23:30 até às 01:00
Jazz ao Centro 2017 | Quartabê

Jazz ao Centro 2017 | Quartabê

5€ - 7€
QUARTABÊ
CONCERTO
Joana Queiroz ‘Jojô’ (sax tenor, clarinete e clarone)
Maria Beraldo Bastos ‘Mia’ (clarinete e clarone)
Mariá Portugal ‘Má’ (bateria)
Chicão (teclas)

DATA 21 Outubro
HORA 23h59
LOCAL Salão Brazil
PÚBLICO ALVO Maiores de 16 anos
PREÇO NORMAL 7€
PREÇO ESTUDANTE / CLIENTE CGD 5€


Nos meandros do chamado “jazz brasileiro”, xs Quartabê constituem um caso à parte. O grupo foi criado para uma participação, em 2014, no Festival Moacir Santos, com o desafio de interpretar as composições desta figura cimeira da MPB, e mestre de nomes como Baden Powell e Sérgio Mendes, de outras formas que não as comuns. Prosseguiu a tarefa e tem-na desempenhado puxando os temas para situações referenciáveis no free jazz escandinavo, no afrobeat, na pop electrónica e numa boa dose de experimentalismo, com metodologias como a colagem, a citação ou a sobreposição de elementos. Sobre este work-in-progress a Imprensa do Rio de Janeiro escreveu isto: «A banda toca o maestro calmamente. Até a primeira folha de caderno ser lançada no ar, claro. Fanfarrões, brincam dentro das músicas. Jogam o Jogo da Amarelinha do Cortázar. Aí você percebe que são novas bocas tocando Moacir. Novos olhares lendo Moacir, tocando ele. Nele.» Neste caminho o agora quarteto (começou por ter cinco elementos) apenas desviou a atenção para interpretar Brad Mehldau, Tony Allen e George Gershwin com os mesmos procedimentos, mas anuncia um disco para breve em que outra luminária da música brasileira será objecto deste processo de decomposição. É até possível que nesta vinda a Coimbra se revele já alguma coisa da etapa que vem a seguir.
Bastaria esta releitura atrevida do património musical do Brasil para que o caso Quartabê fosse singular, mas tem outra particularidade: três dos seus quatro membros são mulheres, vindas de outra formação que tem dado que falar, Claras e Crocodilos. Todas elas têm uma aparência física andrógina, em desafio aos preconceitos anti-LGBTQ que grassam no outro lado do Atlântico, com assassinatos de pessoas transgénero, obstáculos à liberdade de expressão e campanhas psiquiátricas a garantir que “ser viado tem cura” («Deus me livre, a essa altura da minha vida, eu deixar de ser gay. Tenho nem roupa para isso», comenta Mariá “Má” Portugal no Instagram), e todas tocam instrumentos que a hegemonia masculina na música tornou seus, como o saxofone tenor (Joana “Jojô” Queiroz), o clarinete (JoJô e Maria “Mia” Bastos) e a bateria (Má). Os “femininos” teclados estão a cargo de Chicão, um bear de longas barbas pintadas. 
Se o que ouvimos nos cativa em poucos minutos, num misto de reconhecimento das formas e de estranheza quanto ao modo como são congeminadas, o lado performativo de um concerto Quartabê é de grande impacto, com trajes de cena (habitualmente uniformes escolares, já que o disco que têm publicado se intitula “Lição #1” e o que aí vem será o “Lição #2”), coreografias para as danças e todo um desempenho festivo a que ninguém consegue ficar indiferente. Uma vez mais, somos lembrados de que música ao vivo é teatro. «Nosso clima é de brincadeira, de diversão, de experimentação, um clima lúdico», dizem elxs a propósito e nós vamos confirmar.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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