Tertúlia de Viagem 06 jan | 21:30 Entrada Livre Esta Tertúlia de Viagem tem um Extra, juntamente com um pouco de conversa sobre a Tailândia vamos inaugurar a exposição FIGHT FOR ONE’S LIFE de Berta B. B. Couto. Sobre a exposição e a Berta: FIGHT FOR ONE’S LIFE de Berta B. B. Couto Berta B. B. Couto, natural de Almada e nascida em 1989; enfermeira de profissão, embora a sua maior paixão seja a Fotografia. Não se lembra ao certo quando começou a vontade incessante de eternizar momentos, porque até onde a memória a leva recorda-se sempre de máquina fotográfica na mão, numa altura em que os rolos ainda enchiam as gavetas da cómoda do seu quarto. Desde então, foi constante a presença da Fotografia na sua vida, mas sempre um pouco sem propósito definido. Sabia, porém, que queria fazer algo com um maior impacto, queria falar e relatar histórias do mundo actual. Ainda assim, sabendo que dificilmente lá iria chegar, acabou por enveredar por uma profissão onde pudesse ajudar directamente as pessoas e por isso escolheu Enfermagem. Após terminar o curso, em 2013 emigrou para o Reino Unido onde, além de ter trabalhado como Enfermeira, voltou a investir na sua aprendizagem enquanto amante da Fotografia. Foi também durante essa experiência, que sentiu que precisava de partir além fronteiras, ver o mundo e nele encontrar a sua “chama” fotográfica, porque uma coisa era certa: não iria desistir da minha paixão. Em Fevereiro de 2017 partiu numa viagem sem plano e sem data de regresso. Depois de uma breve passagem pelo Panamá e Austrália, viajou até à Ásia, onde então começou a sua verdadeira viagem, descobrindo um caminho fotográfico que a atraiu especialmente: a fotografia documental e o fotojornalismo. Em Maio de 2017 chegou à Tailândia, dando-se conta de que Tailândia não é somente um paraíso turístico que reveste-se de praias azul turquesa e incríveis recifes de coral. A Tailândia também se confronta com complexos problemas de pobreza, onde crianças e mulheres parecem ser quem mais sofre neste desigual mundo financeiro em que vivemos. Tráfico humano, a indústria do sexo e a exploração infantil alimentam-se de um estado de desespero em que pessoas buscam uma forma de sobrevivência, enquanto outros procuram maneiras de lucrar com a referida situação. Quando Berta B.B. Couto chegou à Tailândia, foi confrontada por esta ideia de que crianças são frequentemente vistas como obrigações ou fardos, e as comunidades tentam lucrar com as mesmas, como por exemplo através das lutas de Muay Thai. Pouco satisfeita com o que ouviu e leu sobre o assunto, decidiu inscrever-me num ginásio de Muay Thai, a norte da Tailândia, onde nasceu o projecto “Fight for One’s life”. Depois de um mês mantendo contacto diário com jovens lutadores, entre os 14 e os 16 anos de idade, Berta B. B. Couto apercebeu-se de que estas crianças são normalmente abandonadas pelas suas famílias, enquanto outras são apenas crianças que fugiram à procura de uma maneira de saírem das ruas onde viviam. Estes jovens encontraram um lugar a que chamam de “casa”, onde têm alimentação, uma cama onde dormir, uma família que lhes dá apoio, mas essencialmente eles encontraram uma porta aberta para um futuro que antes pensavam inalcançável. O Muay Thai pode ser visto como um desporto cruel e explorador, mas um olhar atento consegue ver que estas crianças não estão a lutar somente por um título, elas estão a lutar pelas suas vidas, por um futuro que vão alcançando dia a dia, em cada luta.
