15:00 até às 19:00
6ª Edição Encontros para Além da História

6ª Edição Encontros para Além da História

Grátis
ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIA
O Nascimento da Arte (d’après Georges Bataille)

uma curadoria-coreografia que cruza pensamento, palavra e performance num movimento contínuo e síncrono

com:
eglantina monteiro mariana caló & francisco queimadela mumtazz & antónio poppe laetitia morais rui toscano pedro tropa sei miguel em trio francisco janes carlos poças falcão antónio martinho batista tomás maia joão pedro vaz

e textos de:
georges bataille, jean genet, jean-pierre bertrand, j.m.g. le clézio, nuno faria e carlos poças falcão 

Nesta sexta edição dos Encontros para além da História reunimos um conjunto de autores de vários campos do conhecimento e formas de expressão artística para, em torno do livro de Georges Bataille, O Nascimento da Arte, refletir sobre o exercício de uma arte sem tempo, sem geografia e para além da História. Com Os Encontros temos vindo a desconstruir os protocolos e os formatos de instâncias como a conferência ou a exposição, expandindo as possibilidades performativas, poéticas e políticas do encontro enquanto momento único de partilha, de escuta e de reflexão.

Os Encontros para além da História tomam e prolongam o nome da exposição inaugural do CIAJG, que mais do que um título era o mote conceptual que deu origem ao Centro. São encontros de caráter anual que criámos no seio do programa conceptual e curatorial do CIAJG como forma de expandir e de mapear as forças, a potência, mas também os limites, as transgressões e as fragilidades da nossa ação, em suma, uma instância onde promovemos o debate crítico em torno de questões operantes do CIAJG. É decisivo inscrevermos na nossa programação um espaço de retorno crítico sobre a nossa própria atividade, sobretudo porque baseamos a nossa programação em áreas de fronteira e em temas sensíveis, potencialmente fraturantes. A partir do momento em que pomos em causa a integridade de territórios disciplinares, princípios históricos ou em que lidamos com objetos carregados de significados que vão bem para lá da dimensão estética, como é por exemplo o caso da coleção de arte tribal africana, que convoca obviamente a questão da memória do colonialismo e de tantas problemáticas a ela associadas, é judicioso inscrever na nossa atividade os mecanismos críticos e auto-críticos que a possam balizar e sustentar.

Em 2013, os Encontros, cujo título foi "Imagens coloniais: revelações da antropologia e da arte contemporâneas", foram justamente dedicados à produção de imagens em contexto colonial e reuniram um conjunto de investigadores que, neste contexto, tomam a imagem como matéria do discurso ao invés de a utilizarem como ilustração para a construção teórica. 

Em 2014, na terceira edição dos Encontros para além da História, sob a denominação Do enquadramento: práticas, possibilidades, processos. Diálogos em face-a-face, reunimos um conjunto de autores de diversas áreas disciplinares (arte contemporânea, antropologia, fotografia, arqueologia, estudos culturais, documentário) a quem lançámos o desafio de apresentar e de desenvolver, com tempo e em diálogo, uma reflexão em torno das investigações e metodologias que desenvolvem no âmbito dos seus projetos. O tema dos Encontros deste ano centra-se, justamente, numa questão central e cada vez mais complexa de definir, quando estamos perante pesquisas transdisciplinares: o enquadramento (institucional, concetual, formal) a partir do qual essas investigações são operacionalizadas e se objetificam. 

Em 2015, com curadoria de Filipa César e Tobias Hering, a 4ª edição dos Encontros, intitulada Luta ca Caba Inda - Um Arquivo em Relação, tomou o seu título de empréstimo de um filme inacabado guardado num arquivo em Bissau. Luta ca caba inda foi concebido como um documentário sobre a condição pós-independência da Guiné-Bissau, mas foi abandonado durante o processo de edição em 1980. No entanto, ele é testemunho de uma década de uma prática cinematográfica, coletiva e internacionalmente conectada, como parte da luta pela independência do colonialismo português (1963-1974) e a consequente construção da nação. 
“Encontros para além da História: Luta ca caba inda – Um arquivo em relação” reuniu artistas, escritores e investigadores, cujo trabalho contribuiu para delinear um campo crítico que permite abordar esses documentos sob as condições pós-coloniais atuais. Esta conferência internacional colocou uma seleção de imagens e sons do arquivo em relação com as práticas artísticas e críticas dos participantes, no intuito de explorar as radiações geopolíticas e imaginários caleidoscópicos do arquivo.

A quinta edição dos Encontros para Além da História, realizada em janeiro de 2017, foi dedicada ao universo poético de Herberto Helder e à profunda, extensa e singular influência que exerceu sobre tantos outros percursos autorais, modos de conceber, pensar e fazer arte, em diferentes campos da criação contemporânea. A forma como soube articular e indistinguir várias dimensões temporais, como soube criar uma língua própria, sem tempo e sem lugar, a performatividade da sua escrita, veiculada a partir de uma identidade quase secreta e sem exposição mediática, mas de forte ressonância, fazem de Herberto Helder uma figura tutelar, irradiadora, poeticamente potente. Procurando replicar e fazer ecoar essa potência geradora discursiva, reunimos autores de várias áreas do conhecimento – coreógrafos, performers, músicos, poetas, artistas, cineastas, antropólogos, atores – para, numa performance contínua, única e irrepetível, fazerem soprar no CIAJG o poderoso e misterioso vento primordial da criação que Herberto soube convocar e animar. Procurar, em suma, essa comunicação –comunidade silenciosa e noturna que se estabelece sem sabermos bem como – como bobines de um filme guardadas num arquivo que secretamente comunicam entre elas. 
Nuno Faria
(curador)

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Maiores de 12

PROGRAMA:

LAETITIA MORAIS
A LARGADA 
No âmbito dos Encontros para além da História, a Largada é um desenho-instalação, cujo caráter transitivo e estiramento longitudinal, comporta a ocorrência do evento. A partir das considerações de Bataille em torno das gravuras de Lascaux, em especial, a cena do poço, este desenho reencena uma figura disforme, um verdadeiro ou falso, e um momento especulativo entre um animal ferido e um homem inanimado… A largada trata não só do abandono do animal no humano, mas também do arrebatamento artístico enquanto rito de passagem. Neste gesto primevo, adivinha-se o círculo, a presença coletiva e a celebração. A animalidade e o não-saber parecem ser apenas consentidos, até aos dias de hoje, em estados de transgressão.   
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Artista plástica, formada pela FBAUP e atual investigadora na ZHDK e Kunstuniversität Linz.
 Estratégias de encenação do fugaz e do volátil são motivos recorrentes do seu trabalho, que assume formatos como o vídeo, o desenho e a instalação. Apresentou trabalhos em galerias e eventos, dos quais se destacam Galeria Faticart, Roma; General Public, Berlim; Rewire, Haia; Peacock Art Centre, Aberdeen; Elbphilharmonie, Hamburgo;Störung, Barcelona; Bienal de Cerveira, Cerveira; Cynetart, Dresden; EME, Palmela; Mózg, Bydgoszcz; Galeria Fábrica Features, Lisboa; Mota Museum, Ljubljana; EIF, Nova Iorque; Galeria M. do Porto, Porto e CIAJG, Guimarães.

TOMÁS MAIA 
O SURGIMENTO DO SAGRADO (SEGUNDO BATAILLE)
Breve aula sobre o surgimento do sagrado, em Georges Bataille, e, muito em particular,
tal como é pensado no livro Lascaux ou la naissance de l’art (de 1955).
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Licenciatura em Artes Plásticas-Pintura (FBAUL), Doutoramento em Filosofia (Université
Marc Bloch, Estrasburgo). Última obra: Clamor (2014), com Rita Roberto. Último livro publicado: O Olho Divino. Beckett e o Cinema (Lisboa, Documenta, 2016).

EGLANTINA MONTEIRO
ARTE DA PRÉ-HISTÓRIA: NEM EVOLUÇÃO NEM COMPARATIVISMO
Em 1940, durante a ocupação nazi, quatro adolescentes descobriram as grutas de Lascaux. Desde então muitas outras manifestações da arte pré-histórica surgem em todos os continentes: África do Sul, Namíbia, Zimbabwe, Argélia, China, Peru, Texas, Austrália, fazendo com que neste momento haja um corpus com milhares de representações, o que, diga-se, não ajuda à sua compreensão. Pelo contrário, o clima e os modos de vida são muito diferentes em cada um dos lugares, e as datações vão do Paleolítico a períodos muito recentes, descartando
a possibilidade de os comparar entre si. As pesquisas sobre as primeiras manifestações da arte dificilmente resolverão a questão do seu sentido, mas aproximam-nos dela e daqueles que os produziram, o que não é menos perturbador. Mais, os seus métodos são suscetíveis de serem
aplicados à arte do presente.
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Eglantina Monteiro, antropóloga, curadora, ativista, vive e trabalha em Castro Marim onde dirige a Companhia das Culturas. Entre 1984 e 2000, foi professora de antropologia da arte na Faculdade de Belas-Artes do Porto. Tem atividade na área da antropologia da arte com trabalho de campo na Amazónia brasileira, Bijagós, Guiné Bissau e Serra do Caldeirão, Algarve.

MARIANA CALÓ & FRANCISCO QUEIMADELA ÁUDIO 
NASCENTE 
Fazendo uso de uma linguagem experimental e mediúnica manipulam-se imagens e sons provenientes de exposições, catálogos, conversas, que tiveram lugar no espaço do CIAJG, provocando recombinações de tempos, contextos e origens. Esta curta-metragem resulta de um processo de residência artística desenvolvido em proximidade com o programa e o prisma curatorial do CIAJG. Nesta edição dos Encontros para Além da História será apresentada uma versão em processo do filme.
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Mariana Caló e Francisco Queimadela vivem e trabalham no Porto. Licenciaram-se em Pintura pela FBAUP e colaboram enquanto dupla desde 2010. A sua prática é desenvolvida através de um uso priviligiado da imagem em movimento, intersetando ambientes instalativos e site-specific, mas também o desenho, a pintura, a fotografia e a escultura. Apresentaram o seu trabalho em diversas exposições, mostras e festivais de cinema nacionais e internacionais.

MUMTAZZ & ANTÓNIO POPPE 
NÃO HÁ NADA MAIS VISUAL QUE O SOM
Dueto entre fita magnética com áudio colagens de HILÁRITAS e Voz, Poesia memória em fratura exposta. 
A DiJai e Remoremo Moxi o besouro titã da Amazónia 
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MUMTAZZ nascida em Lisboa, a artista fez o curso avançado de desenho no Ar.Co e o mestrado na School of the Art Institute of Chicago, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2017,  realiza no Centro Internacional das Artes José de Guimarães a exposição antológica Hilaritas - Ascensor d'mente.
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António Poppe nasceu em Lisboa, estudou no Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), no Royal College of Arts em Londres e na School of the Art Institute of Chicago. Nesta última instituição, obteve o Mestrado em Arte Performativa e Cinema. Em 2000, a Assírio & Alvim editou o livro de poema-desenho 'Torre de Juan-Abad', tendo acolhida na respetiva livraria uma exposição com os desenhos/manuscrito do livro. Em 2012, a Documenta publicou o 'Livro da Luz', contendo o fac-simile do manuscrito e um CD com o poema gravado e acompanhado pelo músico Guineense Ibu Galissa; em 2015, a Douda Correria editou o poema 'medicin.' e, em 2017, 'Come Coral'. Para além dos recitais, expõe e ensina desenho e meditação, tendo ultimamente realizado exposições no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães, na Galeria ZDB e na Galeria 111, em Lisboa.

MARIANA CALÓ & FRANCISCO QUEIMADELA
A TRAMA E O CÍRCULO 
Cor / Color, DCP 
Realização, Fotografia, Montagem, Produção: Mariana Caló, Francisco Queimadela
Som: Jonathan Saldanha
Coprodução: Lo Schermo dell'Arte Film Festival (IT)

Ao longo de vários meses, Mariana Caló e Francisco Queimadela recolheram testemunhos de diversas práticas relacionadas com o lavor, o ludismo e outras atividades quotidianas assentes no conhecimento empírico. Estabelecendo relações intuitivas entre gestos concretos e substâncias, experiências sensoriais e o pensamento analógico, os autores procuraram criar um filme fragmentário imerso na ideia de transformação da matéria, gerando um movimento concêntrico que se metamorfoseia ao longo do trabalho. Através de uma sequência de diversas atividades, soluções e habilidades quotidianas o espetador é conduzido por uma série de conexões num jogo de ações recíprocas entre formas de magia, prazer, geometria, simbolismo e lavor.

RUI TOSCANO 
NEBULOSAS
Investigação em torno do universo da exploração espacial, com um particular foco nos mecanismos da percepção no domínio da cosmologia, numa perspetiva histórica, científica e ficcional, está na base do corpo de trabalho que tem desenvolvido em anos recentes, tal como foi mostrado na exposição Civilizações de Tipo I, II e III (MNAC – Museu de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa, 2015; e CIAJG – Centro de Arte José de Guimarães, Guimarães, 2016).
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Rui Toscano (Lisboa, 1970) estudou Pintura e Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e no AR.CO (Centro de Arte e Comunicação Visual) em Lisboa. A sua prática artística comporta uma multiplicidade de linguagens que vão do desenho à pintura, ao vídeo, escultura ou instalação multimédia. O seu trabalho está representado nas coleções do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Caixa Geral de Depósitos, Fundação EDP, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, entre outras.

PEDRO TROPA 
QUASE MEIO-DIA
Desenhei esta pequena peça sonora a partir de cento e vinte gravações individuais que recolhi nas falésias do Cabo Carvoeiro e no planalto da Serra da Estrela. Gravações muito breves de pedras, rochas e areias que caem, embatem e resvalam, brilham. A composição destas gravações constitui, a um passo de ser uma imagem, uma derrocada. Uma derrocada contida e seca, com um sentido ou destino estilhaçado: “É só arte e mecanismo...”1
E se estamos a um passo da imagem desligamos as luzes e deixamos, de cada vez que ela entra em cena, uma luz vermelha de segurança.

1Paul Celan; O Meridiano (1960)Cf. Leonce und Lena, Acto III, cena 3.

PEDRO TROPA 
ANTENA
Esta antena discónica, feita com duas figuras geométricas simples — um disco e um cone, desenhados por hastes metálicas — está preparada para ser uma coisa que ouve e escuta. Radiações, ondas de baixa frequência. Mas isto só acontece em campo aberto ou no alto de um monte. Aqui, dentro do museu, é uma figura de tudo o que está para vir, dessas grandes ondas que vagueiam o espaço e dos seus sinais radiosos. Antena-escultura em potência, que o mesmo é dizer, resistente.
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Pedro Tropa nasceu em Santarém. O artista foi finalista do curso avançado de Artes Plásticas Ar.Co, Lisboa. Em 1997, foi bolseiro do Ar.Co / Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento / Ministério da Cultura na School of The Art Institute of Chicago. Ainda nesse ano e em 2004 foi bolseiro da Fundação Oriente. Pertence desde 2009 ao grupo de artistas da Galeria Quadrado Azul. Atualmente é professor e responsável do departamento de Fotografia do Ar.Co.

JOÃO PEDRO VAZ 
Vinda de um tempo imemorial e de uma paragem remota, emergem em voz-off um conjunto de fragmentos ditos por João Pedro Vaz. São vozes que ecoam um passado extemporâneo e anacrónico e que nos chegam com a urgência e a potência de um tempo que sentimos como nosso. 
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João Pedro Vaz nasceu no Porto em 1974. Iniciou-se no TEUC (Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra) em 1993; Foi cofundador e codiretor da ASSéDIO (Porto) entre 1998 e 2001. Foi diretor artístico das Comédias do Minho de 2009 a 2016. É diretor artístico do Teatro Oficina em Guimarães desde 2017. Ator desde 1994 e encenador desde 2000.

SEI MIGUEL EM TRIO
VEÍCULO
Sei Miguel toca o seu trompete (de bolso) com consciência plena da história do jazz, permanecendo aberto a ilimitadas fontes e possibilidades sonoras; Um reorquestração transparente de um octeto para trio, revestida de múltiplas singularidades onde o espaço e o tempo, silêncio e timbre são combinados em composição. Nesta apresentação terá a seu lado, como habitualmente, Fala Mariam no trombone de varas e, uma voz nova nas formações, com João Silva, na percussão.
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Sei Miguel nasceu em Paris. Viveu no Brasil e em França até radicar-se em Portugal nos anos 80. Ao longo de quatro décadas – enquanto diretor e arranjador – foi aperfeiçoando um sistema musical próprio, que lhe permite levar peças detalhadas a um estado de rigor assinalável. Discografia mais recente em colaboração com Editora Clean Feed: Esfíngico/suite for a jazz combo (2010), Salvation Modes (2014), [Five] Stories Untold (2016)

FRANCISCO JANES 
AVISTAMENTO
Som: gravações de campo e vibrações do vento em linhas de pesca 
Se eu caminhar ao longo da costa em direção a um naufrágio, e a chaminé ou os mastros do navio se fundirem com a floresta que rodeia a duna, haverá um momento em que estes pormenores subitamente se tornam parte do navio, indissoluvelmente fundidos. Quando me aproximei, não discerni parecenças ou proximidades que finalmente se uniram para formar o desenho contínuo do topo da embarcação. Senti apenas que a visão do objeto atingira quase o ponto da transmutação, que algo estava iminente nesta tensão, tal como uma tempestade está iminente em nuvens de tempestade.  M. Merleau-Ponty
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Francisco Janes é um realizador e artista Português cujo trabalho cresce em torno do som. Estudou língua e literatura mas cedo se descobriu afeto ao entendimento próprio da experiência e dos lugares. Concluiu os estudos em fotografia na Ar.co em Lisboa em 2007 e foi Bolseiro Ernesto de Sousa em Nova Iorque em 2008. Tem mostrado as suas instalações e filmes desde então. Concluiu o mestrado de cinema na CalArts em Los Angeles em 2012. Vive hoje a maior parte do tempo em Vilnius, onde está a terminar a sua primeira longa-metragem.

CARLOS POÇAS FALCÃO  
LEITURA: JOÃO PEDRO VAZ
ARTE NENHUMA
Leitura, de corpo presente, de um conjunto de poemas da autoria de Carlos Poças Falcão pela voz de João Pedro Vaz, oriundos do livro Arte Nenhuma, uma recolha da produção poética do autor.
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Carlos Poças Falcão nasceu de Maria da Assunção e de Arnaldo Alberto no dia 27 de outubro de 1951, em Guimarães. Nesta cidade tem vivido e sido provado, nela casou e foi pai, nela viu morrer quem muito amava e renascer o dom do amor. Estudou em Coimbra, onde cursou Direito, após o que derivou pela advocacia durante alguns (poucos) anos, até que, de mal com o mester e com duas úlceras nervosas, se meteu a professor, atrevendo-se a ensinar. Entretanto, foi lendo tudo o que podia, escutando e vendo, conversando, interrogando, sempre com o maior cuidado com a língua, a ponto de presumir que estava bafejado para escrever – e poesia, sobretudo. 

ANTÓNIO MARTINHO BATISTA 
O VALE DO CÔA E A ARTE DAS ORIGENS EM TERRITÓRIO PORTUGUÊS
Revelada a partir de 1994, a arte rupestre do Côa enquanto Arte da Luz, contribuiu para a introdução de um novo paradigma no estudo do pensamento simbólico do homem fóssil. Com efeito, a arte paleolítica europeia, que até então parecia confinada ao ambiente subterrâneo das cavernas decoradas, tornou-se ela também uma autêntica arte da luz e dos espaços abertos. Com uma cronologia longa de pelo menos 25.000 anos BP, as características de estilo e da seleção dos espaços decorados, mas também a grande qualidade estética dos sítios rupestres do Côa, assinalam ainda hoje uma evidência da organização do espaço aberto do vale através das inúmeras decorações rupestres que constituem afinal uma verdadeira instalação artística na paisagem ribeirinha, conjugando a geomorfologia com o ordenamento figurativo rupestre que utilizou os grandes paredões verticais de xisto como suportes preferenciais. Os grandes herbívoros figurados na arte do Côa (cavalos, auroques cabras e cervídeos) e que totalizam a maior parte das decorações rupestres, constituem afinal uma metalinguagem cujo significado mais profundo só será verdadeiramente compreendido enquanto componentes de um pensamento simbólico a partir do qual se monumentalizou artisticamente o espaço aberto do Baixo Côa.
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António Martinho Baptista, licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, arqueólogo e pré-historiador de arte, antigo bolseiro na República Federal da Alemanha, foi professor convidado de arte pré e proto-histórica da Universidade do Minho, antigo diretor do Centro Nacional de Arte Rupestre e do Parque Arqueológico do Vale do Côa e do Museu do Côa. Foi durante anos responsável pelo estudo da Arte do Vale do Côa. Realizou inúmeros estudos sobre a arte pré-histórica da Península Ibérica.

Sábado, 13 de janeiro | 15h00

Lançamento de novas edições do CIAJG
Inauguração da exposição, SONO, de Rui Horta Pereira
Gabinete de Desenho, Piso 1, Coleção Permanente


Inscrição gratuita, até ao limite da lotação da sala. A inscrição poderá ser efetuada no CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães ou no site www.ciajg.pt através do formulário disponível online. 

Para mais informações, contacte-nos através do telf. 253 424 715 ou do e-mail encontrosparaalemdahistoria@aoficina.pt

ENTRADA LIVRE
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