Não há muita gente que ande nisto há tanto tempo quanto Louis Burns, e também não há muita gente em quem possamos confiar para nos trazer a História viva como ele. Importa, no entanto, esclarecer: Lil Louis não vem a Lisboa falar do passado ou descansar sobre os louros obtidos outrora. Chega-nos enquanto testemunho vivo da tradição rica e diversa do House, chega-nos usando o título de fundador (mais acertadamente um dos fundadores), mas vem celebrar o presente. Um presente assente em mais de 30 anos de música, mas que continua a construir-se disco após disco. Fez-se DJ ainda as pistas de dança eram alimentadas a Disco e R n’ B e foi ao lado de outras lendas como Frankie Knuckles e Marshall Jefferson que viu nascer o fenómeno musical que mudou o mundo, por força de miúdos que queriam, apenas com caixas de ritmos e sintetizadores, fazer música. E conseguiram. O seu primeiro álbum, “From The Mind Of Lil’ Louis”, de 1989, pode bem ser considerado um dos primeiros notáveis longa-duração do género, num mundo populado por singles de consumo imediato. Dele saíram temas como “French Kiss”, que vendeu mais de 6 milhões de cópias e continua a fazer-se ouvir soando tão fresco como no dia em que, ao telefone com uma namorada, Louis o compôs. Com um documentário sobre o House recentemente terminado, Lil’ Louis até já chegou a estar aposentado da vida nas cabines mas regressou triunfalmente. Para ele, o House deve descomplicar-se e livrar-se de artifícios, regressar ao essencial focando-se numa história que se quer bela, mas simples. Oportunidade mestra para vivermos com ele o que Chicago construiu: uma experiência que acolhe, une e redime. - Inês Duarte \\ ENGLISH // There are not many DJs who’ve been around as long as Louis Burns has, and there are not many people who could be trusted to bring us living History like he does. It must be, however, clarified: Lil’ Louis isn’t coming to Lisbon to talk about the past or rest on his laurels. He’s coming as living testimony of the rich and diverse tradition of House, using the title of Founding Father (more accurately, one of the founders), but he’s coming to celebrate the present. A present built on more than 30 years of music, that continues to shape itself record after record. He became a DJ when dancefloors were fuelled by Disco and R n’ B and stood alongside legends like Frankie Knuckles and Marshall Jefferson as he watched the world changing musical phenomenon come to life and grow, driven by kids who wanted to make music with just drum machines and synthesizers. And they did. His first album, “From The Mind of Lil’ Louis”, released in 1989, might as well be considered one of the first notable House music albums, a highlight among EPs cut for more immediate consumption. “French Kiss”, one of the album’s singles, went on to sell more than 6 million copies and continues to sound as fresh as in the day when Louis, on the phone with a girlfriend, composed it. With a documentary about House recently finished, Lil’ Louis even retired briefly from DJing, only to experience a triumphal return. According to him, the genre must stay uncomplicated, going back to basics to focus on telling a simple but beautiful story. This is a key opportunity for us to experience together what Chicago built: an experience that welcomes, unites and redeems. - Inês Duarte
