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Frankenstein: 200 Anos (Biblioteca Nacional-CETAPS)

Frankenstein: 200 Anos (Biblioteca Nacional-CETAPS)

200 anos da publicação do romance "Frankenstein"

O romance "Frankenstein; or, The Modern Prometheus", da romancista britânica Mary Shelley (1797–1851), filha de William Godwin e da proto-feminista Mary Wollstonecraft, e mulher de Percy Shelley, ficciona a história de um jovem cientista, Victor Frankenstein, que cria um dos monstros literários mais conhecidos através de uma experiência científica que levanta questões éticas e morais e que narra a sua própria história a Robert Walton, no Polo Norte. A primeira edição do romance (que partilha características com os romances epistolar e gótico) é publicada, anonimamente, na cidade de Londres, no dia 1 de Janeiro de 1818, e é, desde logo, um best-seller. Em 2018, comemoramos os duzentos dessa efeméride. O nome da autora apenas apareceria na segunda edição da obra, publicada em 1823, após o sucesso da peça de teatro "Presumption; or, the Fate of Frankenstein" (1823) de Richard Brinsley Peake (1792-1847), baseada no romance, e a que Mary e o seu pai assistiram. Peake é, aliás, o autor da famosa expressão “It lives!”, e não Shelley. A edição (popular) da obra num só volume sairia em 1831, revista pela autora para ser menos ‘radical’.

O monstro é referido no romance através de adjectivos e substantivos como “criatura”, monstro”, “demónio” e “aberração”, “Adão”, “anjo caído”, “vil insecto”, e é, em todo o mundo, erradamente também chamado Frankenstein. A personagem literária tem sido alvo de várias adaptações ao cinema, ao teatro e à televisão, ou seja, é alvo dos mais variados exercícios de tradução intersemiótica, assumindo-se como uma imagem-símbolo que reconhecemos imediatamente e associamos às temáticas da obsessão, da busca, da criação, do desafio, da perda, da transgressão, da morte, da rejeição, do desejo, da vingança e da negação (do amor). A obra remete ainda para diversas questões científicas e filosóficas, tendo como possíveis fontes (e intertextos) a poesia de Wordsworth, Coleridge, Byron, Keats e Shelley, e obras como a Bíblia (Génesis), "Prometeu Agrilhoado", de Ésquilo, "Metamorfoses" (Pigmaleão), de Ovídeo, "The Tempest", "A Midsummer Night’s Dream" e "King Lear", de Shakespeare, "Paradise Lost", de John Milton, "The Rime of the Ancient Mariner", de Coleridge, "Fausto", de Goethe, "Elements of Chemical Philosophy", de Humphry Davy, "History of Electricity", de Joseph Priestley, "Discourse, Introductory to a Course of Lectures on Chemistry", de Sir Humphrey Davy, e "Le Miroir des Événemens Actuels, ou la Belle au plus Offrant", de François-Félix Nogaret, entre outras.

O famoso enredo do romance tem lugar no século XVIII e nasce de um desafio lançado por Lord Byron a Mary e a Percy, na Suíça, no verão de 1816, para ver quem escreveria a melhor história de terror, tendo Mary Shelley recorrido a elementos temáticos da ficção a que mais tarde chamaríamos científica. A história que teve para dar forma a um conto acabaria, após o encorajamento de Percy Shelley, por se tornar num dos mais famosos romances da literatura em língua inglesa, cujo lançamento, há duzentos anos, a Biblioteca Nacional de Portugal e o CETAPS assinalam em 2018, através de uma mostra bibliográfica e de uma série de palestras no dia 27 de Setembro.
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