13:30 até às 15:00
Paralelos: Escolas: Conversa mesmo ao pé: Jorge Paiva (Biólogo)

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Grátis
ESGOTADO
Programa Educativo

Paralelos
Conversa mesmo ao pé

SEXTA-FEIRA 24 NOV. 13H30-15h00
Programa Educativo \ Natureza <<< ESGOTADO 

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História da Floresta Portuguesa

JORGE PAIVA
Biólogo, Centro de Ecologia Funcional. Universidade de Coimbra

História da Floresta Portuguesa

Contam-se e aprendem-se muitas histórias durante a nossa vida. Na infância são histórias muito variadas para entretenimento ou para uma melhor integração das crianças no meio em que vivem. Nos estabelecimentos de ensino aprende-se a história do nosso país, a história universal, um pouco de história da literatura, da poesia, das ciências, das religiões, etc., mas nada sobre a história da nossa floresta.
Durante as grandes mudanças climáticas pleistocénicas, com avanços e recuos dos gelos continentais (glaciações), o nosso território esteve coberto de florestas diferentes das actuais.
Portugal, antes das glaciações, tinha, pelo menos as montanhas, cobertas de florestas sempre-verdes (laurisilva) e durante a última glaciação teve uma cobertura florestal semelhante à actual taiga, que foram naturalmente substituídas por florestas mistas (fagosilva) de árvores sempre-verdes e caducifólias, transformando o país praticamente num imenso carvalhal caducifólio (alvarinho, e negral) a norte do Tejo e perenifólio (azinheira e sobreiro) para sul. Por destruição dessas florestas as nossas montanhas passaram a estar predominantemente cobertas por matos de urzes, giestas, tojos, torgas e carqueja. Principalmente, a partir do século XIX, foram artificialmente rearborizadas com pinheiro-bravo, o que as transformou em imensos pinhais. Tivemos, assim, a maior área contínua de pinhal da Europa. Este tipo de floresta de produção mono-específico (apenas uma espécie arbórea; o pinheiro-bravo) é de muito menor Biodiversidade do que a fagosilva. Durante a segunda metade do século passado (XX) houve um enorme aumente deste tipo de floresta mono-específica, mas com eucalipto. Os eucaliptais são ecossistemas antrópicos de muito menor Biodiversidade do que os pinhais.
Além disso, a introdução de plantas alelopáticas e heliófitas, como, por exemplo as acácias, levou a que os nichos ecológicos desarborizados fossem ocupados por essas plantas mono-especificamente. Aliás, as plantas invasoras não são um problema apenas em Portugal. Por exemplo, o nosso pinheiro-bravo é um invasor na Austrália e a nossa giesta (Spartium junceum) é invasora no Perú. Estas formações, devido à alelopatia dessas plantas, são também de baixíssima Biodiversidade
Com os incêndios e pela acção do homem, parte das nossas montanhas e algumas zonas ribatejanas e alentejanas estão já transformadas em formações plenas de invasoras como imensos eucaliptais (Portugal tem, actualmente, a maior área de eucaliptal da Europa), pinhais e acaciais, estando já algumas montanhas transformadas em zonas desérticas, plenas de pedregulhos.
Se os nossos governantes continuarem, teimosamente, a não querer ver o que está a acontecer, caminharemos para uma diminuição drástica de Biodiversidade florestal e rapidamente para um amplo deserto de pedras montanhoso, com a planície e o litoral transformado num imenso acacial, como, aliás já acontece em muitas regiões de Portugal.

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