Stellar OM Source (live) Em missão ao longo das (vastas) margens do techno, percorridas durante a última década. A ética agitadora fora do loop tradicional de música de dança resultou em vários CD-R e outros discos mais oficiais, expondo uma noção de liberdade electrónica que parece ter origem numa certa indefinição dos anos 90 (isto é para dançar? não é para dançar?). Christelle Gualdi já passou por Lisboa antes, já viveu em Lisboa, regressa na Interzona onde a música que produz encontra tudo à medida para a receber. Ao vivo. POWDER Samo DJ editou dois discos de Powder na Born Free e diz: "A minha primeira impressão foi que a música de Powder soava muito não-europeia." Entretanto, ela editou na ESP Institute, Trilogy Tapes e Cocktail D'Amore, organiza algumas noites bem únicas em Tóquio (5ive está metido nisso, também), tudo no tempo livre que o seu emprego genérico permite. Sai do trabalho a sentir-se "frustrada e tensa" e isso resulta em alguma da house mais exótica e especial que conseguimos ouvir hoje em dia. Nem sequer se chama house, na maior parte das vezes. 5IVE Do Japão. Metade de Cos/Mes. Faz coisas com Powder. E sozinho, já se encontra longe do conceito "cósmico" que se arranjou para categorizar música relaxada, meio psicadélica, por acaso bem cultivada por vários artistas japoneses nos últimos anos. Difícil colocar outro rótulo, agora, com o material tão aberto que temos ouvido dentro e fora da pista de dança. A música parece avançar através de ideias pessoais, discretas, camufladas e difíceis de distinguir na pressa da net. Por sorte, ele vem cá. DEALY LAMA (discos), LAMA Show (rádio), serviço na Matéria Prima (loja de discos no Porto), design. Uma visão romântica do underground é sempre necessária e Carlos Milhazes compra e utiliza o que ele próprio vende. Sinal de um Portugal saudável numa ideia de desformatação potenciada pela produção e divulgação rebelde de música. Electrónica. Não-electrónica. Que outra existe? Dealy não toca tudo, mas o que toca fica quase seu, e 20 anos dentro do século já permitem não duvidar que o verdadeiro tesouro é a personalidade. É isso que inspira. STASERA Stasera ou Crazy Man? Afonso. Toca bateria nos Gala Drop, sempre tocou, parece, mas teve as mãos e os pés a tocar o kit todo também na cena de música improvisada, ou Livre, já gravou como Phoebus e agora, na Interzona 13, SÓ alguma da melhor deep house já feita neste país. Inacreditável? Stasera vem como parte de uma geração iluminada de pessoal ligado à música. O que vocês vão ouvir não é só disco, house, África, é a voz de um ser humano que tem "Festa" escrito na testa. Mário Valente Difícil encontrar igual. E podemos cumprir este texto sem tentar descrever o seu estilo como DJ. Programa o Lounge, esse clube fundamental em Lisboa. Agora, não vai dar para mencionar tudo, mas é diplomado em série B e Z de Terror e Ficção Científica, Italo Disco, Design, Metal, Miley Cyrus, Spectrum. Tão eclético que, quando tomamos notas sobre uma inclinação, ele está noutro balcão. Longe de ser disperso, é bem mais completo que a média dos divulgadores e DJs. Éisso. Tiago Pequena História: Tiago fundou a editora Ruby Red, depois a Interzona 13, e esta cumpre 4 anos de discos com música original e outra transformada por ele. Mais tarde, também por gente em quem confia. Um dos pilares no Lux, mestre e discípulo em permanente contacto com a mudança, a diferença e, nada oposto, o clássico e o eterno, na música. DJ, editor, músico, faz a noite Trust! há anos, onde reduz tudo à mais simples noção de passar discos incríveis para dançar. Nada disto é casual. Temos sorte. Textos: José Moura (Flur Discos)
