21:30 até às 23:30
Apresentação do Filme 'Os Cantadores de Paris'

Apresentação do Filme "Os Cantadores de Paris"

O IPCI vai receber no dia 7 de Dezembro a apresentação do Filme Os Cantadores de Paris, um filme realizado por Tiago Pereira.

As canções viajam seguramente, viajam carregando o seu código genético, aquilo de que falam de onde vêm, o que são, trazem com elas paisagens, natureza, harmonias e melodias. Há canções que carregam a fome, o trabalho árduo, a força da vida e o suor de sol a sol, outras lamentam o casamento e avisam amantes, todas elas são partilhas em todas as elas podemos sentir culturas e formas de vida, as canções mesmo em diferentes línguas são universais no que embalam, no que sonham. Em Julho de 2016, Carlos Balbino encenador português de Cascais decide criar um espectáculo de teatro físico com cante a várias vozes, depois de uma primeira tentativa com polifonias russa, num espectáculo anterior decide desta vez mergulhar no Cante Alentejano e abre um “casting” para o efeito. Pouco familiarizado com o Alentejo e com o cante a duas vozes da região, efectua várias pesquisas com o intuito de encontrar repertório e acaba por deparar-se com os vídeos da música portuguesa a gostar dela própria, de onde escolhe dez das doze músicas escolhidas. Por várias razões o elenco do espectáculo fica reduzido a três elementos mas há um total de doze pessoas que entretanto começaram a cantar as músicas escolhidas e assim nasce com três portugueses, uma italiana, uma alemã e seis franceses o grupo Cantadores de Paris. O Cante Alentejano é um canto colectivo, a duas vozes, sem recurso a instrumentos, que incorpora música e poesia, associado geograficamente à Região Histórica do Baixo Alentejo. É interpretado sem diferença de género ou de perfil demográfico e social. E está classificado pela Unesco como património Imaterial da humanidade desde 27 de Novembro de 2014. Em Setembro de 2016 tendo conhecimento da existência do grupo decido fazer um documentário sobre o mesmo motivado pela pergunta; como é cantar uma cultura que não se conhece? Em Fevereiro de 2017 vou então com a Ana Paula Silvestre para Paris durante 10 dias para perceber a dinâmica do grupo. Em Paris vi uma Italiana a cantar o Alentejo gritando as searas, podia ver a fúria das pessoas ceifando, as palavras eram mal pronunciadas mas podia-se sentir o que queriam dizer e fazia sentido, enquanto cantava os outros franceses e uma Alemã acompanhavam sentindo a força sonora das palavras que não sabiam o que queriam dizer mas que ecoavam o seu sentido na mesma, o Alentejo era cantado em Paris sem aquelas pessoas saberem o que era, quanto grande era, quanto significava. Mas partilhavam juntos aquelas canções e elas tornaram-se suas, cada um criou um Alentejo dentro de si. Em Abril de 2017 com o apoio da Câmara Municipal de Serpa e da casa do Cante trazemos então cinco elementos do grupo a Serpa para os cruzar com os grupos locais e cantarem juntos as modas que os inspiraram. A ida ao Alentejo é fundamental para o grupo, tudo o que imaginaram antes com as letras das modas que andaram a cantar por 6 meses é ainda mais. E isso viu-se. A terra era ainda maior que a sua imaginação e por isso cantaram ainda melhor. Estiveram com as pessoas e ainda desfilaram no meio dos outros grupos como se fossem um grupo local, tudo isso os afirmou e quando cantaram com o Rancho de Cantadores da Aldeia nova de São Bento foram baptizados de Rancho de Cantadores de Paris e decidiram então mudar de nome. O filme é então assim observador mas ao mesmo tempo catalisador e transformador do próprio grupo que é cada vez mais solicitado para actuações e entrevistas. É pela acção de realização do filme que as coisas dentro do grupo vão começando a mudar e em Junho de 2017, o mentor do grupo Carlos Balbino decide realizar um novo “casting” para encontrar elementos novos, e formar assim uma escola de cante alentejano num sentido poético, para que o cante se mantenha sempre vivo e vá sendo transmitido em terras de França. É de salientar a existência de um grupo de cante em Paris formado por emigrantes, durante quase 20 anos mas que termina pelo regresso dos seus membros a Portugal
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