O Books&Movies – Festival Literário e de Cinema de Alcobaça apresenta novamente o Rock Fest, um espaço para novas tendências da música com artistas locais e nacionais. Traz-nos, mais uma vez, um programa eclético que junta no mesmo evento diversos géneros musicais. Este ano, o Rock Fest decorre entre os dias 9 e 11 de novembro, na Adega dos Balseiros do Museu do Vinho de Alcobaça. A entrada é livre. //////////////////////////////////////////////////////////// Rock Fest » 11 de novembro | 22h30 Tó Trips e João Doce || Surma //////////////////////////////////////////////////////////// Surma Em dois anos e meio, Débora Umbelino levou o seu projecto solitário de exploração de sons, Surma, até sete países em mais de 150 concertos. Tinha apenas o single “Maasai” quando começou a gravar o disco de estreia e todo o caminho traçado até aquela altura lhe parecia um período zero que a tinha deixado apenas com vontade de avançar ainda mais numa demanda cada vez mais sua. Enquanto one woman band que domina teclas, voz, cordas, pedais e botões, e não se deixa ficar num ou noutro género musical, Surma preparou o seu registo de estreia “Antwerpen” como se estivesse num laboratório, observando cada reacção sonora de cada nota e de cada instrumento, criando a partir daí. Em colaboração com a Casota Collective, que integra elementos dos First Breath After Coma, construiu uma renovada identidade sonora e visual, da qual “Hemma” foi o primeiro cartão de visita. Tó Trips e João Doce A par da presença nos Dead Combo, Tó Trips tem vindo a construir, a solo, uma muito singular e nobre discografia, sublimando e sublinhando a guitarra como meio da sua criação musical. É definitivamente um guitar-man, um incansável e espontâneo explorador das cordas, dos acordes, dos ecos e das melodias que esse instrumento esconde. Um artista que ressuscita, que transfigura memórias e tradições da música em obras novas. O rock, os ritmos e texturas africanas, os lamentos mais solitários e secos da guitarra clássica, as paisagens sonoras de uma certa América são e continuam a ser os elementos estreitam e abrem esse fazer. Escutam-se em discos como “Guitarra 66” (2010) “Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido” (2015) e, no ano passado, em “Sumba”, álbum em que Trips acolheu a percussão de João Doce. A dupla já existia reunida pela amizade em 2004, mas foi anos depois, ao fim de uma conversa no Cafetaria do Parque Ambiental do Buçaquinho, entre Esmoriz e Cortegaça, que colaboração musical se forjou. Desde então, os dois amigos têm levado o disco a vários lugares, dando a ouvir canções em que a melancolia se expande soprada pela energia da percussão do membro dos WrayGunn e colaborador de The Legendary Tigerman. É como se as notas de Tó Trips voassem, transformadas em quase riffs, ou se entregassem a uma dança tribal e festival. Entre os ritmos, ora serenos, ora agitados de João Doce, e a eletricidade da guitarra, o par conjura, numa conversa sem palavras, uma liberdade poética em que a música se confunde com o júbilo. Neste concerto, Tó Trips e João Doce apresentam-se, ao fim de vários dias de residência na Galeria Zé dos Bois, com a promessa de que essa liberdade se manifestará em palco. Em canções animadas pela energia que o espírito transmite ao fazer. JM Adega dos Balseiros Museu do Vinho de Alcobaça Entrada livre