21:30 até às 23:30
Rainha Dona Leonor de Portugal

Rainha Dona Leonor de Portugal

Grátis
CODEX RAINHA DONA LEONOR DE PORTUGAL
do Hospital Termal das Caldas ao Convento da Madre de Deus
31 de Janeiro 2018
(última 4ª feira do mês)

- SESSÕES CODEX são tertúlias culturais e artísticas dedicadas à vida e ao legado de figuras marcantes da História de Portugal. Em cada sessão, em ambiente tertuliano, os convidados CODEX irão manifestar novos olhares em formato aberto sobre a figura escolhida, permitindo a cada pessoa uma interpretação livre da personagem.

Entrada Livre! 
Local: COMUNA TEATRO DE PESQUISA (Café Teatro) - Praça de Espanha
Hora: 21h30 

Convidadas desta sessão: 
MANUELA SANTOS SILVA / ISABEL DOS GUIMARÃES SÁ 
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D. Leonor (1458-1525) era filha do número dois da Casa de Avis, o infante Fernando, Duque de Viseu, irmão do rei Afonso V. O seu pai foi um dos homens mais ricos do Portugal de então, uma vez que foi designado herdeiro da enorme fortuna do infante D. Henrique (o Navegador).

O casamento de D. Leonor com o príncipe D. João, seu primo coirmão e herdeiro do trono (futuro D. João II) foi planeado desde muito cedo, e casaram quando a noiva tinha 13 anos. Foi princesa de Portugal até à morte de Afonso V em 1481 e rainha consorte até 1495, data do falecimento de D. João II, em que passou a ser a rainha viúva, conhecida na corte como “rainha velha”, para a diferenciar das rainhas casadas com o rei vigente. Teve um único filho, o príncipe D. Afonso, que viria a morrer tragicamente numa queda de cavalo, deixando o Reino sem sucessor direto. Depois de uma amarga dissidência com o marido, que queria colocar no trono um seu bastardo, a escolha da sucessão recaiu em D. Manuel, o irmão mais novo de D. Leonor. Damião de Góis, o principal cronista do novo rei, declarou que este deveu o trono à irmã, por esta ter finalmente vencido as resistências de D. João II na última fase da doença que vitimou este último.

         A consideração que mereceu ao novo rei seu irmão, bem como a sua agência própria, levaram a que D. Leonor conservasse a sua influência nos seus mais de vinte anos de viuvez. Devia-a também a boas competências em matéria económica, que fizeram com que usufruísse de uma sólida fortuna. Não obstante, viveu uma vida de reclusão nos seus últimos anos, em que procurou seguir os preceitos devocionais de finais da Idade Média, através de uma vida claustral no convento da Madredeus que fundou em 1508.

Uma das outras criações pela qual é conhecida, o hospital das Caldas, foi anterior em muitos anos (iniciou-se em 1485) e deveu-se à existência de nascentes de água termal no seu senhorio de Óbidos.

D. Leonor tem sido também ligada à fundação das Misericórdias, mas na verdade apenas lhe podemos atribuir a fundação da Misericórdia de Lisboa em 1498, aquando da ausência de D. Manuel I em Castela e Aragão. As restantes foram promovidas pelo rei seu irmão, embora revelem a sua influência junto deste, que os cronistas coevos confirmam. Não obstante, mesmo que não se lhe possa atribuir a criação das Misericórdias em sentido estrito, a caridade constituiu uma das principais preocupações da rainha, inserida no quadro de uma espiritualidade e devoção intensas.

A rainha pode ser lembrada também como encomendadora de obras de arte e arquitetura. Embora tanto o hospital das Caldas como o convento da Madredeus tenham sido muito transformados com o tempo e pouco sobreviva da arquitetura original, muitas obras de pintura hoje exibidas no Museu Nacional de Arte Antiga devem-se a aquisições de D. Leonor.

Isabel dos Guimarães Sá 
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Com a participação de : 
MANUELA SANTOS SILVA 

Licenciada em História e Mestre em História Medieval pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Doutorou-se em História Medieval na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde é docente e já exerceu funções de Subdiretora e é hoje uma das responsáveis pelos cursos de Mestrado e Doutoramento em História. Investigadora do Centro de História da Universidade de Lisboa (e colaboradora do Instituto de Estudos Medievais da FCSH da Universidade Nova de Lisboa), dirige teses de Doutoramento e de Mestrado no âmbito da História da Monarquia e da História do Espaço e das Instituições Urbanas na Idade Média. 
Faz parte dos órgãos editoriais e consultivos de algumas revistas científicas internacionais. 
Juntamente com Ana Maria S. A. Rodrigues e Isabel dos Guimarães Sá foi coordenadora da coleção “Rainhas de Portugal” em 18 volumes, editada pelo Círculo de Leitores e autora do livro A rainha inglesa de Portugal. Filipa de Lencastre. Lisboa: Círculo de Leitores, 2012 (Prémio Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão – História, Fundação Engenheiro António de Almeida /Academia Portuguesa de História; Menção honrosa Prémio A. de Almeida Fernandes – História Medieval Portuguesa). 
Já em 2017 foram editados pelo Círculo de Leitores 2 volumes que co-dirigiu com Ana Maria Rodrigues e Ana Leal de Faria sobre “Casamentos da Família Real Portuguesa”.
É Académica-Correspondente da Academia Portuguesa de História e sócia fundadora da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais de cujos órgãos directivos faz parte.

ISABEL DOS GUIMARÃES SÁ
Isabel dos Guimarães Sá doutorou-se em 1992 no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Exerce funções docentes na Universidade do Minho, onde é professora associada com agregação; integra o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da mesma Universidade. É autora de numerosas publicações sobre as Misericórdias portuguesas, entre as quais os livros Quando o rico se faz pobre: Misericórdias, caridade e poder no império português, 1500-1800 (Lisboa, CNCDP, 1997), e As Misericórdias Portuguesas de D. Manuel I a Pombal (Lisboa, Livros Horizonte, 2001). Foi investigadora em 1998 e 2003 na John Carter Brown Library, da Brown University (EUA). Mais recentemente, coordenou, juntamente com Ana Maria Rodrigues e Manuela Santos Silva, a coleção Rainhas de Portugal, publicada pelo Círculo de Leitores. Nesse âmbito, escreveu a biografia da rainha D. Leonor (1458-1525), que obteve em 2011 o prémio Almeida Fernandes de História Medieval.


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codex.chavesdahistoria@gmail.com 
+351 919175069
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