21:00 até às 18:00
MAGMA - solo vocal (reposição)

MAGMA - solo vocal (reposição)

Sinopse

A voz como o magma da nossa alma, que entra em erupção e transborda em som. Os sons espalham-se, enunciam figuras, mulheres, emoções, corpos, estados de espírito… A voz que é corpo, que vem de dentro dele como um vulcão imenso e inesperado. A voz pode viajar no espaço cénico como uma matéria que ultrapassa o limite físico do nosso corpo e envolver-nos pelos poros, por sensações difíceis de concretizar em palavras. 
O quotidiano que pode ser tão inspirador, tão musical, tão criativo. Aquele som que ouvimos todos os dias pode transcender-se e levar-nos em viagens curiosas… 
Este solo vocal, onde quase não existirão palavras, é um convite aos sentidos, uma viagem por um vocabulário de sons, uma sucessão de quadros onde a improvisação é uma constante, um bailado vocal, despido e intimo. 
 

Génese 

O que sobra da voz sem o texto e sem um estilo musical específico? Que estrutura para a presença vocal em cena poderemos encontrar sem as palavras e sem as canções? Será que a voz pode ser o motor da criação cénica? Estas perguntas inquietam-me há muito tempo, mas por muitas razões e, apesar de ter tido um percurso vocalmente muito diversificado (como cantora e actriz), esta é a minha primeira criação. Há muito tempo que existia um magma vocal a borbulhar, ou seja, há muito tempo que a ideia de fazer um espectáculo de experimentalismo vocal, que cruzasse não só as pesquisas que fui fazendo em diversas áreas do teatro, da voz e do canto como o vocabulário de investigação vocal que ao longo do tempo fui tornando mais consistente. Nos últimos anos foi forte a convicção de que esta linguagem era operável e a vontade de criar objectos cénicos a partir dela. A ideia de criar uma linguagem que explore a multiplicidade dos sons vocais e a sua relação com o ritmo, com a dinâmica, com a emoção e com a cena: um gesto poético-dramático numa voz teatral. O que tornou a decisão de fazer este espectáculo inadiável foi o facto de frequentar o Doutoramento em Artes Performativas e da Imagem em Movimento da Universidade de Lisboa, e o meu compromisso em realizar um trabalho prático no âmbito do mesmo. Apesar da autonomia criativa que este espectáculo tem em relação ao meu trabalho de doutoramento faz, simultaneamente, parte dele. 


Carreira 

Este espectáculo foi criado em 2014 e esteve em cena de 6 a 9 de Março no Teatro Meridional. Como não teve qualquer apoio financeiro (não porque tenha sido rejeitado, mas porque o mesmo não chegou a ser pedido), só foi possível graças ao apoio logístico e generoso de: Natália Luiza, Miguel Seabra, Miguel Cruz, Marta Carreiras, Ana Lopes Gomes, Daniel Schvetz, Pedro Diniz Reis, Phedra Genevrois, Filipe Abreu e Ricardo Diniz. 
Em 2016 houve uma reposição (parcial) do espectáculo no International Artist Symposium "VORORT_2_draußen" em Starzach-Börstingen na Alemanha, num espectáculo único.


Reposição no Bando

Foi com grande alegria que recebi este convite para repor o espectáculo aqui. Chegar ao Bando é como chegar a casa da nossa família porque há cerca de 20 anos que faço parte de muitas aventuras teatrais e musicais criadas aqui. Há cerca de 20 anos que sou desafiada a ultrapassar os meus limites vocais, teatrais e emocionais, procurando dar voz e corpo às ideias sempre inesperadas do João Brites. O João é uma influência incontornável na forma como vejo e sinto o teatro. Existem outras influencias, claro, mas o vocabulário teatral do João habita em mim mesmo que eu não dê por isso. Para mim estar no Bando é também estar com o Jorge Salgueiro com quem tenho uma cumplicidade musical e vocal únicas. A música do Jorge é intensa, fisicamente exigente e amplia e unifica a minha tendência a ter “várias vozes” e o meu gosto pelo experimentalismo. Por isso, nesta reposição do MAGMA – talvez devêssemos falar de revisitação, pois há mudanças consideráveis no espectáculo –  a colaboração do Jorge fazia todo o sentido. Também a colaboração do Miguel Mares é uma novidade refrescante nesta versão, bem como a colaboração preformativa da Ana Lopes Gomes. Esta reposição, mais uma vez, só é possível graças à boa vontade de toda a equipa do Bando e a todos os envolvidos a quem presto a minha gratidão.


Espectáculo

O espectáculo é constituído por vários momentos ou quadros que, estando interligados, têm ambiências e pressupostos diferentes. Numa primeira parte, a voz dialoga com diversos objectos quotidianos, dos mais banais, e descobrem-se texturas, melodias, timbres, emoções. Numa segunda parte, entre vários momentos, há um tributo a uma das primeiras experimentalistas vocais: Cathy Berberian. Nesta cena é usada claramente a referência à sua peça Stripsody. Uma das características deste espectáculo é o som vocal não ser amplificado, excepto num único momento em que o microfone aparece em cena.   


Ficha Técnica

Concepção e interpretação: Sara Belo                                                                                                                                               Desenho de luz: Miguel Cruz                                                                                                                          Vídeo: Miguel Mares                                                                                                                                          Apoio plástico: Marta Carreiras                                                                                                                                 Faixa sonora: Jorge Salgueiro    
Guardiã dos livros: Ana Lopes Gomes                                                                                                                   Produção: Sara Belo e Teatro O Bando                                                                                                                         Operação técnica: Rita Luzeiro


Sara Belo é actriz, cantora, professora de voz e experimentalista vocal. É licenciada em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema onde é professora de voz desde 2004. Frequentou o curso de Canto do Conservatório Nacional e terminou o mestrado em Estudos de Teatro da Faculdade de Letras, cuja tese incidiu sobre a voz do actor. Actriz e cantora de vários tipos de música (ópera, jazz, pop) trabalhou com os encenadores João Brites (Teatro O Bando), João Mota (Teatro da Comuna), João Lourenço (Teatro Aberto), Carlos Pessoa (Teatro da Garagem), Cláudio Hochman (Teatro da Trindade) e com os compositores/maestros Eurico Carrapatoso, João Paulo Santos, Carlos Marecos, Eduardo Paes Mamede. Tem tido uma colaboração frequente com os compositores Jorge Salgueiro, tendo participado em diversas obras/óperas suas tais como Quixote, Saga, Salto, Quarentena, Almenara e com Daniel Schvetz com quem gravou um CD Canção de Vidro lançado em Bruxelas em Setembro de 2017. Como experimentalista vocal realizou diversos trabalhos nomeadamente no duo aCorda com Rizumik (prémio Jovens Criadores 2008 pelo CPAI) e a sua primeira criação em 2014 – MAGMA, solo vocal – no Teatro Meridional. Actualmente está a escrever a sua tese de doutoramento em Artes Performativas e da Imagem em Movimento da Universidade de Lisboa.
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