18:00 até às 19:45
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Ser deficiente visual hoje. Uma experiência de vida 

Ver diferente O facto de se nascer cego, implica necessariamente uma mudança grande na perspetiva de vida de qualquer pessoa, já que a sociedade não está preparada para quem é diferente. Se isto é hoje verdade, ainda o era mais em finais dos anos sessenta. Ao longo da vida, procurei adaptar-me, com maior ou menor sucesso, à sociedade onde vivo, procurando ser um cidadão ativo e interveniente. É este percurso e a experiência que ao longo dos anos fui colhendo, que pretendo relatar. A situação das pessoas com deficiência visual tem tido ao longo das últimas dezenas de anos uma evolução bastante positiva. Esta evolução, verificou-se a vários níveis nomeadamente, ao nível da integração social, da situação económica e até na forma como culturalmente é vista a deficiência visual. Nesta mudança de atitude em relação às pessoas com deficiência visual, gostaria de salientar a aposta que foi feita na educação, permitindo a estas pessoas fazer a sua formação, e permitindo-lhes consequentemente poderem ter mais possibilidades de se integrarem no mercado de trabalho. A possibilidade de uma integração no mercado de trabalho, é uma condição fundamental para a inclusão plena das pessoas com deficiência na sociedade. No entanto, e apesar das melhorias já salientadas, muitos são os desafios que hoje se colocam à vida das pessoas com deficiência visual. Há algumas vertentes que me parecem decisivas para que não se perca a “batalha” de uma vida participada e autónoma por parte das pessoas cegas ou com baixa visão na vida e na sociedade. Assim, é hoje fundamental, uma cada vez maior aposta nas tecnologias, permitindo às pessoas cegas ou com baixa visão, terem os meios para se adaptarem a uma sociedade em constante evolução. Também o sistema Braille, como a forma mais eficaz de as pessoas totalmente cegas poderem aceder a documentos escritos, deve ser potenciado, nomeadamente, ao nível do ensino. Um terceiro pilar que me parece essencial para a inclusão social das pessoas cegas, é a aposta na autonomia. Só uma pessoa autónoma pode ter autoestima para viver e participar no meio em que se insere. Para além do já referido, e talvez mais importante, é a mudança nas mentalidades, sem esta transformação, e sem uma atitude positiva, quaisquer tentativas de mudança a outros níveis, nomeadamente ao nível da legislação, correm o risco de ser ineficazes. 

Participe!

Data: Sexta-feira | 2 junho 2017
Horário: 18h00
Duração: 1h45
Orador: Luís Barata - Licenciado em Direito pela UC, em funções nos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra 
Entrada Livre
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