15:30 até às 16:30
Paralelos: Concerto mesmo ao pé: Musick's Recreation

Paralelos: Concerto mesmo ao pé: Musick's Recreation

Grátis
INSCRIÇÕES ABERTAS

Paralelos
Concerto mesmo ao pé

SEXTA-FEIRA 25 NOV. 15H30-16H30
CENTRO DE DIA - SÃO MIGUEL D'ACHA
Público Geral

Destinatários: Público Geral
GRATUITO + INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA ver detalhes abaixo


Musick's Recreation
Milena Cord-to-Krax
ALEMANHA COLÔMBIA AUSTRÁLIA

“A procura do raro e do comum."
 
Milena Cord-to-Krax, flauta
Alex Nicholls, violoncelo
Cesar Queruz, tiorba
 
O papel da flauta de Bisel durante o século XVII, em Itália, ainda não é claro, mas sabe-se que era utilizada, como confirmam a iconografia e os instrumentos preservados desse período. Qual poderia ser, então, o repertório de um flautista que tocasse flauta de Bisel? Além das sonatas da primeira metade daquele século, a tradição medieval e renascentista de ornamentar a música vocal continuava viva quando F. Rognoni publicou o seu tratado sobre este tema, em 1620. Este facto levanta a suspeita de que a prática de interpretar música vocal de forma instrumental tenha persistido, mesmo já quando ninguém se dedicava à música polifónica e as canções monódicas com acompanhamento se tornaram dominantes. Entre sonatas, baixos ostinatos e canções com nova ornamentação, convidamo-lo a conhecer o que pode ter sido o percurso de um flautista de flauta de Bisel no século XVII – essa avis rara –, oferecendo-lhe uma noite de música de câmara interessante, emocional e invulgar.
 
Notas ao programa

A Itália do século XVII assistiu a mudanças rápidas no estilo compositivo, prática performativa e gosto social. Sabemos exatamente o que um flautista de flauta de Bisel faria durante o Renascimento: tocaria música vocal ou não-vocal em consortes de flauta de Bisel ou mistos, improvisando, ornamentando e, provavelmente, compondo. Já na Itália do século XVII é difícil dizer qual seria o papel desse flautista ou o seu repertório, embora a iconografia e os instrumentos preservados desse período comprovem o seu uso. Existem composições dessa época com partes para flauta de Bisel, mas estas são em número muito reduzido quando comparadas com aquelas que existem para outros instrumentos, especialmente da família do violino, que se tornou na nova estrela da música instrumental. Claro que não podemos pensar apenas nos instrumentos mais amplamente utilizados ou no gosto da família real, já que a música tinha, e continua a ter, lugar em qualquer lugar: dentro de casa, depois do jantar (especialmente antes de existirem smartphones ou a televisão) ou em encontros especiais. Sabe-se que muitos amadores desenvolveram elevados conhecimentos de e gosto pelos seus instrumentos durante as épocas medieval, renascentista e barroca, e as pinturas desses períodos mostram-nos que a flauta de Bisel parece ter sido utilizada em diversos lugares, talvez como hoje em dia se encontra uma guitarra casa sim, casa não.
Qual poderia ser, então, o repertório de um flautista que tocasse flauta de Bisel? Certamente que se encontrariam sonatas da primeira metade do século XVII nas quais o compositor não impunha uma determinada instrumentação. E, evidentemente, existe a música para violino adequada à flauta de Bisel. Este seria o repertório comum e óbvio. Qual seria, então, a parte rara do repertório para flauta de Bisel naquele século? Música vocal. Desde a Idade Média, e provavelmente desde sempre, a música vocal tem sido interpretada instrumentalmente e com ornamentos. Durante o Renascimento, isso era recorrente, mas, no Barroco, a música vocal e instrumental acabam por separar-se, embora não totalmente. Em Inglaterra, podem encontrar-se coleções de canções que comprovam que a sua maioria poderia ser interpretada com flauta de Bisel. Em França, Hotteterre publica canções com ornamentos para flauta, flauta de Bisel ou oboé. Por seu turno, em Itália, F. Rognoni (flautista, violinista e compositor) escreve o tratado Selva de varii passaggi sobre a ornamentação da música vocal polifónica, o qual foi publicado em 1620, num período em que as composições do género monódico com acompanhamento já constituíam a música dominante. A ideia de "poder" interpretar bela música vocal italiana do século XVII, e até a ornamentá-la, é demasiado tentadora para deixar passar.
  
Imprensa

«... Michael Thomas no violino e Vicente Parrilla e Milena Cord-to-Krax na flauta de Bisel. A sua interpretação foi sensacional, tremenda.»
Diario de Almeria, 2013
 
BIOS PT

Musick's Recreation é um projeto de música renascentista e barroca da autoria da flautista Milena Cord-to-Krax. A alegria, a tristeza, a articulação, a afeição, o silêncio, o ritmo, a emoção e a reflexão são algumas das ferramentas e virtudes dos contadores de histórias que nós, narradores de melodias, tentamos igualmente transmitir nas nossas interpretações: desde o acompanhamento – sempre dialogado – até à expressão individual que confere a cada instrumento a sua própria voz.
O presente projeto centra-se especificamente na criatividade historicamente informada, o que pressupõe colocar em prática os processos criativos que os músicos dos períodos renascentista e barroco costumavam utilizar, tais como ornamentações, variações, diminuições, composição e arranjos. Em maio de 2016, realizámos a nossa primeira gravação: a Suite N.º 5 para Violoncelo Solo de J. S. Bach, com arranjo para flauta de Bisel e baixo contínuo da autoria de Milena Cord-to-Krax, que assim a converteu numa composição de música de câmara.

Milena Cord-to-Krax nasceu em Colónia, na Alemanha, em 1988. Começou a tocar flauta de Bisel aos 6 anos, tendo Eva Morsbach como professora, e mais tarde prosseguiu os estudos do mesmo instrumento com Bárbara Sela e Vicente Parrilla no Conservatório de Sevilha. Assistiu a masterclasses de Dan Laurin, Michael Schneider, Fernando Paz e Wilbert Hazelzet. Na qualidade de solista, tocou lado a lado com Vicente Parrilla com a Orquestra Ciudad de Almería, dirigida pelo violinista Michael Thomas; foi cofundadora do consorte de flautas Vox Tremula; tem recebido convites para tocar com diversos agrupamentos, incluindo Musica Prima; colaborou em performances multidisciplinares, por exemplo, com bailarinos profissionais numa performance baseada em improvisação, e toca com a Orquesta Barroca do cravista sevilhano Alejandro Casal. Em maio de 2016, Milena realizou a sua primeira gravação profissional: a Suite BWV 995 de Bach, com arranjo da sua autoria para flauta de Bisel e baixo contínuo.

César Queruz iniciou a sua formação em música com guitarra clássica, tendo como professor Sergio Restrepo Mesa, em Bogotá, na Colômbia. Depois de estudar com Esteban Campuzano no Instituto Superior de Artes em Havana, César Queruz completou um curso superior em performance musical na Pontificia Universidad Javeriana, onde estudou com Carlos Posada. Em 2005, completou um curso de pós-graduação no Conservatório Richard Strauss, em Munique, e em 2007, terminou uma pós-graduação em teatro na Hochschule für Musik, na mesma cidade, focando-se igualmente em guitarra clássica. Depois de trabalhar em Londres durante 5 anos e de ter conhecido o seu primeiro professor de tiorba, Jakob Lindberg, César iniciou os seus estudos em guitarra barroca e tiorba. Atualmente, encontra-se a frequentar o mestrado em performance orquestral de música barroca, especificamente para tiorba, na Universität der Künste, em Berlim, sob a orientação de Björn Colell. César Queruz tocou na qualidade de solista e em agrupamentos na Austrália, Ásia, Europa e América do Sul, incluindo com Capella Krakoviensis (Polónia), Solistenensemble Kaleidiskop (Berlim), a London Early Opera, entre outros.

Alexander Nicholls é um violoncelista australiano de inspiração histórica e especializado em práticas de performance de violoncelo dos séculos XVIII e XIX. Detém uma licenciatura em interpretação musical (Universidade da Austrália Ocidental) e em estudos musicais (Universidade de Sydney), esta última completada com distinção, além de um mestrado em música com especialização em performance histórica (Juilliard School).
Exerceu funções de violoncelista principal em orquestras sob a direção de Jordi Savall, William Christie, Masaaki Suzuki e Nicholas McGegan, tendo participado em diversas tournées, tanto no seu país como no estrangeiro. Participou ativamente em vários agrupamentos de música historicamente informada na Austrália, incluindo The Australian Brandenburg Orchestra, Australian Romantic and Classical Orchestra e The Orchestra of the Antipodes. É um investigador ávido na área das práticas de interpretação historicamente informada e, atualmente, encontra-se a desenvolver uma pesquisa inédita sobre as práticas de composição musical dos séculos XVIII e XIX e o modo como estas se relacionam com a interpretação musical. Vive presentemente em Berlim e tem especial interesse em explorar oportunidades performativas (Orquestra, Agrupamento de Câmara / Solo) e académicas.
 

INFO E INSCRIÇÕES
Arte das Musas�mail@artedasmusas.com
www.artedasmusas.com
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