22:00 até às 01:00
Esgotado - Éme ► ZDB

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6€
Concerto de lançamento de 'Domingo à Tarde' de Éme
1ª parte: Lourenço Crespo, Moxila
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Entradas: 6€ 
reservas@zedosbois.org
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"‘Domingo à Tarde’ é o terceiro disco de Éme (João Marcelo) e o segundo em formato banda. Mantendo a formação do disco anterior, com Lourenço Crespo (Iguanas) nas teclas, Miguel Abreu (Putas Bêbadas) no baixo e Júlia Reis (Pega Monstro) na bateria, acrescenta um novo membro crucial: a cantautora e artista Moxila, da Gentle Records, que, ao trazer a flauta, o cavaquinho e a sua voz, mudou não só a sonoridade mas também a dinâmica da banda, gerando uma força criativa que elevou todos os membros e, por arrasto, todas as canções. A ficha técnica ainda conta com a dupla maravilha: Eduardo Vinhas a gravar no seu Golden Pony Studios e B Fachada a produzir.

Mas antes que a banda entre, entra o disco com calma: a guitarra e a voz de Éme para a única música a solo que vamos escutar. Poderia dizer-se que é como uma introdução mas, quando ouvimos “não saber se é segunda ou sexta-feira, / se é mau se é bom, / bom é ter –te à minha beira”, percebemos que não se trata apenas de uma simples preparação para o que aí vem, trata-se de uma canção feita e acabada como as melhores deste album.
Passamos para a ‘Comboio’, e entra o baixo, a bateria, as teclas em gancho e  o ritmo do cavaquinho. Talvez a música que mais recorda o muito bem recebido pela crítica e pelo público ‘Último Siso’, de 2014 mas, às boas melodias que já se ouviam no album anterior, junta-se uma especificidade nas palavras, cantadas com um toque à Sofia Rosa, que demonstra ainda mais que não podíamos estar a ouvir um trabalho de outro artista. Também é a partir daqui que Éme está acompanhado pelos melhores e mais empenhados amigos na aventura colorida que começa. No refrão ouvem-se as harmonias que hão-de ressoar ao longo de todo este album, mostrando que a banda, para além do próprio Éme, é uma voz colectiva.

Segue-se ‘Puxa a Patinha’ com um hook inicial perfeito e coros em modo fantasma a lembrar um Ariel Pink com calor de Los Hermanos, garantindo uma vontade de a voltar a ouvir mal esta acabe, levantando a suspeita de vem aí um disco viciante. Logo a seguir entra ‘Buraquinho’ e percebe-se que cada canção vai ser diferente da anterior, sem nunca dispensar um refrão épico, sendo que este, contrastando com o anterior, é enterrado no escuro clássico de um Leonard Cohen a falar com Zeca Afonso e os Passos em Volta : “tendência para o drama é minha maldição”.� O diálogo teatral continua com ‘Tédio’, cheia de referências visualmente fortes e instantaneamente palpáveis“o cheiro, a cara, o copo, tabacão / não há que enganar / quando um gajo assim te aperta a mão / não vai bazar” num crescendo perto do fim que nos transporta para o universo de algum pop mais barroca e, mais uma vez, a voz colectiva da banda a soar até ao fim.

E se por esta altura já se achava que o mood do disco estava definido, eis que chega ‘Uma Voz’, arrancada  diretamente do ecrã de televisão dos seus tempos de desenhos animados ao sábado de manhã, colocando-os na sua única canção composta ao teclado, com um sintetizador que se vai enevoando e assim apagando a memória por completo do sábado eterno que já não volta.

Um disco composto por contradições e surpresas. Em ‘Roma à Sé’, cada membro parece tocar baixinho, ninguém se quer sobrepôr e todos esperam muito atentamente a vez de cada um para que, no refrão, entrem juntos, ao mesmo passo, ombro a ombro, num refrão limpido e romanticamente amigo “lembras-te de ir de Roma à Sé? / Caminho a conversar a vida como é que é / Pois fui parar ao Cais Sodré / vida num vacilo, nem te pões de pé”. Éme passou pelo Zé Mário Branco e trouxe-o pela mão num passeio à Lisboa do séc. XXI.

	Estamos a chegar ao final, com ‘Zequinha’ – de estrutura fora do vulgar e mais uma letra verdadeiramente lisboeta dos tempos modernos “de volta a Lisboa, – a juntar o Paul Simon ao Zeca Afonso como nos diz o título que, na verdade, é uma expressão idiomática que significa alguém andrajoso. �	Ainda vamos a tempo de encontrar “Joana”, com uma melancolia subtil suportada no arranjo dos sopros em harmonia quebradiça com os teclados, o momento mais Harry Nilsson do álbum mas que, chegado ao clímax (“Eu e tu, p'ra quê esperar a aprovação?/Lei é do cú e a liberdade é do coração”), revela trazer igualmente o António Variações.

Acabamos com ‘Domingo à Tarde’, a música que dá nome ao disco, uma linda versão de uma canção de Adélia. Encontrada no gigante arquivo de Tiago Pereira, encaminha o disco de encontro às suas raízes, coisa que é sentida ao longo de todas as outras canções mas que, depois de sentir que estivemos a abrir todas as janelas da casa, nos leva agora até à porta, por onde entra de rompante uma enorme corrente de ar. É amor entre as duas vozes principais, elevadas pelo coro de todos os amigos  que cantam com eles. �

Assim fecha, com uma música folk conhecida em Portugal todo, propondo uma música que tem os seus alicerces na música pop portuguesa ao longo do tempo, passando pelos sítios a que a internet a pode levar e não só os habituais lugares comuns da música anglo-saxónica."
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