Locus Solus I, Projecto (Bolsa de Criação Artística – Secretaria de Estado da Cultura – 1988-1990); Locus Solus II, Projecto, Fundação de Serralves, Porto (1988-1991); Dokusan II, Galeria Munumental II, Lisboa (1994); Soufle II, Livro DESENHO, Fundação Carmona e Costa / Assírio & Alvim (2001-2003); Locus Solus III – Uma parede oca de cal pintada e água corrente e Dokunsan III – Lâmina e anamorfose em parede caiada, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (1999-2006); 50 anos de Arte Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2007); Focus Fatus, Avenida 211, Lisboa (2008); MU – Lua em chão de terra batida, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2006-2009); MA – Quadrado em Azul Profundo, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2010); Professores, Fundação Calouste Gulbenkian - CAM, Lisboa (2010); MA – A Dança dos Pirilampos, Chiado 8 – Arte Contemporânea, Lisboa (2011); É, Sismógrafo, Porto (2015).

Sobre o Curador
Óscar Faria nasceu no Porto, em 1966. Crítico de arte e ensaísta, é Doutorando em História de Arte Contemporânea – Universidade Nova de Lisboa, onde prepara uma tese acerca da obra de Álvaro Lapa. Nos últimos anos tem vindo a desenvolver trabalho curatorial não só no Sismógrafo (Porto) mas também na Fundação de Serralves e na Culturgest. Entre 1992 e 2011 foi jornalista e crítico do jornal Público. Director artístico da galeria Quadrado Azul (2012-2013) e Bolseiro da American Center Foundation (2008). Em 2004 e 2005 editou o programa Magazine Artes (RTP 2), actividade da qual resultaram cerca de 100 programas. Autor do documentário "A Segunda Casa" (RTP 2, 2005) acerca da obra de Helena Almeida. 
Colaborou com várias publicações nacionais e internacionais, como Purple Prose, Camara Austria, Concreta, Jornal dos Arquitectos, Flauta de Luz, Confidências para o Exílio, etc. 
Escreveu inúmeros ensaios, entre os quais se podem destacar aqueles acerca dos trabalhos de Rui Baião, Hernâni Reis Baptista, Vasco Barata, Artur Barrio, Gil Heitor Cortesão, Luis Paulo Costa, José Pedro Croft, Paulo da Costa Domingos, Priscila Fernandes, Renato Ferrão, Felix Gonzalez-Torres, Heinz Peter Knes, Álvaro Lapa, Pedro Morais, Paulo Nozolino, Rui Nunes, Bruno Pacheco, João Queiroz, Sebastião Resende, Thierry Simões, Francisco Tropa, Pedro Sousa Vieira e Danh Võ.

A exposição pode ser vista de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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