19:00 até às 20:30
Sete Lágrimas - Festival São Roque 2017

Sete Lágrimas - Festival São Roque 2017

29.ª Temporada Música em São Roque
8 Nov. 2017, 19h00

Convento de São Pedro de Alcântara

Sete Lágrimas

Filipe Faria
Sérgio Peixoto
Pedro Castro
Tiago Matias
Sofia Diniz
Rui Silva

Parto triste saludoso:
Canções da Diáspora para vozes e ensemble instrumental

http://www.scml.pt/pt-PT/29tmsr/8_nov/

"As grandes navegações portuguesas dos séculos XV e XVI e o processo de expansão colonial subsequente abriram novos caminhos de comunicação e de intercâmbio cultural entre a Europa e o mundo, nos quais Portugal foi indiscutivelmente pioneiro. Não se tratou - importa sublinhá-lo sem equívocos - de um processo idílico e harmonioso de mero diálogo intercultural: foi marcado, como todos os colonialismos em todas as épocas da História da Humanidade, pela violência, pela agressão militar, pela ocupação territorial, pela exploração económica, pelo tráfico de escravos, pela intolerância religiosa. Mas desde cedo evidenciou, por outro lado, da parte dos colonizadores portugueses, uma curiosidade pela diferença cultural que contrasta com o hermetismo das matrizes civilizacionais de outros imperialismos europeus posteriores, como o francês, o holandês, ou em particular o britânico. A elevada taxa de miscigenação étnica que desde logo marcou as sociedades colonias portuguesas, consequência prática, é verdade, de uma reduzida presença de mulheres europeias nas primeiras expedições, mas ao mesmo tempo sinal de um desejo menos reprimido pelo preconceito racial, foi acompanhada de uma vontade evidente de provar as cozinhas locais e os seus ingredientes exóticos, do fascínio pelos motivos decorativos dos tapetes, cerâmicas e porcelanas de cada região, da tentação de experimentar canções e danças com ritmos e melodias diferentes e sedutores. A dominação colonial portuguesa procurou, certamente, impor em cada território ocupado uma matriz idêntica à das práticas artísticas e culturais do Reino, em particular as associadas ao Catolicismo, mas não só soube adaptar essa matriz aos materiais específicos disponíveis em cada zona como não hesitou em incorporar em si mesma muitas das facetas das expressões artísticas com que se foi deparando, terra a terra, continente a continente. De todas as potências coloniais europeias, Portugal foi sem qualquer dúvida aquela em cuja Cultura se integraram mais influências asiáticas, africanas e sul-americanas, e o império colonial português revelou-se assim um espaço de intensa circulação, interação e fusão de modelos culturais. (...)" 

Rui Vieira Nery in CD "Terra" por Sete Lágrimas (excertos)
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