21:30 até às 23:00
Out There, Lado A com Rui Catalão

Out There, Lado A com Rui Catalão

Rui Catalão, um dos artistas convidados do programa Out There, terá duas sessões que se dividem em dois dias, hoje e amanhã, às 21h30 no Café Ceuta, Porto.

Lado A e Lado B, de O Pavão canta, A Pantera aproxima-se, são dois momentos distintos do mesmo "álbum".

Esta sessão é aberta a todos os interessados e curiosos.


www.mezzanine.pt

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OUT THERE

30.10.2017 - 18.11.2017

Curadoria Ana Rocha, Jorge Gonçalves e Pedro Rocha

Artistas Veit Stratmann, Winnie SuperHova & Samuel Draper, Hamish Fulton, Claudia Hill, Rui Catalão, Pedro Tudela, Ricardo Jacinto, Nicholas Bussmann, Maile Costa Colbert & Rui Costa e Alejandra Salinas & Aeron Bergman

Colaboração Café Ceuta, Passos Manuel, Centro Comercial Bombarda, Maus Hábitos - Espaço de Intervenção Cultural, Café Candelabro, Mão Esquerda - Vintage & Second Hand's first, Kate Skateshop, Musi Meios, Gelataria Doxa, Barbearia Porto, Duas de Letra, Inktoxica, Galeria Patch Lifestyle Concept Store, senhor PRUDÊNCIO e Rádio Manobras

Design Gráfico Marta Casaca

Organização e Produção MEZZANINE

Co-Produção Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto
Apoio Goethe-Institut Portugal, Escola Superior Artística do Porto e Mala Voadora


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"Poucas semanas antes de morrer, Eric Dolphy deu um concerto em que apresentou um tema inédito: “The madrig sings, the panther walks”. Nunca consegui perceber o que significava “madrig”, mas o trio de músicos holandeses que acompanhou Dolphy em Hilversum aproximou-me do enigma: perto da sala onde eles ensaiavam, havia um parque com pavões. Amante do canto dos pássaros, cujo som reproduzia ou estilizava na sua música, Dolphy nunca tinha ouvido pavões e ficou fascinado: todos os dias procurava comunicar com eles, imitando-lhes o canto.
A imitação dos pássaros, no entanto, é só uma contigência mágica na sua música. O interesse estava no diálogo. Ou melhor: na conversa. Fosse a conversa com pássaros ou com alguns dos músicos mais apaixonantes da sua época (Charlie Mingus, John Coltrane, Ornette Coleman, a lista é muito longa, apesar de Dolphy ter morrido aos 36 anos).
A ideia que Dolphy fazia da palavra “conversa” ia além das palavras: o acto de “falar com”, mais os seus momentos de escuta, de troca rápida de palavras, de interrupções, de monólogos, de perguntas e interjeições, para ele era um jogo musical.
Não é impunemente que um dos seus discos mais marcantes tenha por título “Out there” – é do lado de fora que surgem os sons, o canto, as vozes. Sem “lá fora” não existe como criar um mundo “cá dentro”. O trânsito entre dois mundos pode fazer-se de muitas maneiras e todas as maneiras podem caber na palavra “conversa” (“Conversations foi o título de outro disco de Eric Dolphy).
 
Quando a Ana Rocha me convidou para participar no programa de “Out there” eu andava a ouvir “Out there” de Eric Dolphy e apercebi-me que apesar de escutá-lo há tantos anos nunca tinha identificado o aspecto mais crucial da sua música: a conversa. Dias depois, a Ana propôs-me trabalhar numa sala de jogos no Porto e a minha memória disparou para os meus anos de adolescente, em que passava todas as tardes, depois das aulas, a jogar bilhar. E sempre com o mesmo adversário!" 


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Rui Catalão

(n. 1971) Apresentou nos últimos sete anos uma série de solos autobiográficos: “Dentro das palavras”, “Av. dos Bons Amigos”, “Canções i comentários”, “A Grande Dívida – ciclo de conferências”, “Conquista de Ceuta” e “Trabalho Precário”. Neles faz o retrato da vida privada da sua geração. Usando este modelo autobiográfico, dirigiu ainda o jovem amador de origem moçambicana Luís Mucauro no solo “Medo a caminho”. Em 2016 apresentou “Judite” (no Teatro Nacional D. Maria II) e, já em 2017, “Assembleia” – peça em que o público é convocado para debater assuntos que interessam à comunidade. Em 2006-2009 concentrou o seu trabalho na Roménia, onde dirigiu, entre outras, as peças de grupo “Atât de frageda”, “Follow that summer”, e os ciclos de improvisações “Acum totsi impreuna” e “Rui”. Mais recentemente, tem desenvolvido projectos pedagógicos, como a oficina de teatro “Agora, faz tu!”, com incidência em métodos de trabalho, construção dramatúrgica, autonomia criativa e tomadas de decisão em tempo real. Escreveu também “Ester” para o programa de teatro juvenil Panos, da Culturgest. O seu trabalho ronda a fronteira entre o espaço privado e o espaço público, os temas da memória, da fragilidade, da manipulação e da transparência. Nos últimos 16 anos, trabalhou em peças de João Fiadeiro (estreou-se com “O que eu sou não fui sozinho”, em 2000), Miguel Pereira, Ana Borralho-João Galante, Farid Fairuz/Mihai Mihalcea, Manuel Pelmus, Brynjar Bandlien, Mihaela Dancs, Madalina Dan, Edi Gabia e, mais recentemente, as revelações Sofia Dinger, Urândia Aragão e Elmano Sancho. Também trabalhou com Tonan Quito na encenação de “Fé, Caridade, Esperança”, em que reescreveu parcialmente o texto de Odon von Horvath a partir de testemunhos dos amadores que participaram no espectáculo. Para cinema, escreveu os guiões de “O capacete dourado” e “Morrer como um homem”, participou como actor em “A Cara que mereces”, foi jornalista, programador de cinema, crítico musical e de literatura no jornal Público e no Jornal de Sintra. Organizou e editou “Anne Teresa De Keersmaeker em Lisboa” e escreveu “Ingredientes do Mundo Perfeito”, sobre a obra teatral de Tiago Rodrigues. 
(n. 1971) Apresentou nos últimos sete anos uma série de solos autobiográficos: “Dentro das palavras”, “Av. dos Bons Amigos”, “Canções i comentários”, “A Grande Dívida – ciclo de conferências”, “Conquista de Ceuta” e “Trabalho Precário”. Neles faz o retrato da vida privada da sua geração. Usando este modelo autobiográfico, dirigiu ainda o jovem amador de origem moçambicana Luís Mucauro no solo “Medo a caminho”. Em 2016 apresentou “Judite” (no Teatro Nacional D. Maria II) e, já em 2017, “Assembleia” – peça em que o público é convocado para debater assuntos que interessam à comunidade. Em 2006-2009 concentrou o seu trabalho na Roménia, onde dirigiu, entre outras, as peças de grupo “Atât de frageda”, “Follow that summer”, e os ciclos de improvisações “Acum totsi impreuna” e “Rui”. Mais recentemente, tem desenvolvido projectos pedagógicos, como a oficina de teatro “Agora, faz tu!”, com incidência em métodos de trabalho, construção dramatúrgica, autonomia criativa e tomadas de decisão em tempo real. Escreveu também “Ester” para o programa de teatro juvenil Panos, da Culturgest. O seu trabalho ronda a fronteira entre o espaço privado e o espaço público, os temas da memória, da fragilidade, da manipulação e da transparência. Nos últimos 16 anos, trabalhou em peças de João Fiadeiro (estreou-se com “O que eu sou não fui sozinho”, em 2000), Miguel Pereira, Ana Borralho-João Galante, Farid Fairuz/Mihai Mihalcea, Manuel Pelmus, Brynjar Bandlien, Mihaela Dancs, Madalina Dan, Edi Gabia e, mais recentemente, as revelações Sofia Dinger, Urândia Aragão e Elmano Sancho. Também trabalhou com Tonan Quito na encenação de “Fé, Caridade, Esperança”, em que reescreveu parcialmente o texto de Odon von Horvath a partir de testemunhos dos amadores que participaram no espectáculo. Para cinema, escreveu os guiões de “O capacete dourado” e “Morrer como um homem”, participou como actor em “A Cara que mereces”, foi jornalista, programador de cinema, crítico musical e de literatura no jornal Público e no Jornal de Sintra. Organizou e editou “Anne Teresa De Keersmaeker em Lisboa” e escreveu “Ingredientes do Mundo Perfeito”, sobre a obra teatral de Tiago Rodrigues.
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