A reflection on collective hallucination - Maus Hábitos

Partindo da ideia de arte radicada na terra e na luz, e na relação causa-efeito entre a ansiedade e o êxodo, sonhamos com o caminho dos peregrinos do cinema americano, pelo deserto até à orla do Pacífico, até ao encontro com a aridez perfeita, ventre da Babilónia moderna. É esta Califórnia que revisitaremos, sem preocupações excessivas com a sua real representação física, mas completamente imersos nas suas esplêndidas alucinações comunais.

Aí descobrimos que a compreensão do que nos rodeia, na casualidade e no tumulto, é uma prosa dessas não-existências, escrita em dimensões perpendiculares: no extraordinário e, sobretudo, no lugar-comum, onde ficam as ideias que moldaram os nossos desejos, que uniformizaram a nossa disposição e as nossas perceções, e desenharam no fundo do eu uma sensação de intimidade com o impossível e o desconhecido. 

Mais do que a quase-fatalidade que representa a compreensão deste mito bíblico sem testamento, queremos celebrar o contorno suavemente perverso da ideia de que fomos criados e pertencemos a lugares onde nunca estivemos.

Coletivo D-Frente. Instalação
Luísa Mota. Performance. 22h
Índio Kurtz. Concerto. 23.30h
Moura Relvas. Vídeo-projeção. 23.30h
Luísa Mota. Performance. 01h
Lourenço Magalhães. DJ Set. 01h
Mojo & Rosso Discos. DJ Set. 03h