19:00 até às 21:00
Les Filles de Illighadad

Les Filles de Illighadad

Les Filles de Illighadad é o projecto da guitarrista Fatou Seidi Ghali que, ao vivo, conta igualmente com os préstimos da cantora Alamnou Akrouni e ainda de uma executante de tende, um tambor feito de uma caixa de barro sobre a qual se estica uma pele de cabra. Ghali embarca agora naquela que é apenas a sua segunda digressão à Europa, depois de uma auspiciosa estreia no festival Le Guess Who, em finais do ano passado.

Em Portugal, este particular trio tuareg apresenta-se a 17 de Maio no B Leza, em Lisboa, a 18 de Maio na Casa da Música, no Porto, a 19 de Maio no Festival Islâmico  de Mértola e no dia 20 na Casa do Povo de Santo Estevão, em Tavira. É uma ocasião muito especial para as Les Fillles de Illighadad que até muito recentemente mal conheciam o mundo fora da sua aldeia, Illighadad, perdida no centro do deserto do Niger.

A estas raparigas de Illighadad atribui-se o início de uma verdadeira revolução: Fatou Seidi Ghali é uma de apenas duas mulheres que se sabe tocarem guitarra em todo o Niger. Nesta conservadora sociedade tuareg, as mulheres sempre tiveram um papel na música, embora a guitarra costume, por tradição, ser apenas tocada por homens. Fatou descobriu uma velha guitarra acústica em casa há apenas meia dúzia de anos, lá deixada por um irmão mais velho, e aprendeu a tocá-la sozinha, conquistando o respeito e o orgulho da sua pequena comunidade. Quando pega na guitarra e toca, Fatou vê-se imediatamente rodeada pelos habitantes da sua aldeia e é normalmente acompanhada por outras mulheres, que cantam e batem palmas de uma forma ritmada, sublinhando o carácter comunal da sua música. É natural que assim seja: o tende, que além de um instrumento é igualmente um género musical, tem uma função social e normalmente acompanha rituais de cura, festivais de camelos, mostras de dança e outras ocasiões especiais. 

Para Fatou Seidi Ghali, no entanto, o tende é apenas um ponto de partida para a sua visão singular da música, que coloca a linguagem da guitarra no centro das suas peças ligando-se assim a uma outra tradição tuareg internacionalmente representada pelos Tinariwen. Para Christopher Kirkley, o patrão da etiqueta Sahel Sounds que muito tem feito por divulgar a música da região do Niger, o híbrido de tende e guitarra criado por Les Fillles de Illighadad pode ser mesmo o início de uma nova linguagem: “Elas estão a explorar uma nova direcção, adaptando velhas canções tende a um reportório de guitarra, o que me parece ser verdadeiramente revolucionário para a música tuareg”, garante o editor que depois conclui - “penso que elas estão á beira de criar algo de novio e verdadeiramente excitante”.

Para acompanhar a presente digressão, a Sahel Sounds editou recentemente, em vinil e digitalmente através do Bandcamp (https://sahelsounds.bandcamp.com/album/les-filles-de-illighadad) um ep que a hipnótica arte destas Fillles de Illighadad ganha uma nova luz. Ao vivo, o impacto será ainda mais tremendo.

RMA
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