22:00 até às 23:30
Memórias Partilhadas, pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro

Memórias Partilhadas, pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro

2€
+ Teatro Diogo Bernardes + Teatro

Memórias Partilhadas, pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro, vulgo Teatro do Montemuro, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, a 21 de Abril, às 22h00.

Bilhetes à venda no Teatro Diogo Bernardes - 2,00€.
Maiores de 12 anos.
Os bilhetes encontram-se à venda no Teatro Diogo Bernardes e todas as informações podem ser obtidas pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.

Três objectos: uma carteira, um lápis e uma almofada. Três monólogos que nos contam as histórias de objectos que têm muito para partilhar e que se ligam entre si de uma forma ou de outra.

Uma Carteira Vazia, de Therese Collins
O que há na carteira de uma pessoa diz-nos muito sobre a pessoa. A escolha de uma carteira de uma pessoa diz-nos muito sobre a pessoa. Anna tem um fascínio por carteiras, não pode deixá-las sozinhas – especialmente as das outras pessoas. Se está tão fascinada por elas, por que não pode abrir a carteira da sua mãe falecida?

O Lápis, de Abel Neves
A caneta é mais poderosa que uma espada ou, no caso de Delfim, que um lápis. Com um lápis, pode-se destravar o mundo. É a espada da verdade. Pode-se transportar um navio para a segurança, pode-se tomar banho de ervas no Montemuro, pode-se colmatar uma lacuna ou esconder-se na floresta. Bem, pode-se pela mão de Delfim e com a imaginação de Delfim.

A Almofada de Penas de Cuco, de Peter Cann
Em 1966 existiam dois amigos, Adão e Fábio, que faziam tudo juntos. Em 1966 houve um Campeonato do Mundo e Eusébio agraciava o jogo. Em 1966 um dos amigos apaixonou-se. E tudo mudou. O que farias se nunca mais visses o teu único e verdadeiro amigo? O que farias para que as coisas voltassem a ser como eram antes dela chegar? O que não deves fazer é dar ao teu amigo uma almofada de penas de cuco.

textos Abel Neves, Peter Cann e Therese Collins 
tradução Graeme Pulleyn 
encenação Steve Johnstone 
direcção musical Simon Fraser
com Abel Duarte, Eduardo Correia e Paulo Duarte
cenografia e figurinos de Sandra Neves
desenho de luz Paulo Duarte
construção de cenários Carlos Cal 
assistência à construção de cenários e figurinos Maria da Conceição Almeida 
direcção de produção TNSM Paula Teixeira
direcção de cena TNSM Abel Duarte
coprodução TNDM II, Teatro Regional da Serra de Montemuro
M/12 anos

Excertos dos textos

“Sei porque é que comecei, mas não tenho tanta certeza porque é que continuo. Agora interesso-me mais pelos conteúdos, pelas histórias que contam, pelo que me dizem sobre as pessoas. No interior desta carteira, é possível que descubra alguma coisa sobre a minha mãe, a pessoa que foi perdida – não só para mim, mas nos últimos anos até para ela própria. Porque é isso que a Alzheimer faz, rouba a vida a quem ainda está vivo. Haverá alguma coisa pior do que esquecer quem nós somos e ficamos rodeados de gente que nos são estranhas?”
(Uma Carteira Vazia, de Therese Collins)

“Onde já se viu um pentacampeão falar com voz de lápis? És feito de madeira e grafite, e é tudo muito bonite, mas o problema é que nunca sabes a que mãos vais parar depois que sais da fábrica. Ó meu amigo catita! Estamos sujeitos, é o que é! Também não sei quem é que vai governar depois de amanhé. A luz estremece com um relâmpago, ouve-se um valente trovão, rajadas de vento e muita chuva. Fica a cena às escuras. Ui santa Bárbara bendita! É boa, é! Tudo às escuras. Chove que é um fartote e eu sequinho que nem carapau no mar! Terá sido do amanhé? Novo relâmpago e trovão. Amanhé! Novo relâmpago, mas agora com o trovão a demorar, distante. Três... dois... quatro... sete... está-se a afastar. É melhor que não diga amanhé. Outro relâmpago, mas sem trovão nem vento nem chuva. A cena retoma a luz. Vamos cá. Fixando o lápis. O que poderá fazer-te ser outra coisa que não o lápis que és? Isso do meu avô, do leitão dar em porco grandão, não terá sido antes uma invenção? De pequenino se chega a grande, essa é que é essa. As coisas se acontecem é porque podem acontecer, têm de acontecer.”
(O Lápis, de Abel Neves)

Quando alguém morre metem uma almofada no caixão e a cabeça é deitada nela com muito jeitinho. O último descanso. A última impressão. 
E a aldeia toda sai para assistir à última viagem, solenes e sem chapéus às portas das suas casas e depois numa longa procissão pela encosta acima até ao cemitério, um rasto escuro, na branca estrada, debaixo do duro céu azul.
E um dos homens que transporta o caixão tropeça, a cara contorcida pelo luto. Noutra cara, a pele está esticada, olhos como pedras.
Mas isso não é o início desta história.
Esta história começa em 1966.
(A Almofada de Penas de Cuco, de Peter Cann)

Nota do Encenador

O ponto de partida deste projecto foi três objectos. O ponto de partida deste projecto foi três actores. O ponto de partida deste projecto foi três escritores...
Haviam três pontos de partida para este projecto, os actores os objectos e os escritores …e o Montemuro...
Um minuto… vamos por isto um pouco de parte. Temos três actores e três escritores e eles (e nós) decidem que querem criar três histórias sobre três objectos. Pelo que a companhia é o ponto de partida para tudo isto, é o Montemuro.
O Montemuro com uma paisagem irregular, inspira a imaginação e dispara-a com uma magia desigual.
As histórias que apresentamos nascem dessa magia desigual. Ocorrem em tempos diferentes, em lugares diferentes, são escritas de formas diferentes - mas o que as une é a magia desigual da imaginação.
O teatro é um acto de colaboração. Não apenas entre os escritores, actores, encenadores, designers, técnicos, músicos e qualquer outra pessoa envolvida na criação do espectáculo, mas também entre os actores e o público. Há um espaço dinâmico entre os actores e o público, onde o verdadeiro teatro acontece. Este é também um lugar de magia, um lugar para todas as nossas imaginações.
Junte –se a nós lá.
(Steve Johnstone)
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