AMADORISMO HIPNOTISMO JORNALISMO sessões de trabalho abertas ao público entrada livre mediante inscrição Durante os meses que antecedem a estreia do espetáculo de Rui Catalão, "Amadorismo Hipnotismo Jornalismo", em cena na Sala Estúdio de 11 a 21 de janeiro, vão ser abertas ao público uma série de sessões de trabalho. Estas não serão ensaios, mas antes encontros para dramatizar a importância destes três temas naquilo que é o espaço público em geral, e a produção teatral em particular. PRIMEIRA SESSÃO factos e fantasias | 2 out Não foram os jornalistas a criar na multidão a curiosidade pelas novidades do dia. Foi antes a fome das multidões pelas novidades do dia que permitiram o surgimento dos jornalistas. Podemos aceitar que, tal como ainda existe, ou já existiu, o jornalismo, e com ele os seus profissionais, possam vir a desaparecer. Mas a nossa curiosidade por notícias - com as novidades do dia, mais os seus comentários, críticas, distorções, exageros e manipulações - essa não irá parar de crescer, e a uma velocidade que não deixará de aumentar. E se não podemos controlar a qualidade das notícias que recebemos, podemos ao menos aprender a separar as novidades que nos informam daquelas que nos intoxicam. A questão é: como? Como distinguir o ceticismo da negação? Como distinguir os factos de que não queremos ser informados das fantasias que nos confortam? Como aprender, por exemplo, a montar um discurso noticioso, quando estamos rodeados por uma tempestade de novidades avulsas e contraditórias? SEGUNDA SESSÃO um profissional é mais responsável do que um amador? 23 out Aprendemos a valorizar a importância de um profissional, em comparação com um amador. Do profissional esperamos a formação, a experiência e a qualidade. Mas na realidade aquilo que mais exigimos ao profissional é a responsabilidade. O amador não pode ser responsabilizado pelos seus erros e azelhices, mas o profissional sim. Um profissional deve satisfazer as exigências dos seus clientes. Quanto ao amador, basta-lhe satisfazer-se a si mesmo. Mas quem é mais responsável? Aquele que começa por se satisfazer a si mesmo, com o seu sentido de exigência, ou aquele que apenas pretende satisfazer os outros? Um profissional é mesmo mais responsável? E conhecedor? Ou é apenas aquele que sabe como satisfazer os consumidores do seu trabalho? Nas sociedades modernas, damos primazia aos profissionais em quase todas as atividades humanas. Mas ao desvalorizar os amadores, não estaremos a matar a galinha dos ovos de ouro, ou seja, aqueles que simplesmente amam aquilo que fazem? TERCEIRA SESSÃO hipnose = educação 11 nov Das muitas e contraditórias definições disponíveis para a palavra hipnose, esta é que nos parece mais prometedora: "todas as formas de aprendizagem resultam de um estado hipnótico, e essa é a razão pela qual existem tantas formas de induzir a hipnose: tudo aquilo que concentra a atenção de uma pessoa, exterior ou internamente, deixa-a num estado de transe.” Quando dizemos que alguém tem dificuldades de aprendizagem, o que na realidade estamos a querer dizer é que essa pessoa não presta atenção às coisas que lhe queremos ensinar, e, opostamente, só se interessa por assuntos a que não damos qualquer valor. Aceitando que atuamos no interesse dessa pessoa, resta saber: quem é que tem razão? Porque razão é que nos deixamos hipnotizar por temas socialmente desprezíveis, e porque é que nos distraímos com temas julgados importantes? dirigido a estudantes do Ensino Superior das áreas de comunicação social e teatro; atores de grupos de teatro amador mais informações e ficha de inscrição, aqui: http://bit.ly/2ylZRgW