“Património e Natureza” é o tema adotado pelo Conselho da Europa, para a edição deste ano das Jornadas Europeias do Património que irão ter lugar nos dias 22, 23 e 24 de setembro. O Município do Fundão, através do Museu Arqueológico Municipal José Monteiro, preparou um programa diversificado de atividades que irá ter na serra da Gardunha, uma área assolada pelos fogos nos últimos meses, o seu cenário principal. No dia 22 de setembro, sexta-feira, às 10.00h, no Parque do Convento, irá ter lugar a peça de teatro “O Souto da Mercê”, vocacionada para o público infanto-juvenil, sobre o papel que teve o rei D. Dinis na constituição da paisagem da Gardunha. Segue-se a visita temática “Mistérios do Convento: A Água e a Senhora do Seixo”, que vai descobrir o património hídrico da serra, como a fonte santa do antigo Convento do Seixo. Pelas 19.00h, no Parque das Tílias, irá proceder-se à plantação de um castanheiro, espécime histórico da paisagem do Fundão, com leituras de poemas botânicos de José Alves Monteiro, fundador do Museu do Fundão e de outros poetas da região. Às 21.15h, no Museu Arqueológico, será inaugurada a mostra “A Serra da Gardunha em 1910”, que reproduz as apreensões fotográficas de Manuel Martins e Silva Tavares, padres do colégio de S. Fiel, destruído pelo incêndio do passado mês de Agosto. Segue-se a palestra “O Museu na Natureza. A Natureza no Museu”, uma leitura dos objetos expostos no Museu com ligação à Natureza, por Filomena Barata, do Museu Arqueológico Nacional e especialista em arqueologia romana, seguida da conversa aberta “Gardunha: do verde ao cinza” com os fotógrafos Diamantino Gonçalves, Celso Reis Lopes, António Lourenço Marques, Tó Sabino, moderados por Pedro Salvado. Para Alcina Cerdeira, Vereadora com o pelouro da Cultura, “com esta iniciativa pretendemos motivar a nossa comunidade para a necessidade da salvaguarda dos laços milenares que nos unem à serra. As Jornadas têm a Gardunha no coração. Há uma história a descobrir que tem um grande valor pedagógico e preventivo para a estratégia futura de recuperação e de reabilitação destes patrimónios que forma destruído pelo fogo. Estamos, também, a reconstruir memórias”. E, na linha do programa, considera que a relação entre Património e Natureza é uma fonte infinita de conhecimento e nela reside um enorme potencial para um desenvolvimento cultural, social e económico. As Jornadas pretendem chamar a atenção para a importância da relação entre as comunidades, a sua História, o património e a natureza havendo hoje necessidade de preservar e de valorizar esta relação, fundamental para a qualidade da vida e para a afirmação identitária dos territórios.
