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Reencontro na ADAO

Reencontro na ADAO

Espectáculo no âmbito da tour de apresentação do álbum "Reencontro" de Branco/Custódio/Moniz Trio...

"Cada vez acredito mais na afirmação que o contrabaixista sueco Torbjorn Zetterberg fez depois de várias vindas ao nosso país, a de que nunca tinha «ouvido nada no jazz de Portugal que fosse realmente “mainstream”». Pode ser que o percurso de Pedro Branco, João Custódio e Jorge Moniz tenha sido feito no que habitualmente, mas também tantas vezes tão enganadoramente, assim se designa, mas neste disco do grupo que, no início, se chegou a apresentar como Pedro Branco Trio, para finalmente ficar “oficializada” a nomeação pelos apelidos dos três músicos, o que ouvimos contesta largamente essa filiação. Em formato de guitarra, contrabaixo e bateria, o jazz tocado em “Reencontro” integra elementos do rock (oiçam-se “Sonho” e “Desvio”) e da música popular (exemplo é o tema tradicional “Aurora tem um Menino”, num belo arranjo de Moniz), além de que, em quatro das suas 10 faixas, são improvisações sem mote nem estrutura definida o que nos é apresentado. Curiosamente, acabam por ser estas as que no alinhamento têm um sabor mais “jazzístico”, e mesmo quando entram num registo de maior abstracção (“Improvisação II” e “Improvisação IV”) ou desembocam numa explosão roqueira (“Improvisação III”).

A música do trio é especialmente indutora de estados de espírito, dominando os da tão caracteristicamente portuguesa melancolia. Poderia ser perigoso, pois é essa a característica de um certo jazz de bar, agradável na aparência (porque é essa a sua função) mas sem substância, mas o trio resolve esse factor da melhor maneira. Substância é, aliás, o que mais encontramos por aqui. Pedro Branco revela ser não só um guitarrista sensível como inteligente, fluindo por um discurso pleno de ideias e de bom gosto, e raramente repetindo fórmulas. É ele, claramente, o solista, e se isso coloca o contrabaixista João Custódio e o baterista Jorge Moniz num plano de acompanhamento, a forma como estes assumem e desempenham esse papel, introduzindo cada elemento na medida e na altura em que são necessários, sempre com uma notável economia de meios, contribui para a grandeza deste disco."

Texto de Rui Eduardo Paes publicado em www.jazz.pt

Donativo de 3€ que reverte na totalidade para os músicos
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