Lançamento "A Grande Bebedeira", de René Daumal.
Leitura por Bruno Humberto e Gonçalo Alegria.
Conversa com Lurdes Júdice (tradutora) e Vasco Santos (editor da Fenda e psicanalista/psicoterapeuta).
«Era tarde, quando começámos a beber. Todos achávamos que era mais do que tempo de começar. Não nos lembrávamos do que tinha acontecido antes. Pensávamos apenas que já era tarde. Saber de onde vinha cada um de nós, em que ponto do globo estávamos, ou sequer se se trataria mesmo de um globo (o que, aliás, nem era assunto), em que dia do mês de que ano, eram tudo coisas que nos ultrapassavam. Não são perguntas que se façam quando se tem sede.
Quando se tem sede, está-se sempre à cata de ocasiões para beber, ainda que se faça de conta que se repara noutras coisas.»
René Daumal (1938), “A Grande Bebedeira”
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Edição Dois Dias
Tradução: Lurdes Júdice
Com desenhos de João Maria Gusmão e Pedro Paiva
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Imagem: René Daumal durante uma sessão de visão paróptica*, em casa de René Maublanc.
*Capacidade de ver sem usar os olhos.
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