PEREGRINAÇÃO 31 out | Teatro Nacional São João um filme de: João Botelho a partir do livro de viagens de: Fernão Mendes Pinto com: Cláudio da Silva, Cassiano Carneiro, Pedro Inês, Jani Zhau, Catarina Wallenstein participação especial: Rui Morisson, Luís Lima Barreto coros: João Neves, Filipe Jorge Dias, Adriano Diouf, Carlos Cóias, Luís Pacheco, Telmo Mendes, Rogério Maurício; André Ramos, Paulo Carrilho, Diogo Leite, Nuno Nogueira, David Granada, Yoann Auboyneau, Hugo Silva imagem: Luís Branquinho montagem: João Braz som: Francisco Veloso edição de som: Paulo Abelho decoração: Gonçalo Pires cenários no Oriente: João Mendes Ribeiro figurinos: Sílvia Grabowski caracterização: Nuno Esteves (Blue) direção de produção: Pedro Bento assistência de realização: Ângela Sequeira música: Luís Bragança Gil, Daniel Bernardes a partir de Por Este Rio Acima, de Fausto Bordalo Dias produtor: Alexandre Oliveira produção: Ar de Filmes duração 1:48 “Um filme de aventuras pelos sete mares, uma epopeia musical, a fulgurância da criação literária.” João Botelho quis lá pôr tudo isto, mas este filme não é uma adaptação de um romance monumental. O realizador prossegue aqui a conversa inacabada que vem mantendo com a melhor literatura portuguesa. Relembremos Filme do Desassossego (2010), onde afrontou esse livro-sonho que é o Livro do Desassossego de Bernardo Soares, ou Os Maias (2014), romance onde Eça de Queirós escreveu o “Portugal como problema” de oitocentos. Olha agora para a incansável curiosidade de Fernão Mendes Pinto, que relatou as “muitas e muito estranhas coisas que viu e ouviu” em “muitos reinos e senhorios das partes Orientais” num livro a que deu o nome de Peregrinação, publicado em 1614, trinta anos após a sua morte. Mas João Botelho não faz um filme de época, faz um filme dos dias em que o faz. Aviso à navegação: “É muito centrado na vontade de escrever de Fernão Mendes Pinto, que esteve oito a dez anos sem escrever uma linha. É um combate terrível com a memória, com a verdade e com a literatura.”