Uma boneca solitária com olhos de santa leva-nos em viagem a um mundo feminino feito de procissões e proibições, de festas e descobertas. Vidas sonhadas, vidas vividas, vidas esquecidas. Um olhar sobre nós mesmas entre hoje e ontem. Tudo começa com uma estranha procissão pelas ruas da cidade, que no teatro encontra o seu santuário. A princípio fala-se baixinho, como na igreja, sobrepõem-se as palavras de diferentes gerações, até que as palavras se tornam dança, a música invade o espaço, e a vitalidade das mulheres toma conta do teatro. Já não há obrigações nem proibições, não há roupinha branca para vestir, sapatos apertados, ombros cobertos, véus pretos. Os pedaços da grande boneca enchem o espaço de imagens extraordinárias e neste palco onde os sonhos se confundem com as lembranças uma saia pode ser um barco, um braço uma bengala, as procissões festas; os corpos caem e são levantados, os amores desejados voam como fantasmas e as pernas não têm cabeça. Um espectáculo feito por mulheres que leva o público para dentro de um universo feminino em que tudo se transforma e nada é o que parece. João Vladimiro || FICHA ARTÍSTICA Concepção e direcção: Costanza Givone Co-criação e interpretação: Inês Tarouca e Rafaela Salvador Co-criação e interpretação comunidade: Catarina Pereira, Isabel Lobo, Maria do Céu Calçada, Mariana Ganaipo, Maria João Rodolfo, Sofia Frazão Assistência: João Vladimiro Musica: João Aguardela Sonoplastia: Rui Gato Desenho de luz: Rui Alves Objectos: João Calixto Colaboradores construção: Nuno Tomaz, João Alberto Produção e figurinos: Marta Félix Produção: ARTEMREDE – TEATROS ASSOCIADOS Agradecimentos: Aida Costa, Ana Cristina, Associação Megafone, Emília Vieira, Ermelinda Silva, ETER, Ezequiel Pereira, Fátima Abreu, Fosso de Orquestra – Associação, Hermínia, Madalena Victorino, Margarida Cadete Matos, Maria Emília Lobo, Maria José Coelho, Maria Júlia Vaz Reis, marionet, Miguel Carvalho, Núria Duarte, Retrosaria Achiles, Ricardo Vaz Trindade, Samuel Beckett, Teatro da Garagem, Teuc