22:30 até às 23:30
Noirblue · Ana Pi

Noirblue · Ana Pi

ANA PI
Noirblue

29 Setembro (sex) 22:30 | Auditório Municipal de Vila do Conde
Dança  -  Estreia nacional

Houve um tempo em que o azul não existia. Línguas antigas tais como Japonês, Grego ou Hebraico, não apresentavam uma palavra que definisse a cor. Alguns historiadores elucidam que esta ausência está relacionada à rara presença da cor azul na natureza. Outros afirmam que esta distração linguística aponta para o facto de que tais sociedades não eram suficientemente desenvolvidas, incapazes de dominar, produzir, processar ou apenas vê-la. Azul, no entanto, sobrevive e torna-se símbolo, temporalidade, principalmente para estas sociedades onde ela se havia tornado invisível. O Antigo Egipto ou a Civilização Tupi-Guaraní foram sociedades antigas onde o azul tinha presença firme.
Muitos destes idiomas, onde a cor inexistia, a palavra criada para defini-la surgiu do preto. No campo da dança, a cor preta/negra existe e é a única, de certo modo.

Que gestos emergiriam se o mesmo procedimento etimológico fosse aplicado a uma construção coreográfica? Uma dança azul que aparece através das danças consideradas negras; manifestações sagradas, tradicionais e populares, bem como formas contemporâneas, ligadas à população Negra em África e suas diásporas.

NOIRBLUE abre espaço para a ficção e a uma navegação atlântica de corpos periféricos. É um exercício que questiona presença, ausência, discursos e temporalidade para produzir uma dança extemporânea alinhada a duas cores específicas: a pele preta e o pigmento azul ultramarino.

Ana Pi, 2017

Coreografia, dramaturgia, figurino e objectos, interpretação: Ana Pi  | Música original: Jideh High Elements | Iluminação: Jean-Marc Ségalen | Práticas preparatórias com: Taata Mutá Imê, Samuel Mwamé, BesreKè Ahou, Ousmane Baba Sy | Produção: Ana Pi  & Météores | Plateforme chorégraphique | Difusão: Sarah de Ganck / Art Happens | Co-produções & Parcerias: Théâtre de Vanves (residência em estúdio), Centre National de la Danse (residência técnica), Das Plateau aux Ulis - Espace culturel Boris Vian (residência laboratório), ROSA ass. 1901 (parceria), Circular Festival de Artes Performativas (parceria).

NOIRBLUE é dedicada aos movimentos activistas internacionais #JovemNegroVivo e #BlackLivesMatter, e a todos que os precederam, exigindo liberdade, dignidade e saúde para a população Negra ao redor do mundo.


Ana Pi
Artista coreográfica e da imagem, pesquisadora das danças urbanas, bailarina contemporânea e pedagoga graduada pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia – Brasil. Através da formação EX.E.R.CE 2009/10, ela estuda a dança e a imagem no Centre Chorégraphique National de Montpellier – França, sob a direcção de Mathilde Monnier. Trânsito, deslocamento, pertença, sobreposição, memória, cores, acções ordinárias e gesto são matérias vitais à sua prática criativa e pedagógica. Em 2017 cria NOIRBLUE, espectáculo solo estreado durante o Artdanthé Festival #19 e, colabora regularmente com outros artistas em projectos de naturezas e durações diversas, seja na música, dança, artes visuais ou moda.
Ela palestra e performa sobre danças urbanas, as suas apresentações foram realizadas tanto no Brasil, quanto na Europa e, mais recentemente, em África. Dentro deste processo, também, ministra oficinas de dança a partir da prática que vem desenvolvendo denominada “CORPO FIRME ; danças periféricas, gestos sagrados”, onde as danças originárias das periferias das grandes cidades, também conhecidas como danças urbanas, se relacionam intimamente com gestos sagrados presentes na Diáspora Negra.

+ info: http://www.circularfestival.com/circular/programa/pt

Foto:  Daniel Nicolaevsky
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