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Recital de poesias

Recital de poesias

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O beijo
o que corta a boca
o vómito
os seios descaídos
A água a cair da montanha
- Tu roubaste as minhas lágrimas
- O beijo que corta a boca
- Os criminosos tem sangue na boca
- Porque roubaste as minhas lágrimas.
- Estava muito escuro.
- Posso olhar os teus olhos.
- Gostas de histórias secretas.
- Aquelas onde as mãos tocam o sexo das paisagens
- Como acontece o orgasmo.
- As árvores tem orgasmos
- Que significa
- São os lábios a murmurar.
- Tens frio
- Tenho medo
- Medo...
- Dos assassinos
- Todos são assassinos
- Os assassinos são frágeis
- Mostra-me a boca
- Não tem sangue.
- Lábios que cortam são sensuais
- Deita-te
- Em que posição
- Como um arame retorcido
- Um contorcionista
- Assim imóvel e triste como o palhaço do circo
- O politico que escarnece de sua alma.
- Muda de posição
- Agora és uma pedra
- Uma pedra
- Sim dos teus olhos caem cal.
- Cal branca
- Sim muito branca
- Agora estás muito quente.
- Tens um revólver
- Não.
- Para que queres um revólver
- Para te matar
- Mas tu tens amor por mim
- Matando faço renascer esse amor.
- Estás louco.
- Tenho sonhos como uma pessoa normal.
- As pessoas normais choram
- Choram e fazem sexo.
- Vou sair deste espaço.
- Gostava de espreitar pelo buraco do teu umbigo
- Que coisas podias ver
- Uma galeria de arte
- De arte
- Arte erótica talvez
- Vou sair
- Depois fecha a porta

Dá-me o futuro
- Com que gestos farás uma casa
- Quem lá ira morar
- O homem do saco
- Aquele que falsifica dinheiro
- Já o vi a cuidar das flores do jardim
- Conhece ele o futuro
- Saber isso é insuportável
- Insuportável.
- Sim saber o que virá
- Adiantar o tempo é um ato de loucura
- Previmos o tempo da chuva, podemos desenhar com os pés o caminho que vira
- Os astros já denunciaram por onde iram correr as aguas
- Agora estamos confiando numa paixão desconhecida.
- Confiamos
- Suavizamos o abismo.
- Mostra-.me o mapa
- Aquele onde ardeu a floresta.
- Ardeu o corpo da Joana
- O orgasmo luminoso das freiras.
- Comprei um livro para colorir, tentei desenhar mas as mãos tremem.
- Não importa os olhos tremem mas a natureza e uma linha perfeita
- Perfeita?!
- Uma linha perdida mas segura
- Não há segurança o amor apenas garante que os sonhos mantém intacto o poder daquilo que acreditamos.
- Em que acreditas?
- Que o sol brilhara em todas as direções
- Mesmo nos olhos das aves de agoiro
- O sol é uma ave de agoiro
- A chuva são muitas gotas de agoiro
- Isso contamina os meus olhos e eles não conseguem chorar

- Olha-me de novo!
- Não quero olhar
-Tens medo
- Vou esconder-me
- Escolhe uma cor
- Preto
- Toma uma caneca de leite
- Meia de leite
- O poeta pede meia gramática
- Olha-me de novo!
- Não repitas essa ordem
- Não queres olhar para mim?
- Não quero
- Isso é necessário
- Sim
- E para que serve
- Para te prender
- Melhor usar as mãos
- O corpo digital
- Toca-me
- Não quero
-Como queres fazer o meu dia
-Um passo na água
- Água a ferver
- Não
- Escolhe uma cor
-Já escolhi
- A mesma cor
- A mesma
- Escolhe outra
- Tenho inclinação para esta cor
- Tenho
- Despeja os olhos
- O olhar
- Isso.
- Arruma as roupas
- Não quero
- Não podes ficar aqui
- Quem decide
- Não sei, tens lugar para ir
- Delineei um mapa
- Tem casas?
- Também tem árvores
- Consegues subir
- Sim

- Quando andas e abres os olhos que vejo eu
- Não vês nada
- E impossível
- Com a ajuda de um guia posso perceber os lugares, as igrejas, o cheiro a sumo de laranja
- Quando abres os olhos sei que eles são escuros
- Um escuro muito vivo
- Por falares assim deles fico com medo
- Ontem subiste na árvore
- Com algum esforço
- Perdeste a qualidade animal
- Tenho a de procriar
- Quantas crias
- Muitas
- Todas crescidas como botões de rosa
- Quando andas e abres os olhos vejo me muito pequeno no caminho
- És o rei
- Não sei
- O animal de estimação 
- Sou aquele que pratica esgrima
- Não consigo olhar
- Tem muitos sangue
- Vou subir na árvore
- O meu olhar acelera
- Da me um doce.
- Guardarei um menos doce
- Ontem havia muito barulho
- É quando remexes o papel
- Costuma ser o cartão
- Onde vais com tantas toneladas?.
- Vender
- Quem compra?
- os antiquários da sombra, vendem também amuletos.
- As pessoas deitam a sorte ao lixo
- É improvável encontrar diamantes mais provável encontrar pernas de frango
- Ou ossos, para isso é preciso bons dentes
- Uma solução para a falta de cálcio
- Os velhos ja não tem paciência para remexer o papel
- Nas redondezas não há um ferro velho
- Nem tem um hospital
- Há um a milhas
- Fica longe
- As famílias não gostam de ver morrer os seus velhos, a moderna engenharia ira construir depósitos para enterrar maquinas e velhos
- Isso é um pesadelo
- Por onde começar, pelo lixo?
- Não
- Nao quero cair
- Como permanecemos de pé
- O amor
- Ainda é possível?
- No lixo encontrarás uma manta, tu e o teu velho cão o
- O velho cão morreu mas ainda sacode o rabo, quando o vento sopra é ele
- Não vamos cair

- Nenhum animal se despede
- Sim só a criatura humana
- Na verdade não sabemos, não estamos prontos
- As despedidas são embaraçosas
- Prova este vinho
- Parece que sabe a terra
. Foi plantado numa terra vermelha
- O calor da terra dá aroma ao vinho
- Mostra-me a boca, ainda tem sangue
- Foi o duelo
- Uma briga feia
- Não consigo evitar ou levo os homens para a cama ou para o ringue
- Gosto deste vinho, sabe a terra mas gosto
- Costumo dar uns passos de dança
- Se bebo e danço fico tonto
- Nenhum animal se despede
- O homem gato sim
- Quem é esse
- Um feirante que diz palavrões
- Lutas-te com ele
- lutei e perdi
- Não gostas de perder
- Prefiro cobrir-me de terra
- Vais beber mais
-Não vou beber mais, vou esquecer
consigo esquecer
- A rua está deserta, vou tentar não me despedir
- Voltou o barulho
- Agora são os ratos
- Gastei o veneno
- Tudo se gasta
- Até o sono quando ficamos com medo de morrer
- Agora os ratos também mexem o papel
- Os velhos já não conseguem
- Gastas-te o veneno nos velhos
- Deitei no rio
- O rio está velho, já não come as flor

- Porque comeria o rio as flores
- Porque anda magro
- Nunca reparei
- Andas distraído
- Sempre o vi magro
- Agora sofre de tuberculose
- A galopante
- Penso que não
- Deita-te
- Que queres
- Fazer uma foto
- Queres usar o meu corpo
- Te comeria como o rio come as flores
- As flores são fáceis de mastigar
- Nunca comi flores, não tem muitas na cidade
- Algumas crescem melhor no lixo
- Essas cheiram melhor
- A que horas vai ser o funeral
- De quem?
- Do vendedor de discos
- O velho não ouvia, mas vendia discos
- Os olhos também ouvem
- Dá os pesares á família
- Sim
- Leva algumas flores para comer

- Ha um velho que anda pelo teatro, o teatro de papel
- O velho que cuida de uns bonecos
- Julga que sao os seus filhos
- Quando o teatro caiu eles morreram, foi um bombardeamento, as tropas do ditador ocuparam a cidade.
- Porque se chama o teatro de papel
- O teatro primeiro habita nos livros
- Habita tambem nas cabecas.
- Os personagens do teatro parece que vivem dentro de uma caixa de sapatos
- A companhia teatro de papel e uma companhia pobre
- O antigo director era um Judeu rico, ele e o velho que anda pelo teatro, a companhia agora tem outro director.
- Um homem de meia idade, bem parecido, ouvi que fala varias linguas 
- Amanha apanharei o comboio
- Onde vais?
- Ao teatro moscovo
- Vais te encontrar com alguem?
- Com um pianista
- Vais escrever sobre ele
- Vou tocar as mãos dele
- As mãos dos pianistas são magras
- As deste são magras
- Já o vi a tocar, quando era pequena a minha mãe levou me a um concerto dele, anos mais tarde andava fugido
- Perseguição politica
- Queria fugir ao serviço militar
- Um desertor
- Para a família um traidor, também para a família Soviética ele merecia a pena máxima
- Mas escapou
- Escapou
- Como escapou
- Talvez tenha voado
- Não sei que aconteceu
- Talvez uma historia difícil e banal 
- Terá sido salvo pelo amor
- O toque do sino
- A sinfonia da primavera
- A revolução da primavera
- Sim camarada
- Viva a liberdade
- Os nossos filhos iram festejar
- O comboio vai partir
- Não te despeças
- Não vou quebrar o pacto
- Serás fiel ao silencio

O teatro está a dormir, o teatro a dormir é o teatro em ruinas
- O sino está a tocar
- Na casa do ourives vão cozinhar uma perdiz
- O diretor do teatro costuma frequentar a casa
- A vizinhança
fala em namoro
- As filhas do ourives tem simpatia por ele mas é só simpatia
- Sempre que o ourives caça uma perdiz manda o criado tocar o sino.
- Agora a caça não é permitida e a multa é pesada
- O ourives faz muitos favores, o ourives tem o agrado dos juízes e dos famintos
- Não se sabe de que lado está
- Gosta de dormir confortável a moeda que recebe é a moeda que dá
- Já o vi no teatro
- Ele costuma estar na primeira fila
- O teatro fica empestado com o cheiro dos charutos que espalha daqueles dentes forrados a ouro
- As filhas dele também vão ao ao teatro, elas são um pouco surdas
- Isso alimenta mexericos
- O teatro de papel também vive da intriga
- Frequentar o teatro dá estatuto
- Os ricos do lugar vão mostrar a fatiota e os bigodes aparados
- O ourives usa o teatro para promover o seu negócio
- O pianista anda triste por causa de tudo o que sente é o piano que se comove por ele
- Aquele teatro está a dormir, tudo parece feliz, ninguém precisa de pensar

Por cima do teatro a vida deslumbrante e boémia dos corpos 
- O pianista frequenta a casa das meninas
- A dona contratou
- Antes tinha uma loja de antiguidades
- Sim lembro me da rua onde a loja funcionava, não era muito frequentada, a policia costumava ir la, estavam a investigar, suspeitavam de pratica de abusos contra os bons costumes. A policia ostentavam uma braçadeira com as iniciais BM que quer dizer bons costumes. Agora os bons costumes frequentavam a casa das meninas e a dona subornava a policia dos costumes com um requintado e gratuito menu de carnes 
- O abade também ia lá
- A dona se confessava a ele
- Costumava o velho abade se fechar numa das divisões , parece que tinham negócios 
- Todos negociavam , como os teatros estavam a fechar a casa das meninas recebia todas as classes embora a proprietária privilegiasse a boémia artística, na casa das meninas circulavam influencias, certos medíocres faziam vénia a um jornalismo que promovia o pior, tudo aquilo era a falsidade do palco politico aquilo era muito sujo, a morte ainda não tinha aparecido para revelar tudo
Parte superior do formulário


- Mataram o pianista
- Parece absurdo
- Matar um pianista é tao natural como matar um canalizador
- Que motivos haveria para matar um canalizador ou para matar um pianista
- Podia ser por causa do barulho
- Um canalizador a martelar os canos pode despertar vontade de matar, a desafinacao do canalizador pode ser a causa
- E o pianista, o que leva alguem a matar
- Alguêm o considerar inutil
- Ou ver nele um potencial canalizador
- O canalizador conduz a água
- O pianista conduz o ritmo, o pianista e o canalizador são condutores de água
- Encontraram o pianista na casa das meninas mergulhado numa banheira
- Fecharam a casa, levaram a dona para o gabinete do chefe da policia
- Vao fazer perguntas, a proprietaria vai soluçar muito
- O pianista gelado
- Quem o matou 
- Terá sido a antiquaria, um frequentador da casa, mas o motivo, várias hipótses
- Nao havia dinheiro para lhe pagarem, sabia algum segredo
- Tinha uma doenca incuravel
- Nunca acabava as palavras cruzadas
- Planeava um golpe
- Quis mexer no jogo, não se pode conhecer o jogo
- O pianista andou a remexer, agora conhece o silencio, o silencio está de molho
-:Agora que vai acontecer
- A casa vai fechar ou vão contratar outro pianista
- Contratar outro pianista e avisa lo que o destino dos pianistas é serem mortos
- A casa das meninas tem fantasmas
- Os fantasmas não podem fazer parte da clientela
- Aquele lugar podia ter sido atingido pelo golpe final
- Mas os acontecimentos tornaram o local mais interessante
- A casa das meninas precisava de aventura, matar um pianista assim como a mira da espingarda a apontar para o pardal, o pianista no telhado e o caçador, o publico caçador a disparar muito incomodado e sonolento
- Aquele pianista morreu, não deixou herança, deixou o assobio do vento que pode ser o assobio do canalizador

Abre as mãos as tuas mãos vazias
- Olha aquele livro
- O livro no chão não se distingue da pedra
- Chovia no velório do pianista
- Era esperado um dia de sol
- As meninas da casa fizeram uma renda para vestir a urna
- Á boca calada disseram piadas
- Que género de piadas
- Um pianista é como uma vaca molhada no pasto
- Um pianista não dá leite
- O pianista tinha um ar cómico
- Uma velha passou o tempo a limpar o pó do fato e ele parecia sorrir
- Na casa das meninas também conhecida como a casa das bonecas foi feriado
As tuas mãos vazias, tu escondes uma vontade de não te importares
- O pianista não vai ser aplaudido
- Vamos fechar o livro, fechar as portas do teatro
- A policia já não vai continuar a procurar um culpado
- Vamos pensar que a bebida o matou
- A banheira cheia de água foi uma mentira
- Vamos dormir, no quarto das meninas não vai haver homem
- Mostra-me a boca, ainda tem sangue, o nojo dos dias

- Onde está a criança?
- A criança está na casa do cão
- O pai da miúda tem cara de cão
- Onde trabalha o cara de cão
- Trabalha na fronteira
- Há quantos anos
- Mais de trinta
- A criança fugiu para este lado , o medo a atirou para aqui.
- O controle funciona ate certo ponto enquanto acreditamos, o controle e uma rocha que se vai tornar areia, a criança esmagou a rocha, agora vai caminhar sozinha.
- No caso do pianista morto foi o cara de cão que arquivou o processo, o cara de cão era cliente assíduo da casa das bonecas,, o cara de cão nascera numa pequena aldeia, no trato com a sua criança era exageradamente meigo e era na sua função de guarda da fronteira um exímio executante dos métodos de confissão, foi ele que interrogou a antiquaria, não usou os métodos, o dinheiro amolece os torturadores, a morte de um pobre e anónimo pianista não justificava nada, aquilo fora um acidente, aquele tipo de acidentes que também a natureza comete


- O Abade está na santa casa
- Costumam escutar o delírio
-Repetidamente exclama:- As trombetas soam, o anjo do Senhor guarda o vosso tesouro.
- A antiquaria pede que se cale, ela costuma visita-lo
- Costuma por causa de um pacto
- O Abade financiava a casa das meninas e deu-lhe o perdão pelo pecado do homicídio-
- Ela odeia o Abade, desejava mata-lo 
- Isso não apagava a loucura.
- O Abade olha para ela como se levasse uma alma para o céu
- Ele sempre pergunta pelas meninas
- A Sara era a sua favorita, ela curava a doença do desejo
- O Abade quando espera a antiquaria fuma o seu cigarro de papel velho.
- Costumas ir na santa casa?
- Vou fotografar
- Consegues ver dentro do medo
- O medo também está revestido de ossos
- A coragem são os ossos do medo
- Há uma feira que acontece no largo. no coreto toca a velha banda, tem algumas tendas de trapos e bebidas fermentadas
- Os moradores ornamentam as casas.
- Também costumam fazer rezas de sorte para os casamentos
- Os operários vestem as melhores roupas e os ricos se esmeram a exibir as acções mais caridosas.
- Quando a feira começou tinha a bênção do Abade, era ele que abria o baile.
- Ainda é ele, costuma ir acompanhado por dois membros da ordem.
- A antiquaria também está presente.
- A banda toca aquelas musicas românticas, o Abade estremece com as marchas patrióticas, uma das musicas podia ser o anjo da trombeta.
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