Artista multidisciplinar, Mark Fell é conhecido como um dos mais destacados expoentes da composição com base em algoritmos e sistemas matemáticos, nomeadamente pela exploração das relações entre estilos de música popular, como a eletrónica e música de dança, e abordagens mais académicas. Após ter estudado de cinema experimental e videoarte no Instituto Politécnico da cidade de Sheffield, onde ainda reside, regressou a interesses anteriores em tecnologia computacional, música e som sintetizado. A residência deste artista no Museu de Arte Contemporânea de Serralves durante o mês de novembro culmina com a apresentação pública de “Intermetamorphosis”, um projeto polimórfico de manifestações várias. Nele se integra a exibição de trabalhos passados de Fell realizados para imagens em movimento onde se incluem colaborações com outros artistas como Luke Fowler e Erkka Nissinen. Port Hacking, 2001, 6’52’ (Mark Fell e Ernest Edmonds) "Port Hacking" teve início a partir de um convite de Ernest Edmonds a Mark Fell para os Estúdios de Pesquisa de Criatividade e Cognição da Universidade de Tecnologia de Sydney. Edmonds e Fell colaboram em performances generativas em que o som e a imagem são integrados usando computadores em rede. A ideia é operar com estruturas que possam mediar entre o som e visão, de modo que possa ser produzido um trabalho unificado que integre ambos. Assim, uma única estrutura generativa abstrata é mapeada em som e imagem para produzir o trabalho integrado. Cada trabalho tem seu próprio processo generativo que se desenvolve ao longo do tempo. No entanto, durante a performance, Edmonds e Fell manipulam as regras sendo usadas e modificam os processos generativos. A estética dos trabalhos é abstrata e minimal. Visualmente, eles abordam a cor e as mudanças ao longo do tempo. Os sons são igualmente minimais. Em cada performance, Edmonds e Fell exploram diferentes aspetos da sua paisagem audiovisual. Attack On Silence, 2010, 19’09’’ A série de filmes “Attack on Silence” baseia-se em ideias da geometria sagrada, do papel do som e da cor para engendrar estados meditativos e da tecnologia de controlo psicofisiológico. Para os membros da audiência que experimentam estas obras, não é clara a natureza da sua resposta: estão eles envolvidos em algum tipo de libertação espiritual ou numa intervenção tecnológica intrusiva? "Somos recordados dos afetos físicos, sugeridos nos ensinamentos budistas tibetanos, que as diferentes frequências de vibração podem exercer sobre o corpo; dos exercícios de concentração de Yoga que se desenrolam com imagens mentais de formas ovais pretas, crescentes prateados e discos azuis (encontrados por Fell in nos textos de Alistair Crowley,” Eight lectures on Yoga” (1939)); das gravações de pesquisa meontológica do The Anti-Group (1987) destinadas a falar diretamente no sistema nervoso central; evocações do bloqueio mental do filme de 1971 de George Lucas “THX1138” ou de ficções científicas semelhantes sobre controlo mental através do uso do som ". Tony Myatt, 2008 To The Editor of Amateur Photographer, 2014 (Mark Fell e Luke Fowler), 68’45’’, VO: Inglês Este filme de Luke Fowler e Mark Fell gira em torno dos testemunhos e coleção de documentos ligados à complexa e muitas vezes contestada história do Pavilion, o primeiro centro feminista de fotografia da Europa. “To The Editor of Amateur Photograph” examina uma mudança radical na fotografia, além de colocar em primeiro plano os problemas da apresentação da história através de fragmentos de arquivos e lembranças pessoais. Ao sair das antigas instalações do parque em Leeds, o Pavilion foi formado em 1983 com o objetivo declarado de ser o primeiro centro de fotografia dedicado a representar e apoiar a produção de fotografia por mulheres. Num pano de fundo de conflitos sociais, políticos e económicos agudizados, o Pavilion propôs-se a virar do avesso a cultura de imagem patriarcal predominante. Entrada livre mediante a lotação da sala
