Divertimentos Clássicos | Solistas da Metropolitana

Percorrendo a História das diferentes Artes, deparamo-nos frequentemente com contaminações recíprocas que têm inspirado muitas criações. No que respeita à Música e à Literatura, e para lá da zona de convergência que sempre foram os palcos teatrais, as evidências diluem-se na subjetividade da palavra e na expressão indizível das partituras instrumentais. São, porém, recorrentes os episódios que as sobrepõem. Um dos exemplos mais emblemáticos remonta à segunda metade do século XVIII, quando o movimento literário participado por Goethe e Schiller tomou emprestada de um livro de Friedrich Klinger a denominação «Sturm und Drang» – cuja tradução aproximada poderá ser «Tempestade e Ímpeto». Várias composições de Haydn e Mozart dos anos 1770 foram associadas a este movimento, que dava proeminência à emoção face à razão e abria portas a um novo subjetivismo sem formalidades excessivas. Mas esta intensidade dramática não foi a única maneira de alcançar os ideais iluministas que visaram a emancipação do indivíduo. Em contraste, o estilo sentimental do «Empfindsamkeit» despertava o sentimento próprio e a consciência moral íntima. Os Divertimentos para instrumentos de sopro que se juntam neste programa reconhecem-se nesta vertente. Era música de entretenimento que se destinava a situações de convivência informal onde coexistiam harmoniosamente o culto da mais singela beleza e o entretenimento de circunstância.
 
Divertimentos Clássicos | Solistas da Metropolitana
 
27 de outubro, 18h30 . Casa Fernando Pessoa
 
J. Haydn - Divertimento em Fá Maior, Hob.II:23
W. A. Mozart - Divertimento em Fá Maior, KV 253
J. Haydn - Divertimento em Dó Maior, Hob.II:7, FeldParthie
W. A. Mozart - Divertimento em Si Bemol Maior, KV 270
 
Sally Dean, oboé 
Joel Vaz, oboé 
Lurdes Carneiro, fagote 
Rafaela Oliveira, fagotes 
Jérôme Arnouf, trompa 
Rodrigo Carreira, trompa

#EntradaLivre

[Crédito da fotografia: (c) Joel Santos - www.joelsantos.net]