Bilhetes à venda apenas na noite do evento. Tickets only available at the door. De vez em quando, os fãs de música mais acérrimos têm tendência a tomar por garantidas certas coisas que em tempos eram raridade ou absoluta novidade. Por exemplo, há pouco mais de 10 anos, a paisagem do planeta Techno era bem diferente. Por entre os escombros da rigidez do minimal e a esterilidade do techno mais rápido e baseado em loops do centro da Europa, um par de jovens DJs alemães assumiu residência num club que na altura ainda não constava em guias turísticos, numa cidade que apenas então se começava a afirmar como núcleo artístico do nosso continente. Com eles, regressou ao techno a melodia, o groove, e o sentido de narrativa. Um desses jovens era Marcel Dettmann. O outro, chamava-se Ben Klock. Hoje em dia o techno é a estética dominante da electrónica dançável, e ainda assim Klock manteve-se sempre no olho desta espécie de tempestade global, graças à mesma paixão e dedicação de há uma década atrás. Nomes como DVS1 e Etapp Kyle tornaram-se familiares para nós graças a ele e à sua Klockworks. O falecido Trevino ganhou nome no techno porque Ben Klock apostou nele. E clássicos como Steve Rachmad e Heiko Laux tiveram um segundo fôlego na carreira, porque Ben nunca deles desistiu. Muitos anos depois de ‘Subzero’ e ‘Dawning’, achámos por bem recordar o passado de quem nos mostrou o futuro e recordar que Ben Klock continua a iluminar o caminho a seguir. - Nuno Mendonça \\ ENGLISH // Sometimes, the most fickle music fans have a tendency of taking for granted things that not long ago were either rare or absolute novelty. For example, a little over 10 years ago, the landscape of planet Techno was quite different. Beneath the smoking remains of the rigidity of minimal and sterility of the faster, loop-based techno popular in central Europe, a pair of young german DJs began their residency in a club that still wasn’t part of any tourist guides, located in a city that at the time was only just beginning to assume the role of our continent’s artistic hub. With them we saw melody, groove and a sense of narrative make their return to techno. One of these young men was Marcel Dettmann. The other was called Ben Klock. Nowadays, techno is the dominant force in danceable electronics, and still Klock has remained in the eye of this global storm, thanks to same passion and dedication he put into it a decade ago. Guys like DVS1 and Etapp Kyle became familiar to us because of him and his Klockworks label. The late Trevino made a name for himself in techno because Ben Klock bet on him. And classics like Steve Rachmad and Heiko Laux had a second breath in their careers because Ben never stopped believing in them. Many years after ‘Subzero’ and ‘Dawning’, we thought it appropriate to remind you about the past of someone of the past of someone who’s shown us the future and who is still pointing the way ahead for us all. - Nuno Mendonça
