Bilhetes à venda apenas na noite do evento. Tickets only available at the door. Aurora Halal “Imersão psicadélica em alta-definição”. A nova-iorquina Aurora Halal qualifica assim aquela a que chama sua prioridade número um quando passa discos, ou organiza festas. Aos nossos ouvidos, o que isto diz é que dela podemos esperar techno hipnótico e alterador da mente, melodias fantasmagóricas e ritmos que nos elevam a experiências fora do nosso corpo. Tanto em Nova Iorque como em eventos como os festivais Atonal e Unsound, Aurora tem vincado uma estética que, descrita assim, parece relativamente comum no techno actual, mas que possui uma fluidez, emotividade e sensualidade surreal que brilham como néon num universo de techno “escurecido” genérico. A sua editora e a festa que promove em Nova Iorque partilham o significativo nome Mutual Dreaming, e é realmente de uma comunhão de sonhos e explosão de sentimentos contidos, seus e de quem a ouve, que se faz a sua arte. Imagens evocativas, combinações arriscadas e provocação; a dinâmica da tensão seguida do clímax da libertação. De tudo isto se faz a transcendência de Aurora Halal. Avalon Emerson Nas lendas da Inglaterra medieval (pensem nas histórias do Rei Artur), Avalon era o nome dado a uma ilha associada a práticas e figuras místicas, onde personagens fantásticas recolhiam depois das suas batalhas, para recuperarem das suas feridas. O nome de baptismo da norte-americana Avalon Emerson até pode não ter sido de todo inspirado por estas lendas, mas a sua arte pode, definitivamente, ser qualificada de fantasiosa e fantástica. E é mais fácil aplicar estes adjectivos do que rotular o que faz, porque Emerson é a primeira a dizer que faz o que lhe apetecer sem se preocupar em que caixas a arrumam, preocupando-se apenas em soar de uma forma : a ela própria. Podemos claramente falar em techno, mas com o seu gosto particular por percussão incisiva e linhas de sintetizador coloridas, e armada de um arsenal de edits pessoais de clássicos indefiníveis aos quais recorre com frequência nos seus sets, Avalon Emerson desenha a cores vivas um estilo que definitivamente é seu, e que a torna uma das mais excitantes figuras a emergir do underground em tempos recentes. Inspirações e classificações à parte, ouvir Avalon Emerson esta noite também vai ser uma forma excelente de curarmos quaisquer males de alma de que possamos padecer. Inga Mauer Há um dizer que afirma que parar é morrer. Ao conhecermos um pouco melhor a russa Inga Mauer e aquilo que faz na música, torna-se fácil perceber que a sua vida, pelo contrário, está em movimento permanente e faz-me muito de fazer mover os outros. A forma como o faz é totalmente um reflexo da sua personalidade forte e denota uma maturidade e certeza invulgares para alguém com uma história ainda relativamente tão curta na cena techno como a dela. O que é certo é que é uma história já suficientemente impressionante para levar o Resident Advisor a qualificá-la, neste mesmo ano de 2017, como uma das DJs preferidas da casa, e a manter um programa na Rádio Coméme, de nome Bon Voyage, alusão clara ao seu estilo de vida nómada. No programa, como nos discos já lançados (um na Hivern Discs de John Talabot, por exemplo), Inga segue quase sempre um conceito pré-definido como linha de condutora dos discos que escolhe. Já no DJing, a filosofia é mais “tudo o que vier à rede é peixe”, indo do techno ao EBM, do new wave ao industrial, mas a coerência no que faz mostra que é uma fabulosa contadora de histórias, de forma instintiva e fluída. Portanto mesmo que o conceito seja apenas pôr uma pista em ebulição com as suas faixas duras e diretas, Inga Mauer já tem lugar garantido como uma das mais essenciais agitadoras do techno actual. - Nuno Mendonça \\ ENGLISH // Aurora Halal “High-definition psychedelic immersion”. That´s how new-yorker Aurora Halal qualifies what is her number one priority when playing music or puts together parties. To our ears, what it means is that from her, we can expect hypnotic and mind-altering techno, wispy melodies and rhythms that lead us to out of body experiences. Not only in New York but also at events like the Atonal and Unsound festivals, Aurora has affirmed an aesthetic that, so described, seems relatively common in modern techno, but which in her case, possesses a fluidity, emotion and surreal sensuality that make her sound glow like neon in a universe of generic darkened techno. Her label and the party she runs in New York share the quite significant name Mutual Dreaming, and it really is from a communion of dreams and explosions of contained feelings that her art is made. Evocative images, risky combinations and provocativeness; the dynamics of tension followed by the climax of release. Of these things is Aurora Halal´s transcendence made. Avalon Emerson In medieval England legend (think of the King Arthur stories), Avalon was the name of an island associated to mystical practices and figures, where characters of fantasy would hide to recover from injuries obtained in battle. North-american Avalon Emerson´s baptism name may not actually have been inspired by these legends, but her art can definitely be qualified as being full of fantasy and as fantastic. It is easier to apply these adjectives than label what she does, actually, because Emerson will be the first to tell you that she does whatever she likes without any thought about how easily you can place it in a box, wishing only to sound like one thing: herself. We can clearly talk about techno, but her peculiar penchant for incisive percussion and colorful synth lines, and armed with an arsenal of personalized edits of undefinable classics she frequently uses in her sets, Avalon Emerson draws in vivid colors a style definitely all her own, which means she is one of the most exciting names to emerge from the underground in recent times. Inspirations and classifications aside, hearing Avalon Emerson tonight will also be an excellent to cure any illnesses of soul of which we may be suffering. Inga Mauer There´s a saying that goes “to stop is to dia”. When you get to know the russian Inga Mauer and what she does with music, it´s to see that her life, on the contrary, is in permanent motion, and makes the lives of others move too. The way in which she does it is totally a reflection of her strong personality and denote a maturity and assuredness that are quite unusual for someone with a still so relatively short history in the techno scene as hers. For sure, it´s a story already impressive enough to get Resident Advisor to qualify her, in 2017 already, as one of their favorite DJs right now, and to get her a show on Radio Coméme, called Bon Voyage, a clear allusion to her nomadic lifestyle. Both on the show and on the records she already put out (one of them on John Talabot´s Hivern Discs, for example) Inga frequently has a pre-defined concept as common thread between the records she picks. While DJing though, she says her approach is more “whatever comes, comes”, going from techno to EBM, from new wave to industrial, but the cohesiveness of what she does shows that she is a fabulous storyteller, doing so instinctively and fluidly. So even if her concept is simply to get a dancefloor to boiling point with her rough and direct tracks, Inga Mauer already has a guaranteed spot as one of the most essential agitators in current techno. - Nuno Mendonça
