17:00 até às 18:45
Potência e Adversidade | Potency and Adversity

Potência e Adversidade | Potency and Adversity

POTÊNCIA E ADVERSIDADE - ARTE DA AMÉRICA LATINA NAS COLEÇÕES EM PORTUGAL

ARGENTINA / BRASIL / CUBA / ESPANHA / MEXICO / PORTUGAL/ CHILE/ VENEZUELA/ ALEMANHA / COLÔMBIA
Curadoria: Marta Mestre

Inauguração 11 de Novembro :: 18h00
12 novembro a 7 de janeiro 2018
Pavilhão Branco e Pavilhão Preto
(entrada pelo Museu de Lisboa)

As Galerias Municipais inauguram no próximo dia 11 de novembro, pelas 17h00, no Pavilhão Branco e no Pavilhão Preto, a exposição Potência e Adversidade - arte da América Latina nas coleções em Portugal, com curadoria de Marta Mestre, que integra a programação da Lisboa Capital Ibero-Americana de Cultura 2017.


Sobre a exposição

A exposição apresenta uma seleção de cerca de 40 artistas e mais de 80 obras pertencentes a coleções públicas e privadas em Portugal, e tem como objetivo identificar alguns nexos históricos que ainda passam à margem das narrativas institucionalizadas sobre a produção artística da América Latina.
De forma a contornar a fragmentação intrínseca às diversas coleções existentes em Portugal, a exposição opta por um ângulo histórico circunscrito – a produção artística dos anos 1970 até hoje –, e percorre produções artísticas especialmente importantes para entender a vitalidade e originalidade artística de países tão diversos quanto a Argentina, Brasil, Cuba, Espanha, México, Portugal, Chile, Venezuela, Alemanha ou Colômbia.
Se por um lado se assume que a identidade, em particular para os artistas da América Latina, é uma condição problemática e instável, por outro, a exposição procura “performar” narrativas culturais, vetores políticos e matrizes económicas, que possam contrapor-se à ideia de preponderância dos cânones “ocidentais”.
Tendo por ponto de partida os anos “quentes” de lutas sociais, contra as ditaduras e a repressão no mundo, a exposição observa a década de 1970, marcada por uma produção cultural inédita, engajada em romper os lugares-comuns habitualmente associados à América Latina e em que se reivindica o fim das estruturas de violação do Estado, e se estabelecem conexões entre a produção artística e a formação política e ideológica, num misto de radicalidade e marginalidade. Intensificam-se, ainda nesta década, os trânsitos de artistas e intelectuais, muitas vezes relacionados ao exílio, e ampliam-se os espaços de contaminação, o que origina um cenário de efetiva flexibilização intercultural que faz despontar problemáticas “pós-modernas” e “pós-coloniais”, em debate hoje. Artistas seminais como Cildo Meireles, Artur Barrio, Horácio Zabala, Anna Maria Maiolino, Ana Mendieta, Lydia Okumura, Hélio Oiticica estabelecem um corpus diverso de poéticas experimentais iniciadas na década de 1970 que se desdobra nos trabalhos de um conjunto de artistas de gerações posteriores. Interessados em reacender as relações entre arte e política e estratégias visuais e discursivas para deslatinizar e destropicalizar os discursos sobre a produção artística do continente Paulo Nazareth, Damián Ortega, Jac Leirner, Ignasi Aballí, Magdalena Jiktrik, Rosângela Rennó, Detanico & Lain, Emmanuel Nassar, André Komatsu, Jorge Macchi, entre outros, atualizam o “legado conceitual”.
Diante da vontade em expressar a riqueza de pontos de contato com o trabalho de artistas “de fora”, a exposição integra também alguns artistas “europeus” cujo trabalho é atravessado aproximações poéticas ou referências culturais à América Latina: Ângelo de Souza, Leonor Antunes, Antoni Muntadas e Lothar Baumgarthen.
O título da exposição, que remete para a frase de Hélio Oiticica “da adversidade vivemos”, refere-se à ideia de existência enquanto espaço de confronto e de disputa, que inscreve a ideia de experimentação, habitualmente associada à América Latina. O mesmo título denuncia igualmente um tom de melancolia ou “fim de festa”, que sinaliza o presente desequilíbrio induzido pelo neoliberalismo consumista e pela retomada de poderes conservadores em vários países.
Significativa é também a intenção deste projeto em aferir alguns denominadores comuns, políticas de aquisição e idiossincrasias culturais, que acompanharam e acompanham o colecionismo referente às produções artísticas dos países da América Latina. Um ensaio paralelo à exposição, publicado em catálogo, analisa os diferentes momentos da aproximação de Portugal à arte da América Latina, desde a retórica do “multiculturalismo” até à necessidade, no presente, em estabelecer uma revisão pós-colonial dos acervos de arte em Portugal.
Exposição colectiva | artistas:  Ana Mendieta, Ângelo de Sousa, Anna Maria MaiolinoAntoni Muntadas, Antonio Dias, Artur Barrio, Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Horacio Zabala, Lydia Okumura.
Albino Braz, Ana Maria Tavares, Analia Saban, André Komatsu, Carmela Gross, Damián Ortega, Detanico & Lain, Emmanuel Nassar, Eugenio Dittborn, Gabriel Orozco, Ignasi Aballí, Iran do Espírito Santo, Jac Leirner, Jorge Macchi, Juan Araújo, Juan Munõz, Leonor Antunes, Letícia Ramos, Lothar Baumgarten, Magdalena Jitrik, Manuel Álvarez Bravo, Manuel Ocampo, Marepe, Nelson Félix, Nicolás Robbio, Paulo Nazareth, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas, Mauro Restiffe, Tamar Guimarães.

Sobre a Curadora
Marta Mestre (Portugal)
Trabalha há mais de dez anos em curadoria, edição, crítica, docência, entre outros, em Portugal e no Brasil. Licenciada em História da Arte e com mestrado em Cultura e Comunicação, foi curadora do Instituto Inhotim, Minas Gerais (2016-2017), curadora-assistente do Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro (2010-2015), curadora-convidada da Escola de Artes Visuais Parque Lage, Rio de Janeiro, 2016. Regularmente escreve ensaios para instituições e museus e participa de júris de premiação em artes visuais.
Em Portugal é colaboradora da editora “Imago” (dir. J.F.Figueira e Vítor Silva), da plataforma digital “Buala” (dir. Marta Lança) e foi curadora do Centro de Artes de Sines (2005-2008). Tem realizado, individual ou coletivamente, vários projectos, maioritariamente em instituições públicas, e com ênfase na pesquisa de “contra-narrativas” e arquivos de artistas. Entre outras recebeu as premiações: “Laboratório Curatorial/SPArte, São Paulo 2012” e “Travel Grant Awards/ CIMAM 2014”.
Algumas exposições recentes (seleção):
“Daniel Steegmann/ Philippe Van Snick” [MAM-Rio e Casa Modernista, São Paulo, 2015], “Vijai Patchineelam: Resistir o passado, ignorar o futuro e a incapacidade de conter o presente” [MAM-Rio, 2016], “Agora somos mais de mil” [Escola de Artes Visuais Parque Lage, 2016], “Tunga: ciclo de instaurações” [Instituto Inhotim, 2016], “Por aqui tudo é novo...” [Instituto Inhotim, 2016], “Ricardo Basbaum: Cut-contact-contamination” [Galeria Jaqueline Martins, São Paulo 2017], “Song for my Hands: Brent Wadden, Flávia Vieira, Frank Ammerlaan, Richard Serra, Leonor Antunes, Tobias Putrih, Iván Argote”, [Museu Oscar Niemeyer, Bienal de Curitiba, 2017].

A exposição pode ser vista de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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