Conversa sobre a exposição Return to Earth. Com a artista RitaGT e o colectivo de curadoras Pipi Colonial. Rita GT fala com as curadoras sobre este projecto expositivo colaborativo, sobre o que Return to Earth significa para ela e o que pode significar para nós. Uma conversa aberta para a qual convidamos toda a gente interessada. "Regressar à terra, em português, remete, igualmente, para o retorno ao lar, a lugares de familiaridade e (des)conforto onde os afectos guiam a complexidade quotidiana e ampliam todas as suas possibilidades. Return to Earth revela as diferentes camadas biográficas da artista, as suas subjectividades múltiplas, enquanto mulher, mãe, artista e o modo como estas concorrem para um gesto artístico que se insurge contra formulações binárias e normativas. As viagens que Rita GT realizou, em geografias (Angola e Portugal) e técnicas plásticas diversas, e que deram origem a esta exposição, permitiram distintos e difíceis regressos, ancorados sempre em dinâmicas colaborativas que amplificam as possibilidades de experimentação e actuação ético-política." (cit. Pipi Colonial)* Rita GT vive e trabalha actualmente entre Portugal e Angola, sendo internacional-mente uma das mais destacadas artistas portuguesas a reflectir sobre os temas da identidade e da memória colonial, com foco em questões de género e dos direitos humanos. Está presente neste momento como única artista portuguesa na 1a Bienal de Lagos, Nigéria. *Pipi Colonial é um colectivo formado em 2016 pelas investigadoras Ana Cristina Cachola, Daniela Agostinho e Joana Mayer que se expressa através da curadoria, da programação e da produção de pensamento crítico. O objectivo do Pipi Colonial é reflectir sobre as relações entre género e colonialidade a partir de uma perspectiva feminista interseccional. O colectivo procura dar visibilidade à presença colonial, isto é, ao legado do passado colonial na contemporaneidade, nomeadamente através de novas configurações de colonialidade capitalista e belicista, e à forma como estes legados condicionam e se articulam através de categorias de género.
